Louisa Summers não era uma garota normal, mas, digamos que a mesma era especial para todos. Tanto para o céu quanto para o temido inferno e mesmo que ela jamais soubesse… Ela era. E neste exato momento a mesma estava chateada, emburrada olhando para o relógio grande e redondo posicionado na parede cor de rosa em sua frente contando os minutos para sair do lugar de onde estava como se nada tivesse lhe acontecido ou melhor provocado…
Era como das outras vezes não era? Ela não tinha culpa, nunca teve. Pelo menos era isso que ela queria tentar acreditar ou fazer com que seus pais e os outros acreditassem. Ou talvez já nem tanto assim. Já não importava mais.
Não para ela. Não mais. Não era culpa dela agredir a sua colega de classe. Elas não eram amigas. Nunca foram. Porque justamente agora elas seriam? Isso não mudaria nada os fatos. Não fazeria sentido algum.
Além do mais, ela tentou se defender primeiro. E pareceu a ela que a diretora Jones já não acreditava mais em suas palavras, o que de fato não era mentira. Para ela, Louisa Summers era a maior garota mentirosa de todos os tempos.
Afinal quem acreditaria numa garota que ouve coisas, vê coisas e faz coisas? Isso é estranhamente fora do normal, uma coisa que ela não era. Nunca será.
— Tá legal. O que houve dessa vez? Srta. Summers — A Sra. Jones a encarava com um olhar tremendo de superioridade ajeitando seus óculos que pareciam mais dois pares de garrafas, do que dois pares de óculos — Summers com essa já é a décima vez... Só essa semana que te vejo em minha sala. Neste mesmo horário. Mas com pessoas totalmente diferentes. Então, vamos! Me diga! O que fez desta vez?
— Eu apenas me defendi — disse com desdém.
— Você apenas se defendeu? Como? Se defendeu de quê e de quem, Summers? — disse Camilly com uma marca de agressão em seu rosto, os cinco dedos estavam bem ali presentes e Louisa seguiria bem contente com isso pelo menos sairia da escola sabendo que deixou marcas naquela cascavel cheia de brilhos na qual tanto odiava — De mim? Você está se defendendo de mim? Summers era eu que devia me defender de você. Olha o que você fez comigo! — apontou para o seu rosto — Você deixou seus dedos em mim. Em meu rosto.
— Era exatamente o que você ia fazer comigo, Camilly. Eu senti... Eu senti isso quando você me cutucou pelas costas, e além do mais essa marcas em seu rosto ficaram perfeitamente ótimas em você — disse tentando não mais se explicar, era totalmente inutil percebeu em fim o que estava mais para deboche — E das outras vezes que eu estive aqui, foi você que me agrediu primeiro Foster. Então, não venha se fingir de culpada. Ah, que se dane, que se dane, eu não vou ficar tentando explicar uma coisa que vocês nunca entenderiam...
— Ah, fala sério, Summers. Eu nunca te bati e nem nada. É você que fica com essas esquisitices, a encrenqueira aqui é você, não eu. Acorda Summers! — ela encarava Louisa Summers com um ódio puro estampado em seus olhos e depois voltou a olhar para a Sra. Jones — O meu pai já está a caminho... Será que eu posso esperar lá fora?
— Ah! Ok, Camilly... Está bem… Você já pode ir, eu acho — sorriu — Depois a gente conversa quando seu pai chegar... — disse Jones a garota que se levantou sorrindo com um grande olhar maldoso no rosto para Louisa Summers com um olhar diabólico de quem gostava de ver as desgraças alheias dos outros. Como ela sempre fazera. Especialmente com as desgraças que ocorriam com a garota do seu lado.
E ela sabia disso, que aquilo era o fim para ela, Camilly era filha do fundador da escola e a Sra. Jones — A diretora da escola — tinha um grandioso respeito e carinho pela família Foster entre aspas. Ela tinha medo e fazia tudo que Camilly lhe "pedia" com carinho. Digamos que, uma enviada do Diabo.
Assim que Camilly foi embora, a Sra. Summers — a mãe de Louisa — estava lá fora esperando conversar com Jones sobre a situação de sua filha... E assim, foi. Louisa Summers esperou na sala de espera até que a sua mãe saísse de lá, e quando a mesma saiu Louisa já sabia que as coisas não estavam nada boas para ela.
