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Chapter 79 - O Quê Está Por Vir

Axel e Melissa riam enquanto andavam pela praça. Os dois estavam ali desde cedo. Melissa ficou animada quando soube que poderiam ter um fim de semana todo juntos. Normalmente Axel saía em missões nos fins de semana.

-Ah, querido... -Melissa deitou a cabeça no ombro dele. -Eu queria tanto vir aqui... A natureza é tão linda, ainda mais quando está ensolarado desse jeito.

Ela parava e admirava algumas estátuas que encontrava pela praça. Pequenos pássaros pulavam pela cabeça e pelas mãos da pessoa representada ali. As árvores ao redor eram grandes, grossas e vibrantes.

-Eu fico pensando em quê mensagem essas pessoas passariam para mim se pudessem vir aqui hoje. -Axel suspirou. -Mas no fim todos seguem em frente. A morte é... Engraçada.

-Sério?

-Sério. Todos os espíritos que eu converso cedo ou tarde vão embora, seguem o ciclo da vida. Uma vez que eles tenham partido... Não podem mais voltar.

-Sei. Mas por que eles não partem direto?

-Alguns querem ver as coisas. Suas famílias, seus amigos, conhecidos... Outros só querem ficar mais um tempo aqui. Quando eles "partem", é como se evaporassem. É como o fim. Depois disso, um novo horizonte se abre.

-Isso é... -Melissa suspirou. -Triste. Assustador.

-Eu achava isso quando era mais novo. Eu tinha medo de perder as pessoas para sempre. Mesmo a Suzie, eu ainda fico receoso quando penso que ela um dia vai embora de vez. Mas hoje, eu percebo que isso é magnífico. Quando nos desprendemos de quem nós somos acostumados a ser... É como se fosse uma transigência.

-E isso é bom? Não é... O fim, e acabou?

-Eu não acho. Acho que é apenas um meio momento na existência. Esses espíritos... Eles vão para algum lugar.

-Mas para onde?

-Não sei. Mas não fica pensando muito nisso, Mel. Você vai ficar meio triste. Quero aproveitar o dia hoje.

-Hoje eu não vou dormir direito. -Ela abraçou o braço de Axel.

-Não? Bem, eu vou te cuidar até você dormir.

Ele deu um sorriso. Ela correspondeu.

-Nojentos. -Suzie resmungou.

-Ah, Suzie... -Axel suspirou.

-Ei, Axel. -Uma voz interrompeu eles. -Boa tarde.

Ao lado deles, uma mulher estava parada, os encarando. A mulher era negra, seu cabelo era alaranjado, e estava preso. Seus olhos eram avermelhados e brilhantes. Melissa ficou encantada com eles, não conseguia parar de olhar.

-Ah, oi, Tábata. Essa é minha namorada, a Melissa. Como você está?

-Oi, Melissa. Estou bem. Mas parece que você andou arrumando problemas.

-Problemas não. Mas alguma coisa bizarra aconteceu nesse fim de semana. Por isso eu te chamei aqui.

-É? Eu soube um pouco da situação.

-Pois é. Eu acredito que encontrei uma pérola naquele dia. Possivelmente o futuro Primeiro-Elo.

-Oi!? -Tábata arregalou os olhos. -Como assim, cara?

-Eu vi um menino, o nome dele é Hector. Ele usou um poder que eu nunca tinha visto antes. Era uma coisa de outro mundo.

-E... E aí?

-Bem, ele usava fogo. Um fogo muito incrível, e por isso eu falei com você.

-Mas... O quê eu posso fazer?

-Eu vou encontrar o Maximillion. Vou ver com ele onde esse moleque vive, e aí você pode... Você sabe. Ensinar ele a usar os poderes dele.

-Por quê?

-Eu quero me aposentar antes dos 35. Por isso.

-Axel... -Melissa olhou para ele. -Como assim!?

-Mas se fizer isso...

-É. Eu sei. As pessoas não gostam tanto do Lâmina Dourada. Acho que preciso passar a coroa.

-Caraca... -Tábata olhou para Melissa. -Mas se você for embora, quem vai cuidar das coisas até esse garoto ficar pronto?

Axel sorriu. Ele ainda tinha 29 anos. Ele tinha tempo.

-Ele está pronto. Só precisa ficar forte. Por isso eu queria que alguém poderoso ajudasse ele.

-Mas... -Tábata suspirou. -Bem, eu não tenho muita escolha, tenho?

-Tem. -Axel sorriu. -Você tem.

-Mas... -Ela olhou em volta. -Você ainda tem uma vida pela frente. Aproveita enquanto pode ser herói, bobão.

-Axel, ela tá certa. -Melissa interrompeu. -Se você parar agora... Vai se desprender...

Ela parou. Agora entendia o quê ele estava falando antes.

