UMA ESTÓRIA DANATUÁ
Um demônio, uma demiana, um dahr e uma nefelin. Em comum entre todos eles apenas o fato de serem guerreiros formidáveis que, provavelmente, não deveriam ter se encontrado. Apesar das esperanças de que tudo ocorresse bem, para a grande maioria não havia como não se matarem no processo.
A cada encontro um confronto terrível, e o que os coloca sob uma perspectiva mais dramática é a guerra em que eles estão imersos, uma guerra tão vasta e terrível que tem o poder para causar o fim de uma era.
Mas, no sorriso tranquilo de alguns poucos, a visão de destino e a face sorridente de um deus.
O que poderia dar errado?
[...] - Não tenho contratos com vocês – rilhou Mercator. – Nem com qualquer outro ser, anjo, demônio ou deus, por miserável que seja.
Escuridão examinava Mercator, os olhos frios e calculistas.
- Nos batemos naquelas cavernas, e perdemos tudo e...
- Se perderam tudo é porque seu inimigo te superou. Que diferença eu poderia ter feito? [...]
[...]- Uivo, é você? – a ouviu gemer.
- Sim, sou eu! Descanse, descanse. Agora está tudo bem. Ele já não está mais aqui...
Mas, para seu desespero, pressentiu algum movimento à frente e sua dor aumentou, temendo que a criatura, ou uma outra, estivesse avançando contra eles. Usando suas últimas reservas afastou Allenda e se levantou, as garras sem forças para desembainhar totalmente encaminhando grossas gotas vermelhas para o chão, os braços pesados ao longo do corpo.
- Minha vida pela dela – gemeu se dirigindo para os vultos ao longe que os olhos turvos não conseguiam mais focalizar. Todo seu ser estava tomado de desespero, o mal-estar atingindo-o duramente, a mente girando, o mundo começando a escurecer. [...]
[...] Com um urro medonho, que reboou por dentro da floresta, o demônio se afastou em grande velocidade.
Mais que depressa Allenda se aproximou de Uivo, avaliando a extensão dos ferimentos, enquanto ArrancaToco se acercava da criança.
Lentamente, sob o encantamento de Allenda, a respiração de Uivo foi se regularizando e se fortalecendo. [...]