P.O.V Lilith
— Victor... — Eu disse, com lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu estava confusa. Meu corpo inteiro estava doendo e eu não conseguia entender nada direito o que estava acontecendo. Eu só conseguia ver o rosto dele, seu olhar estava focado em seguir em frente.
Ele parecia estar tendo dificuldades em continuar caminhando, cada passo parecia pesado. Ainda sim ele me segurava em seus braços de forma firme. Mesmo se ele estivesse cansado, mesmo se todo seu corpo estivesse doendo ele estava disposto a fazer qualquer coisa que fosse precisa para me proteger.
Lagrimas escorreram pelo meu rosto pálido por causa disso.
— Estamos quase lá. — Sua voz, era tão suave e ainda sim séria. O garoto estava completamente determinado em proteger a sua amada. — Você não vai morrer neste buraco... Eu nunca deixarei isso acontecer!
— Eu te amo... — Eu sorri, tentando manter minhas esperanças de que realmente aquilo seria possível, mas todo o sangue que eu perdi e o cansaço de tudo estava fazendo meus olhos pesarem, eu sentia como se meu corpo estivesse parando de me obedecer e então minha consciência rapidamente desapareceu, me deixando em uma escuridão total....
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Alguns dias antes...
Tudo parecia estar frio, eu abri meus olhos os sentindo arder... Eu sentia que queria dormir, mas o frio me incomodava, eu tentei puxar algo para me cobrir, mas não encontrei nada além de um chão sólido e sujo.
— Ahm...? — Finalmente eu me acostumei com a luz e pude olhar em volta de mim. Eu estava em um lugar pequeno e escuro, não havia janelas nem mesmo uma porta. Aquele lugar parecia uma cela que foi criada para manter prisioneiros extremamente perigosos.
Meu coração bateu forte.
— Vitor!? — Eu gritei, mas minha voz ecoou naquela sala não deixando o lugar. — Não...
Eu tentei buscar nas minhas memórias como eu poderia ter ido parar naquele lugar, porém tudo estava completamente embaralhado. Eu estava correndo, fugindo de algo junto do meu amor. Tinha fogo e gritos para todos os lados, as pessoas estavam com medo exatamente como eu também estava.
— Não... — Eu me levantei, minhas pernas estava um pouco fracas então precisei me apoiar em uma das paredes. Aquela sala era claustrofóbica, eu podia apenas dar uns dois passos antes de esbarrar com a outra parede. Eu respirei fundo e olhei para minhas mãos, percebi que havia alguma coisa em meus pulsos. Parecia um tipo de algema feita de metal, com uns encaixes, mas naquele momento eu ainda estava livre.
Também havia uma coleira do mesmo tipo de material das algemas no meus pulsos, ela não apertava nem era fisicamente desconfortável, mas ainda sim. Estar usando uma coleira me incomodava. Eu comecei a puxar nela, porém não importava o quanto eu tentasse a arrancar de meu pescoço ela mal se movia.
Até mesmo quando eu expus minhas presas compridas ao fazer uma careta e tentar usar toda minha força nada aconteceu.
— Ah... — Suspirei me sentando de novo, estando frustrada por estar aprisionada em um lugar como aquele. Eu me sentia como um animal....
— Victor.... Me ajuda..... — Eu falei como se meu amado pudesse me escutar. Era obvio que eu estava sozinha naquele lugar... Eu estaria sozinha naquele lugar para sempre. Lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto quando eu fechei meus olhos.
A única imagem que surgia em minha mente era o rosto feliz de Victor, seus olhos azuis cabelos loiros, seu sorriso radiante e preciso. Eu queria estar nos braços dele, nós deveríamos estar juntos. Temos que estar juntos.
— Ele vai te salvar... Se acalma.... — Eu disse abrindo meus olhos e olhando em volta. — Ele deve estar fazendo tudo que ele pode para me salvar, então eu deveria fazer tudo que eu posso para tentar encontrar ele! — Uma onda de motivação tomou conta do meu corpo.
Eu respirei fundo. Se eu tinha sido colocada naquele lugar definitivamente havia uma saída, e eu a encontraria. Eu comecei a passar a minha mão por todas as paredes, tentando encontrar qualquer coisa que fosse estranha, poderia ser uma beirada mal encaixada, poderia ser uma rachadura, poderia ser uma beirada solta... Qualquer coisa seria o suficiente.
No entanto eu congelei totalmente quando eu ouvi uma voz que parecia estar vindo de todos os lados ao mesmo tempo.
— Olá prisioneira, bem vindo ao jogo das sombras! — A voz grave disse me assustando um pouco. Era uma voz que eu nunca havia ouvido antes, mas que parecia ser comandante de uma forma que parecia que poderia me controlar completamente se desejasse. — Em breve o jogo começará, um jogo onde você terá que provar sua força se você desejar sobreviver!
— Jogo? Sobreviver? — Eu falei. Aquelas palavras pareciam estranhas de mais.
— Não há regras, tudo vale! A única coisa que você precisa saber é que a coleira em seu pescoço soltará um veneno extremamente poderoso que a matará se caso você tentar deixar o campo de batalha! — A voz disse a parte sobre o veneno com um tom mais sombrio, quase como se fosse uma risada perversa. Como se o dono da voz estivesse sentindo prazer daquilo.
— Isso não é justo... — Eu apertei meus punhos... Eu não queria lutar de novo.