O Cavaleiro Negro
O vento uivava como um lobo faminto, chicoteando a capa negra de Kaito enquanto ele cavalgava pelas estradas sinuosas que levavam ao vilarejo de Carl Grent. A noite, densa e sem estrelas, engolia a paisagem, deixando apenas o som dos cascos do cavalo e o ranger da armadura negra de Kaito quebrando o silêncio.
Kaito, um cavaleiro de porte imponente, com olhos gélidos e um semblante que carregava o peso de inúmeras batalhas, era uma figura envolta em mistério. Sua armadura negra, adornada com runas antigas e desgastada pelo tempo, sussurrava histórias de um passado obscuro. Ninguém sabia de onde ele viera, nem quais eram seus propósitos.
Ao se aproximar do vilarejo, as luzes trêmulas das casas de madeira iluminavam a silhueta da taberna "O Javali Bêbado", um refúgio acolhedor para viajantes cansados e aventureiros em busca de trabalho. Kaito guiou seu cavalo até o estábulo ao lado da taberna, desceu com um movimento fluido e adentrou o estabelecimento.
O interior da taberna era um contraste acolhedor com a noite fria. O calor da lareira crepitante aquecia o ambiente, enquanto o aroma de carne assada e cerveja preenchia o ar. As mesas de madeira rústica estavam ocupadas por aldeões, mercadores e alguns aventureiros, todos imersos em conversas animadas e risadas.
Kaito, com sua presença imponente e armadura negra, chamou a atenção de todos ao entrar. O silêncio se instalou por alguns segundos, quebrando-se quando o taverneiro, um homem corpulento com um sorriso acolhedor, se aproximou.
"Bem-vindo, viajante! Em que posso servi-lo?", perguntou o taverneiro, com um olhar curioso para a armadura de Kaito.
"Procuro informações sobre a guilda de mercenários local", respondeu Kaito, com sua voz grave e ecoante.
O taverneiro assentiu, indicando uma mesa no canto da taberna. "A guilda 'Lâminas de Carl Grent' se reúne ali", disse ele, apontando para um grupo de aventureiros com olhares astutos e armas reluzentes. "Eles estão sempre em busca de novas lâminas para seus contratos."
Kaito agradeceu com um aceno de cabeça e caminhou em direção à mesa, seus passos pesados ecoando pelo chão de madeira. Ao se aproximar, os aventureiros o encararam com olhares desconfiados, mas curiosos.
"Sou Kaito", disse ele, com sua voz grave quebrando o silêncio. "Procuro me alistar na guilda."
O líder do grupo, um homem alto e musculoso com uma cicatriz que cortava seu rosto, sorriu com um ar de desafio. "Um cavaleiro negro em busca de trabalho? Interessante. Mas não contratamos qualquer um. Terá que provar seu valor."
Kaito ergueu uma sobrancelha, um brilho gélido em seus olhos. "Que tipo de prova?"
O líder da guilda sorriu, revelando dentes amarelados. "Há um covil de goblins nas ruínas ao norte do vilarejo. Eles têm atormentado os aldeões e roubado suprimentos. Limpe o covil e traga a cabeça do líder goblin como prova. Se sobreviver, terá seu lugar na guilda."
Kaito assentiu, um sorriso sombrio curvando seus lábios. "Que assim seja."