Chapter 3 - Azar

Ninsun, essa sou eu. Nunca fui uma pessoa que se destacava dos outros. Eu sabia que não tinha um futuro promissor. Eu era mediana na escola e, depois que saí dela, não tive muita sorte com empregos. Minha fonte de renda era um trabalho de meio período e farma para outros em jogos online. Eu me sentia como se estivesse presa em um ciclo vicioso, sem perspectivas de mudança.

Eu sempre gostei dos aventureiros. Uma vida emocionante, apesar do perigo, mas pelo menos ganha uma boa grana. A não ser que você seja rank F. Eu queria ser aventureira. Achei que isso nunca aconteceria. E, no final das contas, eu virei uma aventureira.

Quando despertei, foi uma sensação incrível! Pensei que minha vida iria finalmente mudar. Mesmo com a possibilidade de ser rank F, isso seria impossível. Poucas pessoas são, então por que eu iria ser? Eu me sentia como se estivesse sonhando, como se tudo isso fosse apenas uma ilusão.

Lembro até hoje o dia que fui descobrir meu rank. Fui à Associação da Torre, que é a base de tudo para ser um aventureiro. Apesar de ser um lugar muito importante, é apenas um prédio qualquer. Claro, o que faz ele ser reconhecido é sua logo: uma fênix das sombras, um espírito lendário onde muitas pessoas disseram terem visto em andares ímpares. Eu acho que não passa de um mito, criado para que mais pessoas queiram ir para a torre. Afinal, até que não tem um sistema para entrar na torre com equipamentos mágicos.

Quando entrei na torre, havia muitos aventureiros. Admito que fiquei um pouco nervosa. Eu me sentia como uma pequena peça em um grande quebra-cabeça, sem saber exatamente onde me encaixava. Mas eu estava determinada a descobrir.

Agora, estou aqui, pronta para começar minha jornada como aventureira. Estou nervosa, mas também estou ansiosa para ver o que o futuro reserva para mim. Vou enfrentar desafios, vou aprender e vou crescer.

O interior do prédio era muito diferente do exterior, que parecia comum. De fora, pelas portas de vidro, parecia um prédio qualquer, mas por dentro, as paredes brilhavam com uma luz suave, não muito forte. Havia vários espíritos lá, talvez para se proteger de outras organizações. Eu vi várias pessoas atravessando paredes, como se fossem portais. Era uma cena estranha, mas eu estava mais preocupada com o meu próprio destino.

Um atendente veio até mim e me levou até a sala de teste. Ao entrar, vi que havia água flutuando no ar. Ela era o teste. Quanto mais a água se agitava, mais baixo era o rank. Quanto mais estável ela ficava, maior era o rank. Ao encostar na água, ela me puxou para dentro dela na mesma hora.

Ao adentrar a água, eu comecei a me afogar. Eu olhei para o avaliador, tentando desesperadamente um pedido de socorro, mas ele apenas anotava na sua caneta. Eu estava angustiada, sentia a água entrando nos meus pulmões, até que enfim desmaiei.

Quando eu acordei, estava numa maca. O avaliador que antes eu implorava por socorro veio até mim e me deu meu certificado e cartão de aventureiro. E foi então que eu descobri: sou rank F. Não se esperava que um rank F corra perigo. Normalmente, eles não vão para dungeons perigosas.

Eu pensei que mesmo sendo rank F, por ser uma aventureira, tudo ia ficar melhor. Mas só piorou. Ranks F como eu sofrem perigo constante. Minha vida melhorou e piorou ao mesmo tempo. A única coisa que eu fazia era minerar e matar uns slime.

Um dia, estava no 5º andar, coletando núcleos de slime, quando apareceu um monstro que com certeza não devia estar lá. Parecia um urso, mas ele tinha um rosto humano que chorava. Ele apenas me observava. Eu fiquei surpresa, mas não apavorada. Eu não sabia o que fazer. Correr? Lutar? Não! Nada disso ia adiantar.

Naquele momento, eu sabia: eu iria morrer.