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Unmei no rensa

Nakato_Nili
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Synopsis
Em um mundo onde os fracos são reduzidos a meras mercadorias, uma jovem é vendida como escrava sem saber que carrega um poder temido até pelos deuses. Marcada como Lote 23, ela é apenas mais uma entre os esquecidos—até que, no momento de maior desespero, seus Olhos do Destino despertam. Com um simples toque, ela pode ver os segundos do passado e do futuro das pessoas, revelando segredos que ninguém deveria conhecer. Mas esse dom é tanto uma maldição quanto uma bênção. Perseguida por aqueles que desejam controlá-la e assombrada por visões que não pode evitar, ela precisa encontrar um caminho entre a submissão e a vingança. Seu destino já está escrito... ou será que agora ela pode reescrevê-lo?
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Chapter 1 - Eu Não Sou um Objeto

O mundo era cruel para aqueles sem poder. A realeza governava com punhos de ferro, e os fracos eram reduzidos a nada mais do que mercadorias. Eu aprendi isso cedo demais.

Correntes frias apertavam meus pulsos enquanto eu era arrastada para o palco. O cheiro de suor e metal enferrujado preenchia o ar. Os olhos famintos da multidão me analisavam como se eu fosse um simples objeto.

Lote 23! Jovem, saudável e obediente! Quem dá mais? — a voz do mercador ecoou.

As placas se ergueram no ar, uma após a outra.

Doze mil nhoras! — gritou um homem no meio da multidão.

Alguém dá mais? — insistiu o mercador.

Vinte mil! — outra voz se sobressaiu.

Minha mente estava um caos. "Isso é um sonho? Por que isso está acontecendo comigo?"

Meu coração batia rápido. Medo. Raiva. Desespero. Tudo se misturava dentro de mim. Mas então… algo despertou. Uma força adormecida, quente como fogo, pulsava em minhas veias. E naquele instante, eu soube: eu não era uma simples escrava. E esse mundo ainda aprenderia a temer meu nome.

Os lances continuavam, mas um calor insuportável crescia dentro de mim. Meu corpo queimava. A dor me fez cair de joelhos. O mercador se irritou.

Levanta, criança estúpida! Está me fazendo de bobo!

Tentei me erguer, mas minha visão turvou.

Meu corpo dói… está queimando… — murmurei, minha respiração falhando.

Os murmúrios da multidão ficaram mais altos.

Por que pararam os lances?

Qual o sentido disso?

O mercador rangeu os dentes.

Este lote está cancelado! Próximo, lote 24! Uma elfa!

Fui arrastada para fora do palco como um pedaço de carne estragado. Não era um ser humano para eles. Apenas um objeto defeituoso.

Jogaram-me dentro de uma cela de metal enferrujado, o cheiro de podridão impregnando o ar. O mercador entrou logo atrás, empunhando seu chicote.

Você me fez passar vergonha na frente dos clientes. Agora vai pagar por isso.

Eu o encarei, sem forças para reagir. Ele ainda me tratava como um objeto. Mas algo dentro de mim dizia… isso estava prestes a mudar.

Quando o chicote do mercador se ergueu, tudo ao meu redor desacelerou. O tempo se esticava, como se cada segundo se arrastasse por uma eternidade. Eu vi seus olhos — frios, brilhando com desprezo — e senti a dor do golpe antes mesmo de ele me atingir.

E então, eu vi.

A realidade se fragmentou em visões. Vi o passado do mercador, uma infância sufocada pela violência. Vi as vidas que ele destruiu para alcançar seu poder, os rostos dos que nunca puderam escapar. E vi seu futuro. Um futuro sem redenção. Suas mãos manchadas de sangue, sempre, até o fim. Mas ele nunca entenderia a verdadeira extensão do que fizera.

E então, o vazio.

Uma avalanche de emoções me atingiu. Não queria ver isso. Não queria sentir. Mas o peso do sofrimento de um passado e futuro tão cru afundou em meu peito, esmagando-me por dentro. A dor dele agora era minha. A raiva dele se misturava com a minha. Cada lágrima não derramada. Cada grito sufocado.

Eu não sou como você.

As palavras escaparam de meus lábios, quase um sussurro. O calor do meu poder crescia, cada vez mais forte, mas eu não sabia controlá-lo. Era demais. Insuportável. As visões do passado e do futuro eram facas afiadas cortando minha alma.

Eu não queria ver. Mas não podia parar.

O mercador avançou, chicote em punho. Eu sabia o que ele faria, sabia exatamente como ele se moveria. Mas não queria saber. Queria fechar os olhos. Queria fugir. Mas a força de sua presença, de sua mão se aproximando… me paralisava.

Então, o poder dentro de mim gritou.

Eu não sou uma peça no seu jogo! — minha voz agora era dor e fúria misturadas.

Vi o futuro. Vi o momento em que ele cairia, esmagado pelos próprios pecados. Vi suas mãos tremendo, sua boca murmurando algo sem som. Vi o medo tomando conta dele. O controle que ele achava ter sobre mim… já não existia.

Eu sabia. Ele não sabia de nada.

Ele deu um passo para trás.

Mas antes que pudesse fugir, a exaustão me venceu. Meu corpo cedeu, os joelhos atingiram o chão. O peso do mundo esmagava meus ombros.

Eu sabia que esse era apenas o começo.

As consequências desse poder ainda me assombrariam. E o que aconteceria comigo… eu não sabia.

Apenas uma coisa era certa.

Eu nunca mais seria a mesma.