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Rendida pelo Mafioso que me conquistou - Máfia

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Synopsis
Renzo Bonelli, um jovem que desejava se formar em engenharia mecânica, teve seus planos interrompidos quando seu pai faleceu, resultando a sua transformação em um assassino, traficante e um adulto incapaz de esconder suas dores e, ao mesmo tempo, demonstrar suas fraquezas. Com a responsabilidade de ser o filho mais velho e ter que cuidar de sua família após se tornar adulto e ter perdido todos que amava, Renzo nunca imaginou ou sonhou que a família pudesse ter tantos segredos escondidos. A cada dia que passava, ele sentia mais dores em sua família. Até que a vida lhe oferece um presente que ele jamais imaginaria: seus sonhos mudam e se transformam, dando-lhe uma segunda chance de recomeçar.

Table of contents

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Chapter 1 - Capítulo 1

Renzo Bonnelli

Olhei para o homem ajoelhado no chão, implorando por misericórdia. A euforia da noite e o calor do momento me deixaram ainda mais perplexo. Os gritos eufóricos dos homens aumentavam minha ansiedade para que essa tormenta acabasse logo. Ninguém estava com medo, todos pareciam adorar ver o homem ajoelhado, implorando pela própria vida. Um calafrio atravessou minha espinha, forçando-me a abrir os olhos e ficar atento a cada movimento. O olhar de Revel se contorceu, à medida que a ponta da faca afiada atravessava sua pele e rasgava sua carne. Ver tais atos revirou meu estômago. Era como se estivesse acontecendo comigo.

O calor do lado de fora tornava o porão ainda mais quente e o ar mais pesado. Brandão, mais uma vez, derramou sangue aqui, perto do ringue de lutas clandestinas. Observei seus olhos cintilantes e percebi sua vontade absurda de ver sangue ser derramado. Ele parecia um demônio em forma humana, com os olhos vermelhos pulsantes, o olhar sombrio e assustador, a força brutal e esmagadora.

Ele lançou-me um olhar discreto, com um sorriso ladino nos lábios. Vi como os olhos dele brilharam em minha direção. Ele estava rindo por dentro, adorando o espetáculo da noite. Enquanto cortava os punhos do homem, divertia-se muito mais do que os próprios homens que estavam ao meu lado. O som do tiro atravessou meus ouvidos, e olhei para o corpo caído, após levar um tiro na testa. O que restou de seu corpo imundo foi apenas sangue, que lentamente se espalhava pelo chão, ao redor do seu corpo.

Lancei um olhar para Derick, que estava do outro lado do ringue. Ele trazia um cigarro nos lábios e parecia despreocupado, com um olhar calmo e tranquilo, como se assistir àquela cena de horror não o fizesse tremer de medo. Os gritos dos homens ecoavam ao nosso redor. O cheiro repulsivo de maconha e bebida alcoólica se espalhava, assim como o odor fétido que emanava deles. Era repugnante, e eu detestava estar preso ali no mesmo ambiente que eles. Os Ricci's são um grupo de facção criminosa muito antigo da máfia, um pequeno grupo que atua em Rio das Pedras, São Paulo e Londres, mas soube que eles residem em Chicago.

Esperei por algo como uma surra, que o fizesse se arrepender de seus atos, ou até mesmo uma tortura dolorosa. No entanto, o que acabei de presenciar poderia fazer qualquer um de nós tremer de medo. Nunca senti tanto medo quanto agora. O homem foi torturado até a morte. Brandão nos trouxe aqui para sentirmos na pele o que pode nos acontecer se ousarmos traí-lo. Ele queria nos intimidar, mostrar quem manda, quem é o chefe de tudo. Eu não chegaria nem aos pés dele, e Revel morreu sem conseguir lutar pela própria vida. Pelo que soubemos, ele era um traidor que se envolveu com uma das mulheres de um dos Ricci's, e os dois foram pegos em flagrante. Revel foi trazido para o porão amarrado com cordões de ferros nos pulsos tão apertados, que quem olhava de longe via o sangue escorrer de suas veias. Ele ficou o tempo todo ajoelhado, recebendo golpes certeiros na barriga.