Pois Loretta Summers encarava a Sra. Jones com um certa ódio em seus olhos e isso estava bem iminente em si, olhos castanhos estranhamente brilhantes e ofuscantes, fora que, Loretta Summers balançava seus pés com uma tremenda força que parecia que ela iria cavar um buraco no chão.
O que de fato não seria impossível de ser feito já que sua força era eminente.
E com os braços cruzados disse: — Vamos embora. Você não pertence mais a está escola — suspirou — Graças ao nosso Santo Híbrido.
— Sra. Summers... Eu simplesmente lamento muito por isso... — começou a dizer para a garota de cabelos negros parada bem a sua frente.
— Não! Você não lamenta, não. Se lamenta-se não deixaria uma menina de 16 anos amedrontar a sua maldita compostura de diretora, a sua inteligência, o seu julgamento, o seu ego e principalmente o seu conhecimento de líder, só por ser a filhinha mimada do fundador, você é uma vergonha — diz a sua mãe olhando para a mesma — Então não finja sentir uma coisa que você não está sentindo Sra. Jones, seja pelo menos honesta com a minha filha e principalmente consigo mesma. Ou será que é pedir demais a você? Vamos Louisa! Vamos procurar outro colégio. Já que infelizmente aqui, nesta escola, não tem pessoas tão qualificadas como um dia eu havia chegado a pensar que haveria, passar bem Sra.Jones e tenha um ótimo dia se conseguir manter sua dignidade e mente limpa, se conseguir. Ah, vou tirar o meu filho também pode anotar isso também em seu caderninho azul de subordinada! — Ordenou Loretta caminhando sem olhar pra trás até a saída da escola com a sua filha, Louisa, atrás de si.
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Enquanto isso, em Foster, Lorenzo Summers, dono de uma beleza incrível e levemente quase irresistível para as suas colegas de classe tentava ganhar carícias de algumas delas. No colégio. Onde a sua irmã mais nova por apenas um ano de diferença acabara de ser expulsa.
E que obviamente ele já sabia disso.
Lorenzo Summers carregava consigo toda a beleza da família — A beleza que um dia seu pai, Marccelo Summers já chegou a ter — O que era visível já que ele, em apenas quatro meses de veterano estudantil chegou a pegar quase todas garotas do colégio… Quase todas, bom havia uma que ele não tentaria pegar de jeito nenhum, nem que ela fosse a última bolacha do pacote. Não que ela não quisesse. Pelo ao contrário. Ela dava muito mole para ele d muita atenção também. Até demais. Inclusive tirava-o de várias furadas em troca de algo, algo que ele nunca, jamais chegou a dar a ela, mas que ela achava que um dia ela teria. E era por escolha própria. Algo que ele mesmo jurou nunca mais pegar em toda a sua vida humana.
E também, porque vê-las furiosas só aumentavam sua popularidade escolar entre os demais estudantes. Garotas frescas não era seu forte. Nunca foi. Em sua opinião, era desanimador e nada atraente para si. E não era só porque a mesma era a filha do diretor da merda toda que mandava e desmandava nessa escola que ela teria que estar na lista dele. Ficar com ela, não estava nem nos seus piores pesadelos. E olha que não era muitos.
Camilly Foster era a garota mais insuportável que Lorenzo já vira em toda a sua vida, e pior, ela era grudenta e muito persistente. Com ela a palavra "não", não existia em seu vocabulário e nunca existirá já que o seu pai dava e fazia todos os seus caprichos. Caprichos de uma garota rica e super bem mimada que ela era. Um título que a mesma fazia questão de merecer e que Lorenzo Summers detestava.
— O que você me diz princesa…? — ele tentava convencer a bela morena que estava a sua frente a ficar com ele depois da aula. Mentindo em que ter um jantar e um cineminha cairia bem para eles, era o que ele pensava enquanto acariciava com cuidado seu rosto e por último o seu lábio rosado fazendo a sua carinha fofa para ela. E esse era o seu truque final — Olha... Eu juro que você não irá se arrepender. Eu quero tanto você, minha pequena… Anda vai. O que você me diz, vamos sair hoje a noite?
— Ah… — começou dizer a garota submissa ao seus caprichos, mas logo foi interrompida por uma garota que ele tanto tentava evitar ao longo dos seus meses escolares.
— Ela não irá — disse irritada — Anda garota saia já daqui ou eu garanto que vou fazer a sua vida em um inferno — E ela foi, sem nem pensar duas vezes a garota se foi correndo para bem longe deles, como se estivesse correndo do próprio diabo. Pois é, ela sabia muito bem que desafiar Camilly Foster seria a pior burrada que ela já fizera em toda a sua vida humana.
