Celine Cullen
Abro os meus olhos e me levanto da cama ando pelo quarto até ir em direção ao banheiro lavo o rosto e faço minha higiene mantinal penteio os cabelos e os prendo em um coque alto.
Volto para o quarto e procuro por um short jeans e uma blusa branca regata sem alça, gosto de roupas confortáveis para trabalhar.
Meu quarto fica quase junto com a cozinha, antes mesmo de abrir e fechar a porta eu sinto o cheiro do café é salgados caminho em direção a minha mãe que está preparando o café e fritando os salgado, na fritadeira elétrica.
Olho para o outro lado da cozinha um lugar mais afastado nosso único funcionário está preparando os lanches os dois parecem bem animados hoje.
Anthony é o único funcionário que minha mãe conseguiu contratar com o valor bem baixo da média ele trabalha a cinco anos conosco, ele tem um metro e meio de altura cabelos pretos penteados para trás moreno não muito escuro eu diria pele parda é forte usa um avental sujo ao redor da cintura e a cara cansada com um sorrisinho vem cafajeste.
A mesa está composta de alimentos prontos para serem usados, mussarela e presunto uma boa carne moída e ovos fora os outros alimentos ao arredores.
Ele está com aparência cansada mesmo assim ele sorrir com os olhos para mim me dando um bom dia esse era o jeito dele de me comprimentar. Ele trabalha conosco a cinco anos, ele sempre foi calado e conservado, a minha mãe Laura está ouvindo uma música qualquer dos anos noventa daquelas bem bregas que nossos pais ouvem ou fazem com que ouvimos.
Ela tá de costa colocando os salgados fritos em cima da bancada e não percebe que estou atrás então eu abraço pela cintura e beijo por cima dos ombros desejando um bom dia.
— Bom dia meu amor ! — minha mãe diz ao notar que estou ao seu lado vira o rosto e me devolve um beijo, me sento na cadeira o cheiro do salgado me pega.
Eu amo salgado amo tudo que haver com doces e frituras principalmente doce eu sou apaixonada por qualquer chocolate.
Mais nada como uma boa coxinha de carne bem recheada e um suco pela manhã.
— Está sabendo quem chegou na cidade ? — presto atenção no que Anthony diz enquanto eu como.
— Quem ? — pergunto de volta.
— Rodolfo — o suco desce de uma vez na minha garganta com a surpresa eu pisquei algumas vezes e encarei minha mãe que me olhou com um sorrisinho no rosto.
— Desculpe querida Amy me disse alguns dias trás, mais eu quis ti poupar não achei que fosse se importa afinal de contas já foram muitos anos — minha mãe diz se defendendo.
— Conhecendo você, sabemos que ia fica ansiosa e roer as unhas — Anthony declarou ironicamente franzi a testa como se estivesse irritada e mastigue a coxinha ingulindo de uma vez.
— Sério, que vocês deixaram de me contar só por causa disso ? — repliquei tentando parecer tranquila.
Rodolfo Alencar é um velho amigo, conheço ele desde a minha infância nós crescemos juntos, nossas mães são amigas a muito tempo, ele sempre morou em meu coração pra mim ele é sempre foi mais que um amigo mais ele não sabe disso.
Eu guardava dentro de mim um sentimento por ele, tão forte que fiquei doente dias porque ele foi embora, minha mãe sabia e todo o resto da família até a Amy menos o próprio Rodolfo.
Meu coração foi destruído quando ele começou a se relacionar com uma garota chamada Hannah na época ele não desgrudava dela, enquanto se afastava de mim aos poucos depois ela faleceu em um acidente de carro.
Ele ficou arrasado e se mudou para Boston assim que a ex namorada faleceu, ele queria esquecer tudo e apagar o passado, eu quase entrei em depressão. Rodolfo nunca soube dos meus sentimentos por ele mas agora eu sabia que ele estava de volta.
Eu era péssima em mentir e minha mãe sabia disso. Ela sempre notava minhas reações se eu dizia a verdade ou mentira, então eu nunca tentei mentir, começo a ficar nervosa e a suar frio.
Minha mãe observava atentamente cada ato que eu expressava tanto ela quanto Anthony esperando uma reação minha. Eles me conheciam bem e sabem quando eu estou mentindo. Soltei o ar com força e me escorei na cadeira me sentindo derrotada.