Os Ricci's o trouxeram para torturá-lo, enquanto todos ao redor assistiam, dando um brado de glória como se aquilo fosse um filme glorioso. Fiquei horrorizado. Assisti em silêncio, sem dizer nada, mas com olhos de águia observei com muito cuidado cada um dos meus companheiros. Alguns cochichavam sobre mim, pelos cantos, achando que eu era jovem demais para o cargo em que Brandão queria me colocar. Olhei novamente para o homem caído no chão, morto, e como ficaram seus membros. É como se a minha própria alma gritasse por misericórdia. O que muitos aqui não pensavam era que qualquer um de nós poderia estar morto agora.

A maioria aqui estava contente com a morte do homem que diziam ser um traidor. Poucos deles pareciam ter medo de um dos chefes. Pelo pouco tempo que estou aqui, percebi várias coisas nesse homem: ele é frio, calculista, e sua voz rouca assustava até a mosca que pousasse em seus ombros. Soube, por uma história mal contada, que ele já cortou a mão do próprio irmão por irritá-lo, e olha que eram irmãos! Imaginei o que ele poderia fazer se um de nós o desobedecesse ou o traísse.

— Está morto, filho da puta! — Brandão vociferou em voz alta e profunda, dando o último tiro. Não sabia o que ele iria fazer com a mulher traidora, mas esse homem já era. Engoli seco, só de pensar nessa cena.

— Está tremendo, Bonelli, nem parece homem.

Espantei-me quando ouvi a voz mansa de Smith ecoar ao meu lado direito, me tirando do transe, e ele logo me deu um conhaque, apertando meus ombros.

— Seria preciso mais do que isso para me intimidar.

A voz mansa ecoou fundida na minha cabeça e forcei um sorriso nos lábios. Ele riu em resposta. No entanto, minhas pernas estavam realmente bambas, fracas, e eu sentia que poderia cair a qualquer momento. Talvez eu devesse buscar refúgio nos fundos, antes de ser rotulado de covarde pelos seus capangas. Talvez eu fosse, de fato, um covarde.

— Minha filha está voltando de viagem.

— Sua filha, você disse? — Minha voz trêmula denunciou meu nervosismo.

— Sim, exatamente isso. Minha filha.

Meu corpo se enrijeceu, os punhos cerrados e uma sensação desconfortável me fez contorcer no banco. Recordava-me da promessa que fiz a Smith há mais de quatro anos, quando ainda era um adolescente imaturo e apaixonado por sua filha. Ela decidiu ir embora, deixando-me sozinho, sem esperanças de um retorno. E agora, inesperadamente, ela estava voltando.

— Você parece tenso — observou Smith, percebendo minha inquietação. — Ainda nutre sentimentos por ela, mesmo depois de tudo que aconteceu? — perguntou ele, direto e franco, pois me conhecia bem demais para não notar minha surpresa com o retorno de sua filha.

— Não é bem assim… — murmurei com um olhar frustrado.

— Entendo, mas prometa que vai cuidar dela, especialmente quando eu estiver fora trabalhando em algum projeto maluco dos Ricci's — Smith pediu, olhando ao redor.

— Claro — concordei, dando um gole no conhaque.

— Além disso, qualquer homem a desejaria, inclusive você — Smith brincou, mas sua ironia me pegou de surpresa, me fazendo engasgar com a bebida que desceu queimando minha garganta.

— Não me inclua nessa lista, não mais — respondi com os lábios tremendo.

— Veremos isso quando a vir novamente amanhã à noite. Dissire estará no jantar para comemorar a gravidez de Sara. — Revirei os olhos.

— Eu tinha apenas quinze anos — murmurei, frustrado.

— Mas ficou sem ir à escola por três meses porque estava de coração partido quando ela foi embora — Smith zombou com um ar brincalhão.

— Chega! — gritei, irritado. Smith, concordando com isso, ficou em silêncio.

Essa situação era constrangedora. Demorei anos para superar e tudo parece em vão, já que ela iria reaparecer. Céus, ela havia sido a primeira garota por quem me apaixonei e a primeira de muitas que me deixou despedaçado.