O amanhecer surgia lentamente, e Yan acordou com a cabeça pesada e confusa, apenas com flashes da noite anterior passando por sua mente. Ele olhou em volta e percebeu que o quarto estava quase completamente destruído, objetos espalhados e uma sensação de desordem que refletia seu estado mental. "O que aconteceu na noite anterior?", pensou, enquanto pegava seu celular e notava que já haviam se passado três dias. Assustado, ele começou a verificar as mensagens e viu várias não lidas e chamadas perdidas. Sem pensar duas vezes, decidiu ligar para seu amigo Thomas, pedindo que o buscasse.
— Cara, o que aconteceu nesse quarto? — perguntou Thomas, ao entrar no local e olhar ao redor com uma expressão de preocupação.
— Eu não sei, minha mente tá em branco — respondeu Yan, tentando juntar as peças do que havia acontecido.
Thomas se abaixou e pegou algo do chão, olhando para Yan com uma expressão confusa. — Cara, você dormiu com alguém?
— Não sei, porque? — disse Yan, ainda mais confuso com a situação.
— Então de quem é esses cabelos brancos? — questionou Thomas, mostrando os fios de cabelo que havia encontrado. Yan olhou para ele, sem entender o que estava acontecendo, enquanto uma onda de ansiedade começava a tomar conta dele. O mistério da noite anterior só aumentava, e ele se sentia cada vez mais perdido.
No dia seguinte, na faculdade, Yan avista William de longe e solta um sorriso bobo.
Thomas brinca: — Olha, o William tem cabelos brancos, será que foi ele que destruiu aquele quarto com você?
Yan, empurrando Thomas, responde: — Você está doido? Ele é um beta. E outra, acho que ele namora aquela menina ao lado dele.
— É, deve ser. Eles formam um casal muito bonito — respondeu Thomas enquanto encarava Anny ajeitando o cabelo de William.
Todos os dias, Yan se distraía observando William de longe. Ele tinha se apaixonado e, para ele, era um amor impossível.
Após dois meses apenas observando de longe, Yan decide que finalmente vai chegar em William.
— É isso aí, Thomas, de hoje não passa. Hoje vou falar com ele — disse Yan, cheio de coragem.
— Ué, cara, você não soube? — perguntou Thomas, confuso.
— Não soube o quê? — disse Yan, ainda mais confuso e diminuindo o sorriso que estava no seu rosto.
— Fiquei sabendo que o William e a Anny trancaram a faculdade e vão entrar com um pedido de transferência. Isso já faz uns dois dias, eu acho — respondeu Thomas, com a mão no ombro do amigo para acalmá-lo.
Yan sentiu seu coração disparar ao ouvir a notícia de Thomas. A ideia de que William e Anny estavam se transferindo da faculdade era como um balde de água fria em seus planos. Ele havia passado meses admirando William de longe, sonhando em um dia ter coragem para se aproximar e talvez até iniciar uma conversa. Agora, tudo parecia desmoronar.
— Não pode ser! — exclamou Yan, a frustração e a tristeza transbordando em sua voz. Ele se levantou rapidamente, sem pensar duas vezes.
— Onde você vai? — perguntou Thomas, tentando acompanhar o ritmo do amigo.
— Vou até a reitoria! — respondeu Yan, a determinação tomando conta dele. Ele não podia deixar que essa oportunidade passasse. Ao chegar à secretaria, sua ansiedade aumentava. A funcionária olhou para ele com uma expressão neutra e confirmou o que ele temia.
— Sim, William e Anny já se desligaram da faculdade. Eles foram embora há dois dias.
Aquelas palavras ecoaram na mente de Yan, e ele sentiu um nó na garganta. O que ele poderia ter feito se tivesse se declarado antes? Agora, a chance de conhecer William melhor parecia ter desaparecido. Enquanto se afastava da reitoria, um misto de tristeza e arrependimento o acompanhava, refletindo sobre o amor que nunca teve a chance de florescer.