Vickie andava sorrindo, de mãos dadas com Lincoln pelo shopping quando viu Hector e Claire sorrindo e conversando em frente a uma loja de roupas.
O cabelo punk roxo de Lincoln o fazia um destaque em meio a multidão. Vickie com seu longo cabelo castanho, sua clara pele e seu rosto delicado era o estereótipo de uma boa menina que adorava consertar um Bad Boy.
Lincoln, apesar da aparência exótica, do rosto cheio de piercings, as roupas de couro combinadas com jeans, totalmente multicoloridos, era extremamente doce e tranquilo. Ele estava contando mais cedo para Vickie sobre o Herói da Justiça, que enfrentara anteriormente naquela semana. O pobre garoto não sabia que seus colegas daquela tarde estavam todos mortos, vítimas de Vrazael.
-Ei, vida, olha aquele casal ali! -Vickie sorriu e apontou para Hector e Claire. -Eles dois estudam comigo. Vamos dar oi!
Lincoln sorriu, e saltitou alegremente com ela até os dois.
-Opa, galerinha! -Lincoln sorriu.
Hector e Claire se viraram, e seus sorrisos se tornaram uma expressão de estranheza.
-Oi. -Responderam.
-Como estão vocês dois!? -Vickie sorriu enquanto falava.
-Bem... -Claire disse.
-E vocês? Quem é esse, aliás? -Hector sorriu e apertou a mão de Lincoln. Ele precisava ser educado, apesar de não gostar de Vickie.
-Eu sou o Lincoln. Sou namorado da Vickie. E vocês?
Os dois se apresentaram para Lincoln.
-O quê vocês dois vieram fazer aqui? -Vickie deu um sorriso de deboche. -Hector finalmente tomou uma atitude?
-O quê? -Hector ficou vermelho. -Não é isso, a gente só tava... Tava vendo umas roupas e...
-Puff! -Claire revirou os olhos. -Vickie, por favor. Nós não somos amigas. Eu quero ficar só com o Hector.
-Oh... -Vickie suspirou. -Desculpem.
-Nossa... -Lincoln ergueu a sobrancelha. -Rivalidade feminina. Falou, Hector.
Hector soltou uma risada.
-Falou!
Lincoln e Vickie se afastaram saltitando.
-Céus, eu falei igual ao Scott! -Claire riu alto.
-Nem. -Hector deu uma risadinha. -O Scott teria xingado os dois.
Os dois riram juntos.
-Aliás, vamos procurar o resto do grupo.
-Vamos. -Hector sorriu.
Vickie e Lincoln foram à praça de alimentação, onde se surpreenderam em encontrar alguns de seus colegas de classe.
David, Heather, Max, Sherry, Zack e Ralf estavam comendo hambúrgueres juntos.
-Gente, que almoço é esse? -Vickie indagou.
-VICKIE! -David exclamou. -Como vai!?
-Oi, David! -Vickie passou a não na cabeça dele.
-Cara, esse menino tem os olhos lindos! -Lincoln falou.
-Qual foi, não gosto de homem não! -David retrucou.
Lincoln riu.
-Relaxa, rapaz. Eu sou o Lincoln, namorado da Vickie. Prazer.
-Oi, Vickie. -Heather falou. Zack e Ralf também a cumprimentaram.
Max ficou nervoso em fazê-lo na frente de Sherry.
A maioria do grupo conhecia Vickie, apesar de estudarem em diferentes turmas.
-Mas qual é a razão desse rolê sábado em um Shopping? -Vickie perguntou.
-Eu que pergunto! -Heather sorriu. -A gente veio aqui pra passar um tempo. Não esperava encontrar você aqui, menina!
Até mesmo Heather ficava alegre ante a presença de Vickie. A garota era extremamente carismática, e era adorada por todo o grupo.
Enquanto terminavam de comer, Heather e Vickie conversavam. Lincoln, Max e Sherry começaram a conversar.
-E aí, cara. -Max disse. -Veio cuidar da mulher também?
-Haha! Você é engraçado. -Lincoln olhou para ele. -É ela quem me cuida.
Max riu.
-Cara, tô vendo que a gente vai se dar bem. -Max suspirou. -E aí, vai fazer algo interessante hoje aqui?
