Ainda lembro do dia que a gente se conheceu. Eu estava nervoso, roendo as unhas na rodoviária, enquanto aguardava a chegada dele. Nós vínhamos nos falando pela internet já fazia uns três meses, até que decidimos então dar um passo a mais na nossa relação.
Ele estava procurando por um submisso pra chamar de seu e lhe servir. Eu tava procurando por um macho dominador pra me dar ordens e eu fazer da minha vida um ato de servir e venerar ele.
Porém eu nunca tinha feito isso. Eu sentia o desejo de ser submisso e servir, mas faltava experiência a respeito. Eu lia muito sobre, via alguns vídeos e etc, mas nunca tinha realmente servido alguém. E ele veio me guiando nesses meses, me ensinando como deveria ser e o qual seria o meu papel caso entrasse em uma relação desse tipo. Me deu parabéns quando fiz certo e esporro quando fiz errado, porém o mais importante é que ele nunca desistiu de me ajudar a melhorar.
E uma coisa que ele deixou muito claro que eu teria que fazer era servir e me fazer presente. Que se eu fizesse isso bem, ele teria interesse em mim. Caso eu sumisse, não desse notícias ou explicações, ele não perderia seu tempo e acabaria se esquecendo que eu existia.
Afinal, esses eram os pilares da dominação e submissão! O submisso serve ao macho e em troca disso recebe seu carinho e sua atenção.
Vou confessar que fiquei muito nervoso quando vi aquele homem vindo na minha direção. Eu tinha feito do jeito que ele tinha mandado. Cinto de castidade no pau e um plug no cu. Ele se aproximou de mim e então sorriu:
— Prazer, cadelinha.
Eu estremeci ao ouvir a voz dele me chamando daquilo em pessoa.
— Prazer, Senhor.
— Fez como eu pedi?
— Sim, Senhor.
— Bom. Me leva pra sua casa agora, então.
Assim eu fiz. Naquela noite a gente se conheceu, eu contei pra ele sobre a minha vida, ele me contou sobre a dele. A gente nunca tinha falado nobre nossa vida pessoal antes, e aquele processo foi importante pra que decidíssemos se seguiríamos adiante ou não.
Ele passaria um mês vivendo comigo, tempo das férias que ele tirou justamente pra essa ocasião. Nesses meses eu serviria ele e em troca ele me serviria também. Mas do jeito dele.
Não vou mentir que foi estranho na primeira noite. Meu receio de não ser um bom submisso, junto com o medo dos meus próximos passos me fizeram passar a noite em claro. Ele percebeu o meu medo, quando acordou de madrugada para tomar água.
— Ainda acordado, cadelinha? Tu não trabalha amanhã?
— Sim, Senhor, mas não consigo dormir.
— Por quê não?
Fiquei com medo de falar pra ele, mas então me lembrei que comunicação e sinceridade eram pontos importantes pra que isso seguisse adiante. Então expliquei pra ele sobre meus medos e receios. Ele me acalmou e me botou pra dormir com a cabeça em seu peito, enquanto acariciava meus cabelos. E foi ali, ouvindo o coração dele pulsar na minha orelha e seu peito quente aquecendo meu rosto, que me senti seguro.
Faltando uma semana pra ele ir embora, tivemos a nossa conversa final que decidiu minha vida pra sempre. Ele gostou de mim. Eu gostei dele. Se eu topasse, ele me levaria pra casa dele pra viver com ele e servir ele. E eu aceitei.
Pedi a conta do meu trabalho no mesmo dia. Finalizei todas as pendências que ficaram do apartamento, móveis e burocracias do tipo.
Uma semana depois fui embora com ele, com o meu dominador, deixando pra trás uma vida meio cinza da qual eu não gostava muito.
Ele tá lá deitado na cama agora, enquanto eu continuo escrevendo o meu livro aqui. Ele me fez prometer escrever pelo menos cinco mil palavras por dia, quando contei pra ele que tinha esse desejo de me tornar um escritor, mas que eu sempre tinha me sabotado por não ser regrado com a escrita.
Eu sirvo ele e ele cuida de mim.
Mas agora é hora de finalizar esse capítulo e voltar pra cama, pra deitar a minha cabeça no peito dele, como na nossa primeira noite, e dormir em paz. Sabendo que eu tenho um homem maravilhoso do meu lado que cuida de mim. E eu cuido dele.