O PREÇO DA LIBERDADE
Perdi o caminho de volta, estou com medo dele me encontrar! Não quero que veja minha miséria, de como fiquei depois da sua partida.
Tentei me encontrar, mas no final eu era somente uma sombra do que já fui um dia. Depois da sua destruição, recomponho-me, finjo, mais uma vez finjo. Já nem era estranho fazer um papel que me deram, sem nem menos me perguntarem se eu queria. Era só mais uma peça no meio de toda cena, não sentir, não sofrer, não ligar, é sempre assim. No meio do furacão, continuo tentando me encontrar.
Olhei através das cortinas, lá estava o culpado de toda dor que me atormenta, a dor da culpa, todo sentimento pelo erro que cometi. Assim que a música toca, é minha deixa para sorrir, flertar, dançar, exibir-me. Uma angústia muito grande aperta meu coração como se eu fosse surtar, mas isso era eu, uma bola de confusão, uma prostituta como ele mesmo enfatizou! Uma caçadora de ouro!
Talvez este continue sendo o meu destino, ser alguém invisível.
As luzes se apagam e quando a música começa a tocar, entro no palco com a cabeça baixa da forma que ensaiei. Danço, dando o meu melhor, tudo de mim. Fecho meus olhos e me deixo guiar pelos meus instintos. Assim que os abro novamente, vejo-o em pé, próximo ao palco, olhando-me profundamente, seus lábios mexem dizendo:
— Finalmente te achei .