Saber que eu não posso confiar, eu já sabia.
Saber que todos eles vão tentar me deixar para trás assim que conseguirem... Isso eu também já sabia.
Eu já sabia. E já tinha aceitado faz um tempo já.
Mas ainda quando estou sozinho, deitado na cama ou sentado olhando para o nada das paredes e tetos brancos, eu penso sobre isso.
Considerar que atualmente talvez eu tenha só um amigo, e esse amigo nem no mesmo estado que o meu mora, desanima um pouco.
Todas essas coisas sufocam a minha vontade.
Eu aceitei... A vida é sim triste, e de vez em quando temos alegria.
Eu aceitei que cada passo que dou eu me aprofundo, cada passo a mais eu me afundo.
Eu entendi...
Eu entendi que "nihil sub sole novum".
No final, tudo era sobre "vanitas vanitatum et omnia vanitas".
Aquela que chamei de amor negou-me a porta aberta. Amigos negaram-me a entrada. Familiares fecharam as janelas. E a vida desligou as luzes.
Confiar em quem? Confiar no quê?
Eu nunca neguei uma porta. Nunca neguei a entrada. A janela sempre esteve aberta. A luz eu sempre a deixei ligada. Não neguei o pão e nem a esmola a ninguém.
E mesmo assim? Mesmo assim? É sempre assim...? Será sempre assim?