Já faz alguns anos, desde que eu o vi pela última vez desde quando ele me abraçou e falou que iria embora, e nunca mais entrou em contato comigo.
Durante esses anos não via o filho de Amy, eu sempre maratonava ele pelo Instagram salvando todas as fotos que eu achava mais sexy dele na galeria do celular.
Sonhava com um dia da volta dele.
Mordo o lábio inferior.
— Eu disse que não era pra contar — solto uma risada quando minha mãe briga com Anthony.
— Mãe, não tenho mais dezesseis anos — eu falo terminando meu café eles me encaram e eu fico em pé limpando o rosto, minha mãe permanece me encarando como se eu não tivesse falando realmente a verdade.
— Eu já superei e está tudo bem, vocês não pensaram que eu fiquei todo esse tempo esperando por ele ?
— Bem, querida supondo todas as fotos que você tem dele no celular, o poster pendurado na parede do seu quarto com uma foto dele e seu diário acredito eu que sim você o esperou esse tempo todo.
Dou um sorriso armago.
O Anthony encarou minha mãe e ela o encarou de volta eu soltei uma risada baixa tentando parecer tranquila.
— Eu vou cuidar da Lanchonete — declaro sem dizer nada. Eu sempre fujo quando o assunto e meus sentimentos por Rodolfo.
Nunca falo abertamente com ninguém sobre como eu me sinto.
Vou até a lanchonete e abro a porta de ferro puxando pra cima tento conectar meus pensamentos com as pessoas que estão a minha volta preciso esquecer que o que acabei de ouvir.
E trabalhar pesado sempre ajuda, foi o que me salvou de entrar em uma depressão quando Rodolfo decidiu ir embora.
Ele não sabe, ele nunca soube.
Lancei um olhar rumo a rua, parecia que o dia iria render hoje.
Noto vários alunos da universidade do campus se aproximando do estabelecimento.
Monto as cadeiras tanto no lado de dentro e do lado de fora da lanchonete.
A maioria dos os alunos daqui de perto são The Bush School uma univerdade a alguns quarteirões daqui.
Somos a lanchonete mais próxima antes do centro a escola é conhecida por preparar os alunos para o futuro.
Era o meu sonho pertence a uma escola dessas mais infelizmente a vida é dura com algumas pessoas.
Meu pai faleceu quando eu tinha treze anos, desde a sua morte minha mãe banca tudo sozinha. Eu não tive escolha desde nova eu tive que aprender alguma coisa, a limpar uma casa, fazer comida, ajudar na lanchonete ou trabalhar fora quando o dinheiro não dava para pagar as contas.
Tive que aprender desde nova ajudar e auxiliar minha mãe.
E isso fez com que eu largasse os estudos com quinze anos, na época eu não conseguia presta atenção nas aulas comecei a reprovar na escola minha mãe foi chamada na direção várias vezes e o concelho tutelar parou aqui em casa também com isso eu tive que larga os estudos.
Porque o concelho queria me tirar da minha mãe somente porque eu matava aula para ajudar em casa.
Com isso eu perdi minha juventude e não conseguir terminar o ensino fundamental.
Agora eu tenho dezenove anos, ainda tenho sonho de voltar a estudar eu faço alguns curso público, desde o ano passado minha mãe tem me ajudado a passar na escola e com isso eu conseguir termina o ensino fundamental mais não terminei ensino médio.
Percebi que alguns alunos se aproximavam da lanchonete enquanto eu estava limpando as mesas do lado de fora.
Mordi o lábio inferior.
Me bateu uma pontada de inveja, por que se eu não tivesse largado os estudos eu estaria fazendo faculdade e estaria mais próximo do meu sonho de ser enfermeira.
Mas a vida é difícil para algumas pessoas.
Dissipei os pensamentos, não podia deixar a frustração me atingir, assim que os alunos entraram eu vou até a bancada e pego os cardápios, coloco em cima das mesas e dou atenção a eles.
Espero que façam os pedidos e atendo cada um deles. Era uma manhã qualquer numa sexta-feira como qualquer outra.
O movimento sempre era bom nas sextas-feiras e Sábado. Eu ajudava minha mãe enquanto ela cuidava do lado de dentro, Anthony dava atenção aos lanches eu gerenciava o lanchonete
Nunca reclamei do trabalho duro. Nunca reclamei por morar nos fundos de uma lanchonete. Sempre fui grata mesmo que eu quisesse ter uma vida melhor.
