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Arcano: Eisen Sekiro

🇧🇷Kolma
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Chapter 1 - Ecos de um mundo em guerra

Em um mundo repleto de guerra, morte e sofrimento, buscamos sempre um fio de esperança. Fazemos de tudo para mantê-lo firme, e com todas as nossas forças nos agarramos a esse fio, para que as almas cheias de dor e amargura consigam, algum dia, alcançar um fim onde a paz possa existir. Uma vida comum seria uma bênção.

Mas onde estamos, a esperança só nasce nas novas gerações, pois quem vive o bastante entende que não há fim. Não há paz. Não há esperança. Aqui, você morrerá, e se lutar, morrerá tentando defender os mais fracos, enquanto os fracos nem terão a chance de lutar. A única coisa que se conhece, passada de geração em geração, é uma singela frase dita às crianças, que ainda não compreendem este mundo: "Você pode ser grandioso, pode ajudar muitas pessoas". E quando essa criança finalmente entende o seu papel, ela já está à beira do abismo, cega, incapaz de ver o que a espera. A única coisa que resta é o sofrimento.

A sensação de alegria aqui é momentânea. Não importa o quão feliz você esteja, sempre sofrerá mais, muito além do que imagina. Aqui, não há abrigo. Em algum momento, sua vida será completamente virada de cabeça para baixo, e mais uma vez você perderá para o mal.

Entretanto, existiram aqueles que, por mais singela que seja sua vontade, por mais fraco que possa ser, buscam uma determinação inabalável, como se lhes tivesse sido passada uma promessa de vida, tornando-se mais do que um objetivo de vida, tornando-se o motivo de sua própria vida. Pessoas que não se apegam a seu corpo, não se apegam a suas dores, totalmente focadas em sua motivação inabalável: “Eu vou proteger todos que eu puder”.

Ressoando não importa a raça, cor, estilo, personalidade. Quando alguém ganhava esta motivação, poderia perder sua vida, mas a dor nunca a dominaria por causa disso, apenas o lamento de não ajudar mais pessoas. Em cada era, cada século pessoas assim surgem para motivar todos ao seu redor a lutarem, mesmo que não seja por si mesmos, mas para todos. Em tempos de guerra, são estes que podem ser considerados heróis, aqueles que trazem a motivação perfeita para todos. 

Nessas diferentes eras, cada geração lidou com seus próprios gigantescos desafios, desde lidar com o avanço de uma trincheira até quase levar sua espécie à extinção. E, como diz o ditado, tempos difíceis geram homens fortes, homens fortes geram tempos bons, tempos bons geram pessoas fracas, pessoas fracas geram tempos difíceis. E assim segue este mundo, enfileirados nesta sequência em sua história, a cada período existindo pessoas magníficas que sacrificam seus corpos e almas para motivar a humanidade e existem aqueles que possibilitam a devastação dela. 

No ano de 7005, vinha a este mundo um dos que se tornaria um dos maiores heróis que passaram por esta terra amargurada, tão decrépita, que ainda admirava o sangue de inocentes sendo derramado enquanto agora os mais poderosos e os aqueles arrogantes esbanjavam mordomia enquanto os mais fracos pereciam, enfraquecendo ainda mais o mundo. A cada dia a humanidade avançava para mais um colapso, só não saberiam o quão rápido este dia poderia chegar. 

Pois neste momento da história, a humanidade avançava pelo continente norte, tomando territórios e cada vez avançando para o território dos Nexuls. Seria oportuno explicar o que é esta tal espécie, e onde fica este continente norte, mas o fato é que para entenderem o que ocorre neste mundo é necessário voltar pouco mais de 7000 anos, para depois se compreender a história de Eisen Sekiro.

