A academia Seonhwa era conhecida como a escola de elite número um da Coreia. Um colégio exclusivo para garotas, onde apenas os mais detalhados e influentes tinham a oportunidade de estudar. Seu prestígio não vem apenas da excelência acadêmica e da tradição impecável, mas também da presença de sua aluna modelo: Lee Riyeon (이리연) . Com 20 anos, cabelos castanhos, pele alva que reluzia como porcelana e uma beleza estonteante. Lee Riyeon possuía um olhar profundo e sedutor que atraía a atenção de todos ao seu redor. Contudo, sua influência vai além da aparência. Ela era uma representante da escola, uma referência absoluta para seus colegas, admirada e idolatrada. As alunas disputavam até a mesma chance de se sentarem ao seu lado. Mas, apesar da imagem impecável que projetava, ninguém realmente conhecia Lee Riyeon. Seu domínio sobre a escola era inquestionável, mas não fruto de arrogância ou desejo de poder. Para ela, tudo aquilo não passa de uma obrigação, mais uma peça do teatro que eu precisava interpretar para manter sua confiança intocável. Afinal, sua vida inteira tinha sido pautada pelo dever.
A Filha Perfeita
Se dentro da escola Riyeon carregava a responsabilidade de ser um exemplo, fora dela, a pressão era ainda maior. Seus pais eram donos do maior hospital particular da região. Sua mãe, uma cirurgiã cardiovascular renomada. Seu pai, um neurologista brilhante e presidente do hospital. Juntos, eram admirados por toda a sociedade, vistos como um casal perfeito, símbolos do sucesso absoluto. Desde o berço, Riyeon foi moldada para seguir o mesmo caminho. Sua irmã mais velha já trilhava os passos da mãe, estudando medicina com especialização em cardiologia. E, para todos, não havia outra opção para Riyeon. Não importava qual especialidade escolhesse, seu destino já estava traçado. Ela deveria ser perfeita. Desde criança, fora superdotada. Se destacou nos estudos, nos esportes e na liderança. Mas, ao invés de sentir orgulho, via tudo isso como um fardo. Como um produto sendo lapidado todos os dias por seu pai. Seu futuro não lhe pertence. O que as pessoas viam era a sua versão meticulosamente construída: uma garota gentil, solícita, sempre com um sorriso educado nos lábios. Mas, por dentro, Riyeon sentiu-se vazia. Sua vida era preto e branco. Ela não via núcleos. Nunca vi. Seus pensamentos e sentimentos eram a única coisa que realmente podia controlar. E por isso, ninguém nunca sabia o que ela estava pensando.
A Nova Aluna
Todos os anos, Riyeon era carregada de recepções como novas. Era parte de seu papel como representante da escola. Fazia discursos impecáveis, guiava as novas alunas através de uma explicação minuciosa na sua apresentação, mostrava-lhes as instalações quando necessário. A mesma rotina de sempre. As garotas da escola viviam especulando sobre sua vida pessoal. Queriam saber se ela gostava de alguém, se já tivesse um relacionamento. Muitos se apaixonaram por sua aura intocável, por seus olhos penetrantes, pelo mistério que a envolvia. Mas Riyeon nunca abriu. Ignorava os olhares, desviava-se das declarações sutis, e quando necessário, era gentil ao não responder. Era melhor assim.
Mas naquela manhã, quando seus olhos encontraram a nova aluna, algo estranho aconteceu.
Ela não consegue explicar. A garota era diferente de todas as outras. Sua aura infantil e delicada contrastava com a rigidez do ambiente ao seu redor. Seus olhos brilhavam de um jeito inocente e inseguro, como se estivessem perdidos naquele mar de regras e expectativas. Riyeon tentou ignorar o sentimento que a tomou. Mas, pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu algo diferente. Um calor terno. E um desejo inesperado. O desejo de observar-la do mundo.