Chereads / Fúria Vermelha: O Começo / Chapter 2 - Volume 2

Chapter 2 - Volume 2

Parte 1 – Uma Cidade sem Freios

A cidade se afogava em sangue.

Desde a explosão que matou Ethan McAllister, Hipton mergulhou no caos. A morte de um chefe de polícia já era um evento raro, mas o assassinato brutal de um oficial tão respeitado? Isso era uma declaração de guerra. 

E a cidade respondeu. 

Na delegacia, o telefone não parava de tocar. Assaltos à mão armada, tiroteios em becos, lojas incendiadas. A polícia já enfrentava dificuldades para conter a criminalidade antes…Agora, parecia que os criminosos sabiam que estavam no comando. 

Para Ryan Dawson, tudo isso significava apenas uma coisa: os responsáveis pela morte de Ethan ainda estavam livres. 

E enquanto eles estivessem livres, ninguém estava seguro.

Parte 2 – Uma Polícia em Ruínas

— Dawson.

A voz do capitão Holden Briggs trouxe Ryan de volta à realidade. Ele piscou e viu o homem parado ao lado de sua mesa. Nem precisou olhar direito para saber que eram más notícias.

— Você está fora da investigação sobre a morte do McAllister.

Ryan sentiu o sangue ferver.

Você não pode estar falando sério.

— Você me ouviu. — Briggs soltou um suspiro cansado. — Você está emocionalmente envolvido, e eu não preciso de um policial obcecado por vingança estragando tudo.

Ryan se levantou tão rápido que a cadeira caiu para trás.

Acha que eu vou ficar parado enquanto o desgraçado que matou Ethan continua solto?

— Se continuar assim, você vai acabar no mesmo lugar que ele.

Por um momento, nenhum dos dois falou. A delegacia ao redor seguia em frenesi, mas, dentro daquela sala, o mundo parecia suspenso.

— Pegue alguns dias, Ryan — Briggs disse, por fim. — Lide com isso, antes que isso acabe com você.

Mas Ryan já sabia a verdade.

Não havia mais nada dentro dele para ser destruído.

Parte 3 – Um Novo Rei

Enquanto a polícia tentava desesperadamente conter o caos, as ruas de Hipton mudavam de mãos.

No escuro de um antigo galpão industrial, Leprechaun acendeu um charuto com um isqueiro dourado e sorriu ao ver seu plano tomar forma.

À frente, os antigos capangas de Alberto Grotto estavam ajoelhados e algemados. Homens que juraram lealdade ao chefão do crime agora viam sua organização desmoronar diante de seus olhos.

Leprechaun caminhava entre eles, um sorriso preguiçoso nos lábios.

— O velho Grotto sempre dizia que era o rei dessa cidade. Mas sabem qual o problema dos reis?

Ele se abaixou diante de um dos homens e esmagou o charuto aceso contra sua mão, ignorando os gritos de dor.

Eles sempre caem.

Alguns dos capangas fecharam os olhos, esperando a execução. 

Mas Leprechaun deu um passo para trás e abriu os braços. 

— Não sou um tirano, rapazes. Se quiserem trabalhar pra mim, sou até generoso. Mas, se quiserem continuar fiéis a um rei caído… 

Ele pegou uma pistola e apontou para um dos homens. 

BANG! 

O silêncio foi absoluto. O cheiro de pólvora e sangue se misturava ao mofo do galpão. 

Os capangas restantes engoliram em seco e abaixaram as cabeças. 

Leprechaun sorriu. 

Agora sim. 

Ele sabia que não bastava tomar o império de Grotto. Era preciso garantir que todos entendessem que ele mandava. 

E, para isso, precisava de um golpe forte. Algo que sacudisse a cidade até os alicerces.

Parte 4 – O Caos nas Ruas

Ryan dirigia sem rumo, as luzes da cidade passando borradas pelo vidro do carro. Hipton nunca estivera tão fora de controle. 

Três delegacias atacadas. 

Cinco caixas eletrônicos explodidos. 

Duas lojas incendiadas. 

Era como se os criminosos soubessem que ninguém iria impedi-los. 

O rádio da polícia chiou. 

Temos um ataque em andamento na 7ª Avenida. Vários homens armados. Oficiais sob fogo. 

O local era um inferno. Viaturas em chamas, policiais feridos no chão, criminosos atirando de prédios abandonados. 

Ryan saiu do carro com a arma em punho e se lançou direto no combate.

Dawson, recua! — gritou um policial próximo.

Mas Ryan não recuava.

Ele correu entre os carros, disparando contra os criminosos, enquanto cada batida de seu coração ecoava como um tambor de guerra. 

Abaixem as armas! — ele gritou, mas sabia que ninguém obedeceria. 

Um dos homens correu para um beco. Ryan o perseguiu, saltando por destroços e desviando de balas. 

Quando finalmente o alcançou, agarrou-o pela gola e o empurrou contra a parede. 

Quem mandou vocês?!

Hipton não pertence mais a vocês. Leprechaun é o novo rei dessa cidade.

Ryan o soltou, e o homem escorregou pela parede até cair de joelhos no chão, ainda rindo, mesmo com sangue escorrendo pelo canto da boca. Seus olhos brilhavam com um misto de loucura e triunfo, como se já soubesse o desfecho daquele conflito.

— Vocês já perderam — ele sussurrou, cuspindo no chão ao lado do próprio joelho.

Ryan apertou os punhos, lutando contra o impulso de derrubá-lo com um soco. O som das sirenes ecoava ao longe, aproximando-se rapidamente.

Um policial entrou no beco, avaliando a cena antes de se abaixar para algemar o criminoso.

— Pegamos ele? — perguntou, ofegante.

Ryan não respondeu de imediato. Seu olhar estava fixo no homem à sua frente, cujo sorriso debochado parecia carregar um aviso silencioso. Algo maior estava por vir.

O caos ainda estava apenas começando.

O telefone de Ryan vibrou. Era Amelia Harper, a prefeita. 

Dawson, preciso de você na prefeitura. Agora.

Parte 5 – A Proposta da Prefeita

A sala da prefeita era um contraste gritante com o que acontecia lá fora. Um oásis de ordem no meio do colapso. 

Amelia Harper estava diante da janela, olhando para a cidade como se tentasse mantê-la unida pela força do pensamento. 

— A cidade está caindo, Dawson. Você sabe disso. 

— Não precisa me lembrar. 

Ela se virou, os olhos cravando nele. 

— Você sabe que prender Grotto não adiantou nada. O crime é um câncer em Hipton. Para derrotá-lo, precisamos de algo mais.

Ryan franziu a testa. 

— Do que você está falando?

Ela hesitou, como se considerasse se deveria dizer aquilo. Então, suspirou.

A Astra Corporation tem algo que pode nos ajudar.

Ryan sentiu o nome pesar no ar. 

Astra Corporation. Uma das maiores empresas do Canadá. Uma entidade poderosa, misteriosa.

— Preciso que você venha comigo — ela disse. — E quero que mantenha a mente aberta para o que vai ver.

— E se eu não aceitar? 

Amelia sorriu de um jeito cansado.

 — Então, pode continuar lutando nessa guerra sozinho…e perder.

Ryan olhou para a cidade pela janela. As sirenes, o fogo, o caos. 

Então, sem mais perguntas, resolveu aceitar a proposta da prefeita.

O que quer que estivesse esperando por ele… 

Mudaria tudo.