Reencarnei como um Necrófago em um Mundo de Guerra Eterna
Nunca atrapalhe o descanso dos mortos.
Eu devia ter tatuado isso na testa.
Passei a vida invadindo tumbas, saqueando cadáveres, arrancando dentes de ouro e esfregando os ossos alheios como se fossem mercadoria de feira. Achei que a morte seria o fim — ou, quem sabe, uma conversa rápida com algum burocrata espiritual.
Mas não. Apareceu ele — um Deus da Morte arrogante, irritado e com tempo livre demais.
Como punição cósmica, me chutou para um mundo em guerra constante, onde só os monstros sobrevivem. E não satisfeito, me reencarnou como um necrófago, uma criatura imunda que precisa devorar cadáveres pra não virar adubo.
"Ah, e pra equilibrar", ele disse, "vou te dar um sistema. Um bem especial. Cada vez que você sofrer, vai ficar mais forte."
Muito justo, claro. Exceto pelo detalhe de que a única coisa que sempre temi... é a dor.
Agora tô aqui: num inferno sem fim, cercado de corpos em decomposição, monstros famintos e gente pior que monstro. E o único caminho pra não virar estatística é sentir dor, muita dor — e comer o que sobrar dos outros.
Legal, né?