Minha mãe sempre me disse que os maiores sonhos vinham com muito esforço e dedicação, ela sempre me incentivou a correr atrás daquilo que eu realmente queria.
Ela sempre disse que ainda dava tempo de retornar aos estudos e realizar o meu sonho. Mas eu sempre dei prioridade para ela, afinal ela não tinha mais ninguém. A gente só tinha uma a outra.
Eu tive que encarar a vida muito jovem, eu era muito jovem mas ainda me lembro da época que meu pai faleceu, minha mãe quase entrou em depressão, ela não dava conta de tudo sozinha.
Eu era sua única filha e tinha consciência disso.
Eu sei que não era motivos para eu desistir do meu sonho de ser enfermeira mas eu também não conseguia conciliar o trabalho e os estudos por ser muito nova.
Afinal eu sou filha de uma simples senhora que é dona de uma lanchonete. Minha mãe abriu um estabelecimento e graças a lanchonete que temos não passamos fome.
Olhando os alunos do ensino médio da universidade eu sinto uma pontada de inveja.
Mais não tenho tempo para pensar ou para sentir frustração.
O cheiro de café fresco que vinha da cozinha pairava no ar, misturando-se com o aroma das rosas vermelhas que tinha em cima do balcão onde eu atendia.
Lanço um olhar para minha mãe que terminava de coar o café ela. Minha mãe não mudou muito ainda era a mesma, mesmo com anos se passando.
Seus cabelos ruivos, idênticos aos meus, estavam presos em um coque despojado. Dos fundos da casa, podíamos ouvir o som de Anthony nosso fiel padeiro, amassando a massa de pão. Ele sempre era o primeiro a chegar na lanchonete.
— Saindo um café fresco da hora — Minha mãe diz com doçura.
A lanchonete logo exigiria minha atenção, e eu precisava afastar os pensamentos turbulentos.
Atravessei a cozinha em direção ao balcão, abrindo as portas de madeira. Para me dar passagem.
O cheiro de café e pão fresco encheu o ambiente enquanto eu organizava as mesas e cadeiras.
Não demorou muito para o primeiro cliente entrar e escolher uma mesa no canto. Respirei fundo, vesti meu melhor sorriso e me aproximei com um caderno de anotações e uma caneta nas mãos.
— Bom dia — cumprimentei, esperando que ele notasse minha presença.
— Um café expresso e um lanche completo, por favor. — Ele apontou para o cardápio. Assenti, anotando o pedido, mas minha mente ainda estava à confusão da noite passada.
— Claro, só um minuto. — Fui até a cozinha, onde minha mãe preparava os pedidos. Entreguei o caderno para ela e ajudei no preparo. Pouco depois, voltei à mesa e servi o cliente. Eu estava nervosa, tentando fazer tudo com perfeição, mas minha mente não ajudava.
Depois do expediente arrumei a lanchonete minha mãe me olhava com a cara estranha eu sentia que algo ruim estava acontecendo mas ela não me contava.
Procurei pela minha mãe na cozinha e não a encontrei fui em seu quarto e bate na porta, ela está sentada na cama segurando uns documentos nas mãos e limpando os olhos como se quisesse esconder que estava chorando.
— Mãe, o que houve ? — perguntei indo até ela.
— Antes do seu pai morrer, havíamos financiado essa casa, na época era no valor de 180 mil a gente tava pagando mais ele morreu e agora a justiça está me cobrando a dívida e as vendas estão indo mal.
Ou seja se eu não pagarmos a dívidas eles vão tomar.
— Eu vou dá um jeito. — declaro limpando seus olhos.
— Não, nem pensar não pense em fazer besteira eu sou a mulher da casa eu dou um jeito — declarou.
Abraço minha mãe por alguns segundos.
Ela me explicou como fez a compra do imovel que moramos a alguns anos e como tudo aconteceu antes do meu pai morrer. Eu já era adulta o suficiente para entender que tinha que ajudar e sempre ajudava na lanchonete, às vezes até trabalhava fora quando as vendas iam mal.
Eu sempre fui esforçada mesmo que a vida tenha sido uma merda comigo nos ultimos. Eu tinha sempre um pensamento vencer.
Mesmo com toda dificuldade.
Eu era madura o suficiente para saber que eu tinha obrigação de ajudar em casa.
Afinal foi tudo que restou da gente.