— Camilly… — Lorenzo se encostou na parede com os braços cruzados encarando-a com seus olhos cor de esmeralda de tão verdes que eram, a fazendo-a sentir coisas por ele, coisas que ele sabia muito bem que provocava nas garotas — Por que fizestes isto, Cami? Por que estragasse o meu lance?
— Porque era para eu estar daquela forma contigo e não ela, Loren… — ele tampou a boca dela com uma de suas mãos, a impedindo de falar não porque queria algo com ela, mas sim porque ela falava demais e a sua voz não era muito atraente assim como ela pensava que era… nunca foi. Não para ele. Ela era irritante.
— E como Cami? E como eu estava com ela? — Ele a acariciava invertendo as posições, agora era ela que estava na parede enquanto ele a prendia com um dos seus braços encostado sob ela — Me diga Cami… — ele agora sussurrava em seu ouvido o seu apelido, a deixando-a tonta — Por que Cami… Porque fizestes o que fez? E com ela? Com ela Cami?
Lorenzo não gostava de torturar pessoas, mas, Camilly Foster ele amava, quer dizer, ele só estava dando o troco, não por ela ter feito o que fez com a sua garota. Pois ele a conseguiria mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro com seus encantos e truques que só ele saberia como usar. Mas sim, pelo o que ela fez com a sua irmã. Ele sabia o que aconteceu. Afinal, o que os alunos desta escola não sabiam… As notícias correm a solta. De um feito feroz, mas correm.
— Porque ela não é pra você — disse por fim.
— Não… não é isso que eu estou me referindo — Lorenzo roçou o seu nariz em seu pescoço, deixando-o um beijo no local, algo que a fez se arrepiar da cabeça aos pés sem dúvida.
— Não? — Camilly perguntou sem fôlego.
— Não... — dá-lhe outro beijo, só que desta vez a mordeu de leve no mesmo local que havia beijado minutos antes, e depois voltou, olhando em seus olhos quase unindo seus lábios nos dela — ... Não é ela, Camilly — acariciou uma de suas bochechas rosadas — E você sabe muito bem disso. Estou me referindo a outra garota. A qual você infelizmente fez ser expulsa daqui.
— O quê ela tem haver com a gente? — perguntou irritada pensando que até ali Louisa Summers não a deixava em paz — Ela não vai mais nos incomodar, meu pai já cuidou muito bem dela... — teve a coragem de dizer a ele, enquanto sua boca encostava no seu pescoço nu, lhe fazendo ficar inquieta, com um calor tremendo por debaixo das pernas.
Ele sorriu olhando para ela bem no fundo dos seus olhos azuis, dava para ver, Camilly Foster estava ardente de desejo por ele. Era definitivamente e estranhamente incrível que ele a fazia lhe sentir essas coisas. Lorenzo nunca conseguiu entender porque as garotas gostavam tanto dele. Especificamente não daquela maneira.
— Ele também cuidou de mim — ele disse por fim, saindo de seus braços, se afastando dela, a deixando sem saber direto das coisas. Ela estava confusa.
— Eu não entendo — disse Camilly tentando tocar em um dos seus braços, mas logo foi impedida por ele — Como meu pai cuidou de você também? Não estou entendo, Lorenzo. Me explica.
— Estou dizendo que com a saida da minha irmã, Louisa Summers, a garota que você tanto odeiava nesta escola, eu também irei...
— Eu posso concertar. Eu não acredito que ela seja a sua irmã... — Se agarrou a ele — Eu não imaginava, me desculpe eu... Eu..
— Você não pode. Nós, os Summers não mudamos de ideia. Você deveria saber que ela era a minha irmã, não nos desgrudamos um do outro, nunca, isso é imperdoável. Somos família. Ou, o nosso sobrenome Summers não diz nada a você? — perguntou se soltando dela.
Camilly ficou mais branca do que o normal, paralisada imaginando que talvez este seja o motivo por ele nunca querer ficava com ela… Pois ela passou esses anos todos atormentando Louisa Summers, uma garota que ela achava ser apenas uma intrusa com uma coincidência incrível.
— Lorenzo...
— Até nunca mais, Foster — disse por fim indo embora deixando a mesma com a maior cara de tacho e confusa. Porém, arrependida pelo que havia feito com a irmã do seu amado. Sim, ela o amava. Camilly Foster havia cavando sua própria sepultura sem perceber a tempos.