-Não. A Vickie queria comprar roupas, mas a gente achou um casal ali e tal.
Lincoln contou sobre Hector e Claire.
O Shopping estava extremamente lotado. Starla e Nosferatu chegariam somente às 17, o plano era que os Mirai localizassem Julian até lá. Jeff estava caminhando pelo estacionamento, procurando alguma pista. O homem estava de olho nas crianças. Se conseguisse dar cobertura e salvá-los quando a Gyazom atacasse, tudo correria muito bem.
Jeff tomava uma lata de cerveja, e pensava um pouco enquanto andava. Todas as informações que os Mirai conseguiram até ali o fizeram perceber que aquelas crianças não precisavam da proteção que ele, Giorgio e Erika pretendiam dar a eles.
Parecia que o terrível Hayashi era diferente da equipe Lótus. Hector e Zack também contaram à ele sobre Ninguém, o homem sem nome. Agora, eles tinham informações sólidas. Tudo aquilo poderia levá-los para Oblivion, e um grande combate ao fim.
Jeff sentou-se em um banco após alguns minutos de caminhada. De longe, ele viu Scott chegando, acompanhado de quatro garotas. Ele riu sozinho. Havia muita gente ali. Era uma oportunidade perfeita para um ataque, todos os Mirai reunidos. Talvez uma armadilha, talvez uma idiotice da parte deles.
-Oi, Jeff. -Uma voz interrompeu sua reflexão.
Era um Nathan. Ele estava acompanhado de um homem grande e musculoso. O homem tinha um nariz e queixo finos, olhos verdes como joias reluzentes, uma pele morbidamente pálida.
-Olá, instrutor Jeff. Eu sou Nate.
-Nossa, olá! -Jeff sorriu e cumprimentou os dois. -Estão preparados para hoje?
-Sim. -Nathan sorriu.
-Que ótimo. -Jeff olhou para Nate. -O lendário Nightwatch. A coisa vai ser feia hoje.
-Não. -Nate deu um leve sorriso. -Eu não gosto de bagunça, resolvo as coisas mais tranquilamente e silenciosamente possível.
-Monstruoso. -Jeff falou. -Ele é bem calmo e assustador. -Jeff olhou para Nathan, e os dois riram. -Bem, entrem, eu vou entrar depois e ver se consigo encontrar alguém lá.
-Beleza. -Nathan respondeu. -Bora, mano.
Os dois caminharam para a entrada do Shopping ao fim da avenida movimentada. Jeff estava preocupado, não vira o carro de Erika desde que chegou ali de manhã cedo. Estavam atrasados.
Scott estava andando junto de Alex, Tammy, Trixie e Myrella. Os cinco se juntaram na esquina e entraram ali.
-Quem a gente tá esperando? -Trixie perguntou.
-Não sei. -Myrella respondeu.
-Acho que algum sinal. -Alex falou.
-Ah gente, o quê é? -Tammy perguntou.
-A gente tinha marcado de se ver aqui. -Trixie explicou. -Só não sei o quê a gente faz agora.
-Bom, vamos esperar alguém chegar e ajudar, né? -Myrella disse.
-Não. -Scott disse. -Preciso achar a Luci. Fiquem perto de mim, vocês quatro.
-O quê? -Alex pôs as mãos na cintura. -E quem disse que você manda aqui?
-Eu mando aqui. Vocês quatro obedecem quietas. Tammy, se quiser evitar confusão pode ir embora. Alex também. Mas se quiserem ficar em segurança, então fiquem perto de mim.
-Olha, o menino mandão é corajoso! -Trixie riu.
-Ele é! -Myrella pós a mão na boca e deu uma risadinha. Aquilo mexeu profundamente com Scott.
-Quietas. Eu preciso achar a... -Ele parou.
-Scott, meu amigão! -Paul e Matt estavam vindo em sua direção. -Rapaz, essas garotas estão em segurança com você!
Matt acenou.
-Vocês dois... -Scott suspirou. -Que ótimo. A gente tá se preparando. Viram a Luci?
-Não. Ela ia vir com a Anne e a Olívia. E o resto da galera?
-Devem estar por aqui. A gente precisa se separar mais. Se se acumular demais...
Ele não terminou a frase.