HÁ cerca de 7023 anos, antes da vinda de Eisen, existia uma espécie de animal que era altamente inteligente e conseguia se socializar em um grupo muito grande, suas casas tradicionalmente feitas de madeira ou barro. Criavam animais, cultivavam alimentos e viviam da maneira que conseguiam, caçando o que precisavam. Suas características eram variadas, afinal existiam milhares de vilas ao redor do mundo, mas com o mesmo intuito de querer apenas prosperar, viviam sem necessitar de guerras nem conflitos com outras vilas, colaboravam umas com as outras para se defenderem. Criando um vínculo com seu lar que jamais poderia ser quebrado, até que neste ano o estranho chegou, lhes mostrando o caos e o terror. Um Nexul, do tipo voador, uma criatura de quatro patas com várias esporas que iam do começo ao fim de cada pata, com o tamanho de um humano adulto, asas que certamente davam três homens de uma ponta a outra, em sua cabeça uma mandíbula exposta com duas presas que cortavam como tesouras, partindo qualquer um que cruzasse seu caminho, vários olhos espalhados por toda sua cabeça enorme e redonda, com duas juntas que emanavam o mais asqueroso e desagradável odor, parecendo que corpos estavam se decompondo ali há anos sem sumirem. E em sua cauda, que alcançava mais de três homens de comprimento, dividida em vários pedacinhos, e em sua ponta uma espécie de gancho que, quando cravado em alguém, um ácido poderoso corrói até o osso mais duro. Quando finalmente esta terrível criatura apareceu na primeira vila que estava em sua frente, as 347 pessoas que haviam lá, apenas duas sobreviveram, dois irmãos, que de alguma forma mataram aquela criatura. Outras aldeias viram aquele massacre e duas crianças sentadas perto da criatura morta não entendiam o que havia acontecido, mas este fato marcou a história da humanidade. A primeira criatura atravessava o grande oceano e atacou humanos. As duas crianças foram levadas para a vila vizinha e lá se abrigaram. 

Dois anos depois, a 4198 km ainda na costa, em direção ao leste do ocorrido na vila das duas crianças sobreviventes, outra pequena aldeia se mantinha pelas riquezas do vasto oceano, tão imenso e tão rico em peixes e rochas que, com muita dedicação, foram usadas como protetor desta vila das marés que rotineiramente destruía suas aldeias, uma vila de pessoas boas, agricultores, pescadores. Mas neste dia também um mar de mortos, três destes insetos alados malditos chegaram a esta vila, massacrando tudo a sua volta, nem mesmo seus animais de estimação permaneceram vivos.

