{Minúsculo Apartamento — ? — 05:54 AM

Faz um ano que eu tenho dormido mal, apenas 3 a 4 horas de sono e fico me revirando na cama até o sol nascer.

Ouço som do despertador depois de uma noite péssima.

Me levanto sem pressa e caminho calmamente em direção a janela que está fechada, a luz branca que vem dela ilumina boa parte do minúsculo apartamento, não tenho muitas coisas em minha casa, só uma televisão e um notebook.

Está nublado, paro e abro a janela, sentindo um vento fresco entrar em meu quarto.

Meus dias são quietos e um pouco tristes, claro, aos 22 anos, não tenho amigos nem namorada.

Meus pais morreram assassinados no ano passado, desde então, perdi a vontade de viver.

Eles eram tudo que eu tinha, vivia feliz com eles.

Se ainda estou vivo, é porque quero levar o cara que fez isso junto comigo para o inferno.

Me arrumo, tomo café, arrumo a mochila e saio de casa.

...

{Faculdade — ? — 18:57 PM

Tédio.

Barulho... mesmo sendo uma faculdade todos aqui são bem faltantes, eles conversam entre si, enquanto eu e outros 2 alunos ficamos quietos cada um em seu canto, não somos pessoas populares.

Olho para o professor que está lendo algo a um tempo, a capa do livro dizia, "A Existência do Multiverso".

Se isso existisse, eu gostaria de viver em uma realidade onde eu tenho meus pais...

– vocês estão liberados. – disse o professor enquanto olha para seu relógio de pulso.

...

{Rua — ? — 19:22 PM

No caminho para casa vejo três idiotas assediando uma mulher, ela parece muito desconfortável.

– Tá tarde pra uma mulher bonita andar sozinha, deixa que a gente te acompanha até em casa. – disse um dos idiotas.

– Não obrigada. – sua voz tremulava.

Me aproximo deles, indo em direção a mulher. – Por que demorou? São seus amigos? Foi mal aí gente, estamos atrasados. – pego no braço dela, e começo a andar.

Andamos um pouco em silêncio.

Eu paro e digo a ela. – Tenta evitar lugares muito vazios, e desculpa qualquer coisa.

– Muito obrigada, eu estava com um pouco de medo. – ela sorri aliviada.

Não sei nada sobre essa pessoa, mas ninguém merece passar por coisas assim. – Tchau, fica bem. – dou um sorriso enquanto me viro para ir embora.

– Até a proxima. – ela me olha um pouco antes de ir.

Ela é bem fofa, mas e se eu não tivesse chegado no momento exato?

Um som de moto me interrompe enquanto caminho até minha casa.

Dois caras em uma moto, um sai da garupa e saca uma arma. – Ôh comédia, tu acha que é quem? tu vai morreh, cuzão.

Pow, pow...

Pow...

As vezes, colocamos a culpa dos nossos sofrimentos no mundo ou na vida.

Eu coloco a culpa... nos seres humanos.

– Temos a bebê mais linda do mundo – o rosto de uma mulher se aproxima me encarando.

{Escritório de Akira — Mansão do Duque Hoshizora

Me chamo Akira Mei Hoshizora, tenho 12 anos, e recentemente comecei a ter essa visão em meus sonhos, foi tão real , tão incômodo, tão diferente, tão marcante...

Se o que eu sonhei for verdade, isso explica o meu inexplicável ódio pelos seres humanos.

Mas pelomenos, isso também quer dizer que... é por isso que eu amo tanto meus pais.