Download Chereads APP
Chereads App StoreGoogle Play
Chereads

Código 22

DRCMWriter
--
chs / week
--
NOT RATINGS
604
Views
Synopsis
Em uma nação à beira do colapso, o grupo terrorista Aurora Negra sequestra 50 figuras influentes e exige a dissolução do governo em troca de suas vidas. Com as forças militares debilitadas, a última esperança do país recai sobre um grupo de delinquentes jovens — ladrões, assassinos e criminosos — entre 14 e 20 anos. Sob a supervisão de três soldados veteranos, eles têm a missão suicida de invadir uma fortaleza subterrânea nas montanhas geladas para resgatar os reféns antes que o tempo se esgote. Se falharem, o país estará perdido. Se tiverem sucesso, poderão provar que até os mais esquecidos têm uma chance de redenção.

Table of contents

VIEW MORE

Chapter 1 - Prólogo

O relógio digital sobre a lareira marcava 21h47. A noite estava fresca, não necessariamente fria, típica do centro-oeste de um país com climas amenos. O ambiente na casa do ministro da economia Henrique Tavares estava quente e acolhedora, envolvida num quase silêncio confortável. O homem em questão estava vestido com um pijama de seda que custara 200 dólares, com uma caneca de café expresso esfriando lentamente em um suporte para copo na enorme poltrona de couro, lendo relatórios recentes sobre as últimas movimentações da bolsa no mercado de valores. Com os óculos de armação metálica na ponta do nariz, o ministro de sessenta e muitos anos, com cabelo grisalho a menos e peso a mais se sentia confortável enquanto lia e ouvia sua esposa, Carla, cantarolando uma velha melodia enquanto se servia de uma taça de champanhe na cozinha cara. Era reconfortante. Mas o velho homem sentiu um mau presságio quando o cantarolar de Carla foi subitamente substituído por um silêncio opressor. Porém, preguiçoso demais para se levantar e ver se estava tudo bem, ele seguiu com sua leitura, convencido que ela estava bebendo de sua taça. Mas o silêncio manteve-se por mais tempo que devia. Ele finalmente pousou o relatório no braço da poltrona, calçou as pantufas e caminhou até a cozinha. 

"Querida?" chamou ele, curioso. Entrava na cozinha quando ouviu o grito. "Mãos ao ar!" Exclamou o invasor. Um homem mascarado de preto da cabeça aos pés com uma farda militar tinha um fuzil na mão. Apontado diretamete à cabeça de Henrique. Ao seu lado, seu colega mantinha Carla refém com uma faca de mato serrilhada encostada ao pescoço dela, enquanto esta estava de mãos erguidas e de joelhos. Estrias escuras em sua cara denunicavam que o choro apavorado tinham apagado sua maquiagem que escondia as rugas. O ministro ergueu as mãos imediatamente, tremendo de temor pela mulher e pela própria vida. O homem armado gritou outra ordem "De joelhos e com as mãos na cabeça!". Henrique se ajoelhou, optando entre fitar a mulher, o homem que a mantinha refém e a arma apontada à sua própria cabeça.

Tremendo, ele perguntou "O que querem de mim?". O mascarado armado nem hesitou. "Você" disse ele. "Como assim?" Indagou Henrique, apesar de saber perfeitamente do que se tratava essa exigência, porêm tentando manter a calma. O armado abanou a cabeça em desprezo e apontou o cano de seu fuzil à cabeça do ministro novamente. "Você vai vir com a gente agora, sem resistência" afirmou friamente. Apontou uma pistola sacada meio segundo antes de um coldre na perna direita pra cabeça de Carla "Ou ela vai sofrer as consequências". O cérebro de Henrique trabalhava rápido, o suor escorria no seu pescoço. Tentou planear uma saída, mas a faca e a pistola que ameaçavam Carla impediam qualquer resisência. "Se eu colaborar, vocês a libertam?". O armado estava mascarado, mas Henrique conseguiu ver um sorriso ténue por trás do que escondia o seu agressor. "Claro", afirmou, colocando novamente a pistola no coldre "Mas sem movimentos bruscos, velhote, ou ela vai dessa pra melhor". Henrique respirou fundo "Eu colaboro. Mas deixem ela primeiro, por favor". O mascarado de faca olhou hesitante pro seu superior, e este acenou afirmativamente com a cabeça. Então largou Carla. A mulher idosa foi jogada no chão e viu, em lágrimas, seu marido ser levado. Não havia nada que pudesse fazer. 

Lá fora, o vento frio noturno uivava, cortando o rosto de Henrique conforme este era abrutadamente arrastado pela rua com dois terroristas agarrando seus braços. Um carro preto não identificado aguardava sua chegada. O do fuzil entrou pro banco do passageiro, o da faca abriu a mala do carro e jogou o ministro idoso lá pra dentro sem mais nem menos, antes de fechar a porta com um estrondo. Henrique ouviu o que o prendera na mala entrar no veículo pro banco de trás, então o carro foi ligado e saiu dali a grande velocidade. Henrique sentiu um arrepio na espinha quando o terrorista armado sacou de um rádio portátil e disse "Pegamos o último. Estejam prontos pra começar em 12 horas"