-Obrigado. -Axel sorriu. -No final, todos precisamos partir. E você, Tábata, provavelmente vai assumir o posto de Primeiro-Elo quando eu for embora.

-Hein? -Melissa olhou para ela.

-Ah, desculpe. -Tábata sorriu. -Eu sou uma heroína também. Sou conhecida como Labareda. Mas não acho que eu possa assumir esse cargo.

-Então vai treinar o Hector?

-Você vai ficar me devendo essa. Mas eu vou tentar. Arrume contato com ele e eu vou.

-Feito. -Axel sorriu. -Vem, vamos tomar um sorvete nós três.

Os três foram comer juntos.

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Oblivion e o Doutor conversavam juntos em uma pequena sala. Um computador estava ali, ligado, com uma planilha aberta.

-Certo, Doutor. -Oblivion respondeu. -Agora, só preciso saber como nós vamos resolver os problemas que os Mirai causaram para nós.

-Bem, não tem como obrigar nenhum dos Mirai a ser o receptáculo. Somente aguardar pelo momento. Aliás, eu contabilizei as capas dos mortos na incursão. Todas estão aqui.

-Todas? -Oblivion suspirou aliviado. -Significa que não tem como nos rastrear. Parece que somente o Duque saiu vivo mesmo.

-É. -O doutor olhou para a tela do computador. Ali, uma lista de nomes estava escrita. -Está apagando os registros?

-Sim. Eram todos problemas. Veja só, Lótus era uma estelionatária. Zap, Zeta e Theta apenas ladrões. Zap chegou a ser acusado de latrocínio. Uma situação lamentável.

-De fato. Mas agora sabemos a ameaça que essas crianças representam. Crash era um membro excepcional. Muitos sentirão falta dele. Ninguém, especialmente, ficou muito triste com a morte do amigo.

-Uma pena. Mas agora já aconteceu. A equipe Majoris foi avisada sobre o perigo que os Mirai representam. Quando Hikiro estiver pronto, eles irão agir.

-Sim. Espero que nenhum deles venha a cair.

-Não se preocupe. Se algo acontecer, Atlas irá novamente atrás deles.

-Ah sim. O chefe ficou furioso com a ida dela e com o ataque às crianças. Desafiá-lo é algo idiota. Atlas cometeu um baita erro. Ela deveria apenas supervisionar a divisão de Elite. Era o trabalho dela, não uma infiltração idiota.

-Bem, não vamos nos incomodar com isto. Se ela ouvir conversando assim, ela mata a gente.

Os dois riram.

Enquanto isso, um homem careca de olhos azuis estava na saída de uma cafeteira, quando olhou para a rua.

Ele viu o homem enorme se aproximando dele.

-Boa tarde, Ninguém. -Ele sorriu.

-Boa tarde, Majoris. Está ocupado?

-Não. Mas vejo que você também não está. Precisa de ajuda?

-Ajuda? Não. Eu estava apenas procurando possíveis aliados. Mas vi você aqui e vim dar um oi. -Ninguém sorriu. -Parece que aquelas crianças estão se tornando um perigo.

-Eu soube. Pobre Crash. Era um homem incrível.

-Ele era. Pobrezinho tinha que aguentar aquela gente insuportável. O Duque era o único amigo dele naquela equipe.

-Agora já aconteceu. O Duque também era excelente. Espero que tenham morrido em paz.

-Duque sobreviveu. Foi o único sobrevivente da batalha.

-Incrível. E agora, nós aqui quem vamos ter que eliminar os Mirai?

-Eliminar não. -Ninguém sorriu de novo. -Tragam eles. Eu mesmo vou convencer eles de quê devem lutar ao nosso lado.

-Isso é... Perigoso.

-Sim. Todas as coisas aqui são perigosas. Por isso o Oblivion confiou a você essa missão, sua equipe é perfeita no quê faz.

-Obrigado. -Majoris sorriu. -Um elogio vindo de você é muito gratificante.

-De nada. Eu preciso ir. E lembre-se, continue o bom trabalho. Logo serão muito bem compensados por isto.

Majoris acenou enquanto Ninguém ia embora.

Ele olhou para uma das mesas. Ali, um enorme homem se sentava. O homem era extremamente musculoso, e seu cabelo castanho longo ondulava até chegar aos ombros. Seus rosto largo e tenebroso fazia qualquer um tremer. Uma capa roxa estava posicionada sobre seus ombros.

-E então? -O homem perguntou.

-A gente vai precisar capturar as crianças. Vamos ter que ser gentis. Não temos permissão para machucar nenhuma.

-Isso vai ser difícil. -O homem olhou feio para a direção que Ninguém seguiu.

-Nem tanto. Por isso somos uma equipe. Nós faremos a captura, e você vai eliminar os inimigos que se intrometerem.

-Melhor assim. -O homem deu um suspiro. -Vou comprar um café.

-Perfeito. Confio em você como nosso melhor membro, Blecaute. Continue assim.