E assim todos mantiveram silêncio dentro do automóvel, até a chegada na residência. Félix se mantia no mesmo local enquanto todos deciam e retirava os seus pertences do veículo.
- Félix?- Saio do transe e noto minha mãe parada na porta direcionada a mim. - Não vai entrar filho? - Penso tentando entender oque ela dizia até que consegui me pronunciar.
- Assim já estou subindo mãe... - Forçava um sorriso feio para não mostrar a tristeza. Não posso trazer de volta algo que eles já devem ter superado, eu acho?
- Ok então já vou entrando...
[...] Quebra de tempo [...]
Estou deitado sobre uma cama onde dizem ser meu quarto. Fico ali por algumas horas em silêncio tentando acreditar em uma coisa que dizem ser á verdade, meu peito está cada vez mais apertado quando lembro sobre meu pai, não faz sentido nenhum. Sou chamado pela minha mãe para descer e ir ao jantar, tento não demorar muito para não deixá-la esperando ao chegar noto ela começando por a mesa.
- Uai... mas a senhora não disse que já estava pronto? - espero ela responder quando noto um sorriso diferente em seu rosto.
- Desculpa esqueci que você mudou um pouquinho... - Ela me responde levando uma panela a mesa.
- não entendi. - oque ela quer dizer com ter mudado um pouquinho?
- É que você demorava muito quando eu te chamava então... tinha pegado o costume de te chamar mais adiantado. - Me pergunto o porque eu demorava muito.- Mas não se preocupe espere só mais um pouquinho que já já está pronto.
- Quer ajuda? - Ela fica surpresa com minha pergunta que até para oque estava fazendo e me olha estranhamente. - Algum problema?
- É que só não estou acostumada... mas sim pode vir.
Félix era um menino que nem falava com sua mãe direito então é muito estranho sua mãe receber sua ajuda. Seu dois irmãos mais velhos ficam sempre ocupados até mais tarde então era sempre ele e sua mãe na janta.
Depois que ajudo minha mãe a por a mesa nos sentamos e jantamos em um silêncio esquisito. Não tenho nada para conversar sendo que eu não me lembro de nada e aparentemente parece ser a primeira vez que minha mãe senta comigo, me pergunto o quanto eu mudei nesses anos.
- Mãe... o que aconteceu nesses últimos anos? - Ela para de comer e engole oque já havia em sua boca. - Como eu era nesses últimos anos?
Ela se direciona a mim e mantém seu olhar fixo ao meu rosto.
- Acho melhor você ir descobrindo aos poucos... só posso dizer que você se trancou... internamente... pelo fato da morte de seu pai... a partir daí eu não tive tanto contato contigo até hoje. - Ela abaixa sua cabeça e encerra sua resposta com um suspiro.
- Nossa... porque os irmãos estão estranhos? - Minha pergunta era simples.
- É... depois deste acontecimento com seu pai vocês acabaram tendo desavenças e brigavam sempre que se encontravam. Então já deve saber o porque eles não estão aqui agora...
Voltamos ao silêncio e assim terminamos o jantar. Me levanto e ajudo-a a limpar a mesa e lavar as louça.
Alguns dias se passaram, onde Félix raramente via seus irmãos até chegar o dia de poder ir a escola, sua mãe estava sempre com uma extrema atenção a ele.
- Você vai ficar bem mesmo né? - Dizia ela enquanto apertava minhas mãos.
- Sim mãe irei ficar. -Sorrio para assim fazê-la me soltar.
- E se você não conseguir...
- Mãe não se preocupa, esqueceu quem a senhora colocou ao meu lado? - Aponto com a cabeça para quem vinha em nossa direção. - Acho que não esquecerei de nada se a tal de minha namorada não me esquecer né? - sorrio com sarcasmo.
- será mesmo filho. - A preocupação dela estava atraindo os olhares a nos.
- Calma tia ele estará comigo. - Exclamava Sabrina ao se aproximar de nos.
- Estou deixando ele em sua responsabilidade Sabrina. - Ela força o olha a menor fazendo-a ficar envergonhada.
- Sim senhora. - falava sem jeito.
- Vamos temos que entrar não se iremos nos atrasar. - puxo o braço de Sabrina para assim terminar logo aquela conversa.
- Tchau tia... eita pera bebê.
- Me ligue se não estiver bem! - griatava minha mãe de longe.
- Tá! - respondo ela.
Félix chega em sua escola olhando atentamente o garoto admira a visão da enorme escola as pessoas que ali estavam olhavam feliz e Sabrina de relance.
Enquanto Félix e Sabrina se aproximava de sua sala algumas pessoas se aproximaram do tal.
- Félix! finalmente. - sou abraçado a força por um menino mais baixo que eu. - Eu senti muita saudades! Pensei que você iria morrer. - mesmo sendo menor ele era forte.
- Anda largue, você está o machucando. - Dizia o menino mais atrás aparentemente com mesma altura que eu.
- Eita desculpa. - Ele me solta e me direciono a Sabrina que a um minuto estava em meu lado , agora vejo a tirando fotos na janelas do corredor.
- Desculpa mas quem são vocês?
- Ah é mesmo Sabrina disse que você tinha perdido a memória. - Sem pausa dizia o mais baixo. - Deixa-me fazer as apresentacoes, nos somos seus amigos, esse é Carlos - Exclamava ele apontando para o maior que tinha um rosto bem marcante. - E eu sou João seu melhor amigo que sempre te ajudou em tudo.
Aparentemente eles parecem ser bem legais. Enquanto só esculto João falando, falando e falando meu olhar passa por seus ombros e vai em direção a um garoto que estava parado olhando para uma janela.
- Félix... Félix, Félix! - me assusto com João chamando minha atenção.
- oi, oi, oi, desculpa viajei nos pensamentos.
Olho de volta onde estava o garoto mas o estranho já tinha ido embora.
- Para quem você está olhando? - João e Carlos torcem seus corpos para verem oque eu procurava.
- Nada não. só pensei ter visto alguém... esquece.
Depois da longa conversa Félix e seus "amigos" junto à sua namorada se direcionam as salas de aulas, eles se separam e Carlos por sua sala ser á mais próxima a de Félix o acompanha até a porta.
- Obrigado. - Agradeço forçando um sorriso.
- Sem problema. - ele se vira e me deixa em frente à sala sozinho.
Carlos aparenta ser uma pessoa reclusa. Bato na porta e assim esculto alguém pedir para eu entrar.
- Com licença...
Continua...