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Chapter 7 - Capítulo 7 - Domando o Perigo

Ren fechou os olhos instintivamente, mas já era tarde demais.

Por uma fração de segundo, ele tinha visto os três olhos hipnóticos do sapo.

Seus músculos começaram a ficar dormentes.

O coaxar melodioso intensificou-se, agora vindo de todas as direções. Ele podia ouvir o suave passar dos pés deles se aproximando, o úmido som de sua pele secretando ácido...

A paralisia estava se espalhando por seus membros quando o esporo, sem aviso, fundiu-se com seu corpo.

Ren queria gritar de frustração, 'Agora não é hora de ser teimoso, um miserável aumento de força não vai me ajudar aqui!'

O fraco brilho dos cogumelos em seus cabelos só serviria para atrair mais predadores, tornando-o um alvo mais visível à noite.

Os Sapos da Lua estavam se aproximando.

Ele podia ouvir o ritmo dos passos deles, o úmido som de sua pele secretando ácido. O cheiro acre já alcançava seu nariz, como fruta apodrecendo e metal quente.

Mas algo estava estranho.

O sapo à sua frente, aquele que o havia paralisado, inclinou a cabeça.

Seus três olhos piscaram em uma sequência errática, quebrando o padrão hipnótico. O coaxar melódico transformou-se em notas discordantes, confusas.

Os cogumelos nos cabelos de Ren pulsavam com bioluminescência similar à dos sapos, criando padrões que imitavam o brilho de seus órgãos internos. Era como se sua cabeça tivesse se tornado uma versão distorcida de seus predadores.

O sapo líder pulou para frente, seus três olhos agora fixos nos cogumelos brilhantes. A confusão quebrou sua concentração, e com isso, o encanto paralisante.

Ren sentiu o controle de seu corpo retornar justo quando o solo sob o sapo começou a ceder.

Tudo aconteceu em um instante.

O sapo, desorientado pelos cogumelos luminescentes, não percebeu que havia pousado na beira de um túnel do Escavador. A terra desmoronou sob seu peso com um estalido ominoso. Seus olhos brilhantes se arregalaram em surpresa enquanto caía, seu coaxar melodioso transformando-se em um grito de pânico.

Um profundo rugido surgiu da escuridão do túnel, seguido pelo som inconfundível de mandíbulas se fechando.

Os outros Sapos da Lua congelaram, seus padrões bioluminescentes tornando-se erráticos com medo. O cheiro de ácido intensificou-se, uma reação defensiva involuntária.

Ren não parou para pensar.

As pernas, recém-libertas da paralisia, moveram-se por instinto.

Um pulo para a direita, longe da beira do túnel anteriormente invisível que ele agora podia ver graças à terra recém-desmoronada.

"Os túneis!" ele ofegou enquanto corria. "Eles formam um padrão!"

Os Escavadores Noturnos eram metódicos, territoriais. Seus túneis sempre seguiam o mesmo design, uma entrada principal com armadilhas num semicírculo ao redor dela. Se o sapo havia caído em um...

Outro estalido à sua esquerda confirmou sua teoria. Dois dos sapos restantes, em sua pressa para persegui-lo, haviam pulado diretamente para outra seção frágil.

A terra abriu-se sob eles como uma boca faminta.

Mais rugidos das profundezas. Mais gritos abruptamente interrompidos.

O último Sapo da Lua, talvez mais sábio que seus companheiros, desapareceu na noite com um coaxar aterrorizado.

♢♢♢♢

Ren parou, ofegante, seu coração ameaçando explodir.

Os cogumelos em seu cabelo ainda pulsavam fracamente, mas agora pareciam mais um lembrete de sua sorte do que uma maldição.

"Você," ele sussurrou ao seu esporo, ainda fusionado com ele, "ainda é a besta mais fraca que existe. Mas... obrigado. Acho."

Um estalido distante o lembrou de que não era hora de comemorar. Em algum lugar sob seus pés, um Escavador Noturno acabava de desfrutar de um jantar inesperado de Sapos da Lua.

E ele não queria ser a sobremesa.

A árvore morta. Ele tinha que encontrar a árvore morta antes...

Um profundo rugido fez a terra tremer sob seus pés.

Era apenas um escavador, ele se reassegurou, eles não sairiam...

Mas o barulho atraiu algo mais.

Um novo som congelou o sangue de Ren, um chiado metálico, como lâminas arrastando contra pedra.

Os rugidos subterrâneos silenciaram, como se tentando passar despercebidos.

O novo som vinha da floresta profunda, em direção ao anel de bronze, onde a escuridão era mais densa.

Ren escondeu-se atrás de uma árvore.

Uma Mantis Espelho emergiu entre as árvores, seu corpo coberto de placas reflexivas que fragmentavam a luz lunar.

Era enorme, do tamanho de um cavalo, mas algo estava errado com ela.

Suas placas, que deveriam formar um padrão perfeito, estavam rachadas e desalinhadas. Profundas cicatrizes sulcavam seu exoesqueleto, e uma de suas principais foices estava quebrada perto da ponta.

O coração de Ren parou.

Não deveria haver uma criatura como essa a menos de 20 quilômetros.

As Mantis Espelho eram criaturas da floresta profunda, bestas de Nível Bronze que normalmente nunca se aproximariam de uma zona tão pobre em mana.

Seus corpos foram projetados para absorver e refletir a densa energia mágica de seu território, usando suas placas reflexivas para desorientar as presas com ilusões de luz e mana.

Esta havia sido expulsa de seu território, provavelmente após perder uma batalha territorial. As feridas a haviam enfraquecido tanto que ela não conseguia nem manter seu habitat natural.

E uma besta ferida, com fome, forçada a caçar em terras pobres...

Era mil vezes mais perigosa que qualquer predador local.

A Mantis virou sua cabeça triangular em sua direção. As facetas de seu olho, normalmente um caleidoscópio de cores iridescentes, estavam opacas com fome.

As placas em seu corpo tentavam refletir a luz lunar, mas o padrão estava errático, doente. Em vez das habituais ilusões hipnóticas, produzia apenas lampejos desesperados.

"Não olhe para mim, não olhe para mim," Ren suplicava silenciosamente, lembrando-se das lições básicas sobre bestas que toda criança aprendia.

As Mantis Espelho geralmente caçavam criando duplicatas ilusórias de suas presas, confundindo-as até tropeçarem em seus próprios reflexos. Mas esta, em seu estado faminto...

Um lampejo errante criou um pequeno reflexo ao lado da árvore e iluminou Ren.

A criatura moveu-se.

Apesar de suas feridas, sua velocidade era aterrorizante. As foices, mesmo a quebrada, cortavam o ar com um assobio mortal. Sem jogos, sem ilusões. Apenas fome pura, desesperada.

Ren correu.

A árvore morta tinha que estar perto.

Seu pai havia mencionado que as raízes retorcidas apontavam para o norte, que a casca marcada por um raio antigo formava um padrão em forma de flecha...

Atrás dele, o chiado metálico aproximava-se.

A Mantis não poderia manter essa velocidade por muito tempo em uma zona tão pobre em mana, mas não precisava.

Só precisava pegá-lo uma vez.

Uma foice mergulhou no chão ao lado dele, tão perto que ele sentiu o ar deslocado cortar sua bochecha. As placas quebradas da Mantis tilintavam como sinos quebrados, sua respiração um chiado torturado de fome e desespero.

E então Ren viu, a árvore morta, sua silhueta retorcida recortada contra o céu noturno.

Mas a Mantis Espelho estava se aproximando, e o som de suas placas quebradas era como uma promessa de morte.