-É. Bom, a Erika e o Gerard vão trazer as três ainda hoje. A gente vai se espalhar em pontos estratégicos. Fique esperto.
-Beleza! -Scott ergueu o polegar. -Matt, se conseguir, tenta esgueirar naqueles merdas.
Matt sorriu e fez que sim.
-Qual a dele? -Tammy apontou para Matt.
-Ele não fala. -Paul explicou. -É isso.
-Ah...
-Gente... -Trixie disse. -Eu tenho uma ideia.
-Qual? -Paul olhou para ela.
-E se a gente começar a gritar socorro quando os esquisitos aparecerem?
-Péssima ideia. -Scott disse. -Lá no campo Mera eles atacaram todo mundo. Não se importam com civis.
-O Scott tá certo. -Myrella disse. -Eles perseguira. a gente mesmo no meio da multidão. Não vamos baixar a guarda.
-Por que eu tô envolvida nisso? -Tammy perguntou.
-Porquê você quer. -Scott respondeu. -Vai embora logo.
-A gente não vai abandonar vocês. -Alex respondeu. -Por mais que você seja um babaca.
-Que fofo. -Paul disse. -Bem, eu vou procurar a Erine ou o resto do grupo.
-Até. -Scott respondeu.
Os dois se afastaram.
A tarde começou a passar, e rapidamente a preocupação dos Mirai crescia. Nenhum sinal de um inimigo. Nenhum sinal de Erika.
Tristan encontrou Hector e Claire eventualmente. Todos acabaram se vendo, enquanto checavam pelo shopping. Nada. A tensão crescia, o nervosismo tomava conta de cada um.
Luci, Anne e Olívia corriam desesperadamente pela rua, eram quase 17 horas, e elas estavam chegando somente naquele horário lá. Elas entraram correndo. Zack estava sentado em um banco ali perto da entrada. As três viram ele e correram até ele.
-Zack! -Luci disse. -Ah, cara, eles atacaram a gente antes!
-O quê aconteceu? -Zack perguntou.
-A gente ia sair cedo... -Olívia falou, ofegante. -A Erika entrou no carro, o Gerard também. Mas aí o telefone tocou, e era o Gerard lá no hospital, ele ia se atrasar. O quê tava com a gente lá na casa era um homúnculo...
-Que droga! -Zack falou. -E aí?
-A gente deu um fim no homúnculo. -Anne falou. -Levamos a Erika até o hospital e avisamos o Gerard. Aí viemos até aqui de ônibus.
-E os dois? Ficaram lá no hospital?
-Foram para casa ver se não encontravam mais algum homúnculo.
-Entendi. Vamos procurar a galera! -Zack sugeriu.
Os quatro começaram a caminhar calmamente pelo shopping. Alarmados com a situação, procuravam por algum dos amigos. Nenhum deles à vista.
-Que merda... -Zack disse. -Achei que eles estariam esperando a gente por aqui!
-Como? -Olívia perguntou. -Todos juntos?
-É!
Olívia olhou para Anne, e depois para Luci.
Anne deu um passo a frente e deu um soco em Zack. O garoto caiu no chão e começou a rir. Seu rosto se distorceu e começou a derreter.
-Ah, minha amada Olívia... -Ele sorriu. O sorriso sinistro e distorcido se desfazia como um boneco de argila. -Você veio para mim mesmo... Outra vez... HAHAHAHAHAHA EU TE AMO OLÍVIA!
Um alvoroço começou ao redor. As três se misturaram à multidão que ia tentar ajudar o boneco risonho.
Anne se aproximo de Olívia e sussurrou.
-O quê foi isso? Ele se entregou ou só é burro?
-Deve ser mal programado. -Luci respondeu.
-Ou queria ser pego. Hayashi é louco. Ele quer dizer alguma coisa.
-Gente... -Luci parou e olhou em volta. -Tem muita gente olhando. Ele fez de propósito...
-O quê? -Olívia ergueu a sobrancelha.
Luci estava com os olhos arregalados e a voz trêmula. Ela olhou para cima e para todos os lados.
-A gente esperaria uma deixa, um sinal para começar a se movimentar se fizesse um plano... -Luci murmurou. -E o boneco acabou de dar um sinal.
-Que merda! -Olívia praguejou.
-Preparem-se! -Anne disse. -A caçada começou.