Entretanto, alguns pescadores que haviam partido para buscar suas armadilhas na água viram a catástrofe, suas famílias sendo devoradas, suas casas destruídas, seus filhos ainda abraçados com suas mães enquanto aquelas malditas criaturas arrancavam seus membros um a um. Sem acreditar no que viam, os cinco pescadores apenas ajoelharam à beira da praia em seus barcos, sem entender, sem ao menos conseguirem raciocinar o que era aquilo que as devorava. Mas um deles viu algo que os outros não puderam ver, debaixo de um cesto de peixes de palha, algo se mexia. Ele mal via direito, mas era uma verdade que alguém estava ali dentro. Entretanto, ele não foi o único a perceber que existia movimento dentro do cesto, algumas das criaturas foram em direção ao cesto. Sem êxito, ele saltou na água mesmo a uma certa distância da praia. Seus colegas gritaram a ele, mas seus ouvidos estavam tampados pelo desespero. Ele podia sentir a agonia do que pudesse estar ali, apenas torcendo para sobreviver. Enquanto nadava, tentava fazer o máximo de barulho para chamar a atenção das criaturas, mas sua direção não mudava, apenas o cesto era seu objetivo. Quando alcançou a pé a praia, aqueles malditos vermes derrubaram o cesto, paralisando o homem que ainda tentava correr. Quando pose raciocinar, seus olhos soltavam lágrimas automaticamente. Duas crianças, uma de uns 12 anos, uma garotinha com um grande cabelo cacheado, sua pele morena ressaltava com os pequenos cascos de caracóis que enfeitavam seus cabelos, e suas lágrimas formavam caminhos pela sua pele que determinava seu desespero. A outra criança, um garoto, segurava seu pequeno brinquedo feito de folhas de coqueiros. Apenas um garoto com cabelos curtos e arrepiados, apenas uma tanga o cobria, mas refletindo apenas o necessário para aquela vida. Continuando a gritar, o homem continuou a correr em direção às crianças, rápido, ele não recuava, enquanto a cada passo que ele dava sua mente só pensava em salvar aquelas crianças. Mas ele é apenas um humano fraco e sem forças o bastante para salvar os dois indefesos, num relance o sangue já escorria até o mar, e as criaturas já se juntavam para saciar sua fome. O homem via sua motivação morrer diante de seus olhos, ajoelhado, chorava. Então aquelas bestas o viram finalmente, correndo até ele forte e decisivamente. Ele apenas se virou, ainda ajoelhado, e esperou seu fim. Apenas morrer poderia salvá-lo finalmente. E quando a criatura se aproximava, ele já pedia perdão por não ter conseguido salvar a vida de ninguém ali. E quando a criatura estava prestes a matá-lo, ela parou, quase próximo a ele, a água estava na altura de seu peito, e pelo que parecia aquelas criaturas não podiam ir a certas profundidades. O homem, com raiva, se levantou e chamou pela criatura que o encarava com suas centenas de olhos, buscando alcançá-la sem se mover, mas nada aconteceu. Os colegas daquele homem o agarraram e, puxando-o para trás, tentavam confortá-lo. Impulsionado pela raiva, o homem se soltou e voltou a avançar em direção àquele maldito ser e, com ele, a cada passo, a cada ressoar de vibração no oceano, a água se agitava. Com aquele homem, o mar se tornou sua lança e, com sua fúria, avançou contra todas que estavam na praia, tomando toda sua própria vila, avançando tanto que destruiu todas as pedras que a protegiam das marés, alastrando-se até as florestas que estavam suas plantações, devastando tudo. Quando a água recuou novamente, não restava pedra sobre pedra, nem aquelas criaturas, nem ao menos os corpos de seus entes mais queridos. O homem que teve sua fúria tomada se via na frente de apenas destruição e, caindo para frente, quase sem vida, se questionava se aquilo era apenas um sonho, e sua mente desapareceu, esvaziada pelo cansaço. 

Duas histórias que talvez não se assemelhem muito, mas por trás do sofrimento destas pessoas, a salvação de muitas outras fluía pelo sangue da humanidade. Os primeiros usuários do Arcano nasciam, pessoas que manipulavam conceitos presentes em tudo que existe, impulsionados com a motivação de salvar suas pessoas mais queridas. Despertavam, onde a violência nunca foi impregnada, o desejo de matar para sobreviver se aflorava rapidamente. Ao longo de todo o Continente Sul, estes seres únicos surgiam e conseguiam equilibrar o que era apenas massacres, batizando com o sinônimo do Deus da vida Arcane, o elemento que pode restaurar a uma singela paz. O Arcano. 

A partir deste momento, o mundo da humanidade se tornou sobreviver, ao ataque que sofriam a cada dia, tentando obter esperanças foram ao norte, onde jamais tentaram navegar. E lá o céu se escurecia, apenas a escuridão prevalecia, por séculos barcos zarparam e jamais retornaram, e mesmo assim as criaturas aladas retornavam, agora possuindo seu próprio nome pensado no Deus da Morte, os Nexuls. Milhares de anos se passaram e a humanidade avançava e regredia. Quando buscava tentar lutar contra o norte, mesmo que quase conseguisse exterminá-los, a humanidade estava perdida e quase extinta. Graças à singela motivação de salvar o que conseguiam, aqueles com grandes poderes evitavam que a humanidade desaparecesse.