Desonra
Ela sempre teve o controle. Até ele aparecer.
Ísis cresceu em silêncio, afogada por um sobrenome que impunha medo, respeito e um tipo cruel de lealdade. Acostumada a usar corpos como fuga e prazer como arma, nunca precisou de nomes, promessas ou despedidas. Ela transava e sumia, e nenhum homem ousou pedir mais do que isso.
Até que, em uma noite qualquer, em uma boate anônima, ela puxou um desconhecido pela camisa, o arrastou até o banheiro e o deixou invadir cada centímetro do seu corpo. O que era pra ser só mais um gozo, uma foda rápida e esquecível, virou um vício no segundo em que ele a ignorou.
O nome veio depois.
Kalebe Torres, inimigo declarado do pai dela, homem marcado por cicatrizes, vingança e silêncio. Ele sabia quem ela era desde o início, e mesmo assim, foi com ela. A penetrou com raiva, deixou nela um gosto de ferro e domínio, e saiu como se não tivesse acontecido nada.
Mas ela sentiu.
E não conseguiu parar de sentir.
Desde então, ele se tornou pensamento recorrente, delírio constante, fome física e emocional. Não importa se ele a odeia, se a vê como arma ou erro. Ísis quer mais. Quer tudo. Quer ver Kalebe perder o controle, gemer o nome dela, implorar ou quebrar.
Essa não é uma história de amor.
É sobre poder, obsessão, corpos usados como munição e prazer como punição.
E Ísis?
Vai se vingar.
Mesmo que seja sentando no colo do próprio inimigo.