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Chapter 5 - Infiltrando a Operação de Romero 

O ar frio de Nova York os recebeu no Aeroporto Kennedy, onde o agente Cris da DEA aguardava. Seu rosto marcado por anos de operações revelava a experiência de alguém que conhecia bem o submundo da cidade. A transição do aeroporto para a casa segura foi rápida e silenciosa, cada agente absorvendo os primeiros detalhes de seu novo território.

Na sala de reunião improvisada, Cris não perdeu tempo com formalidades. "Romero era insignificante até ela aparecer," ele começou, espalhando fotos sobre a mesa. "Sete anos atrás, tudo mudou."

"Ela é o cérebro da operação?" Luana perguntou, estudando as imagens com atenção clínica.

"Completamente. Conhece cada brecha legal, cada ponto cego do sistema." Cris balançou a cabeça, admiração relutante em sua voz. "Mantém tudo abaixo do radar."

Tyler inclinou-se para frente. "Tentativas de infiltração?"

"Todas as agências possíveis - DEA, FBI, ATF, até o IRS." Cris soltou um suspiro pesado. "Ela fareja agentes como um cão de caça. É uma pena que a tenhamos perdido do nosso lado"

James permaneceu em silêncio, um observador nas sombras. Cada palavra de Cris confirmava o que ele já sabia, cada detalhe apenas solidificando a complexidade do que enfrentavam. Seus olhos percorriam as fotos, buscando algo que os outros não podiam ver - não apenas evidências, mas sinais da Nora que ele conhecera.

"Francamente," Cris concluiu, seu olhar fixo em James, "vocês estão aqui pela sua reputação e pelo 'jai yen' do Agente Carlton em relação a ela. Minha agência está à disposição."

"Jai yen?" Max franziu o cenho.

"Coração frio," Alex traduziu suavemente.

Após a saída de Cris, o silêncio pesou na sala. A equipe voltou-se para James, esperando direção, mas pela primeira vez, seu líder parecia tão perdido quanto eles. A única informação concreta que tinham era sobre a boate de Romero - um fio solto em uma teia complexa.

"Alex e eu começamos a cobertura?" Tyler quebrou o silêncio.

James finalmente se moveu, sua voz carregando o peso de decisões ainda não tomadas. "Por hoje, apenas desempacotam. Amanhã começamos do zero."

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Do outro lado da cidade, uma limusine deslizava pelo trânsito de Manhattan. No interior luxuoso, Luis não conseguia manter as mãos longe de Nora. Seu perfume, seu toque, tudo nela o enfeitiçava de uma forma que ele nunca havia experimentado antes.

" Mi amor… " Luis murmurou enquanto saíam do carro, seu olhar escuro pousando sobre ela com um misto de admiração e desejo contido. "Agradeço ao homem que lhe ensinou sobre o sexo."

Nora parou por um instante, uma risada seca escapando de seus lábios.

" Ele era um bom professor " sua voz carregava um tom agridoce, como vinho envelhecido com um toque de veneno. Então, virou-se para ele, os olhos faiscando sob a luz da cidade. " Pena que não conseguia manter seu pênis em um só lugar.

Luis apertou os lábios, observando-a enquanto ela passava por ele e caminhava em direção à cobertura, os quadris se movendo com aquela confiança devastadora que sempre o enfeitiçava. Mas desta vez, havia algo mais -- uma barreira invisível entre eles, um muro que ele ainda não sabia como derrubar.

O jantar transcorreu em um silêncio denso, carregado de tudo o que não diziam. Luis brincava com a comida, girando distraidamente o garfo no prato enquanto reunia coragem para voltar ao assunto. O aroma envolvente da refeição preparada por Nora deveria ser um convite ao prazer, mas não conseguia mascarar a inquietação que pairava no ar.

Por fim, ele quebrou o silêncio.

"Podemos... terminar nossa conversa anterior?" Sua voz saiu mais hesitante do que pretendia.

Nora pousou os talheres com uma delicadeza estudada, seus olhos o avaliando como se pesasse cada palavra antes de pronunciá-la.

" Sei o que você quer " disse, enfim. " E você tem sido incrivelmente paciente. Posso te dar tudo, menos isso. Por enquanto.

Luis sentiu o peito apertar. Ele sabia que Nora não era uma mulher que se deixava prender facilmente. Mas ouvir aquilo, naquele tom entre súplica e certeza, fez algo se partir dentro dele.

" Você me ama?" As palavras escaparam antes que pudesse segurá-las, carregadas de uma vulnerabilidade que ele não costumava permitir a si mesmo.

Os olhos dela se estreitaram levemente, como se a pergunta a surpreendesse." Você duvida do meu amor?

Ele sustentou o olhar dela, intenso e inescapável. " Não, nunca duvidei " respondeu, inclinando-se para frente. " Só preciso de você como nunca precisei de ninguém. Você me completa, Nora."

Nora baixou os talheres delicadamente. "Sei o que você quer, e você tem sido incrivelmente paciente. Posso te dar tudo, menos isso. Por enquanto."

"Você me ama?" A pergunta saiu mais vulnerável do que ele pretendia.

"Você duvida do meu amor?" Seus olhos encontraram os dele, intensos.

"Não, nunca duvidei." Luis inclinou-se para frente. "Só preciso de você como nunca precisei de ninguém. Você me completa."

Ela se levantou devagar, seus movimentos calculados, quase predatórios. Cada passo em sua direção parecia uma resposta silenciosa àquilo que ele não ousava pedir.

Luis recostou-se na cadeira quando Nora se acomodou em seu colo, suas coxas macias se ajustando contra as dele com uma precisão que só poderia ser intencional. 

O coração dele martelava forte enquanto ela inclinava o rosto, os lábios a centímetros dos seus.

" Deixe-me mostrar o quanto eu te amo… " sussurrou, a língua deslizando lentamente pelos próprios lábios antes de tomá-lo em um beijo arrebatador.

Era sempre assim entre eles. Paixão, desejo, um jogo de controle em que ela sempre vencia. Luis sabia o que Nora estava fazendo - desviando, silenciando suas dúvidas da única forma que sabia. E maldição, funcionava. Sempre funcionava.

Em minutos, estavam no quarto. As roupas ficaram pelo caminho, esquecidas entre beijos ofegantes e toques famintos. Luis a deitou na cama, seu corpo cobrindo o dela como se finalmente pudesse reivindicá-la.

Ela arqueou sob seus toques, um gemido baixo escapando de sua garganta. Naquele momento, ela era dele. Mas Luis queria mais do que momentos roubados, mais do que noites cheias de promessas não ditas.

Um dia, pensou, enquanto a sentia estremecer sob ele, um dia ela não precisaria fugir do que sentia. Um dia ela seria dele por completo. E ele esperaria. Porque, no fundo, sabia que ela já era.

Mesmo que ainda não estivesse pronta para admitir.

O que Luis não percebia era que Nora, mesmo entregue ao prazer, mantinha uma parte que pertencia a memórias que ela se recusava a confrontar, a um homem cujo fantasma ainda assombrava seus momentos mais vulneráveis.