Em uma noite fria de inverno, eu dormia profundamente, jogado na cama, sem cobertores. O vento do ventilador passava por mim e circulava por todo o quarto, resfriando o ambiente. Era uma noite como qualquer outra... até que tive um sonho. Não, não era um sonho. Era uma lembrança do meu passado.No início, eu me encontrava em um espaço completamente escuro. Tentei me mover, mas estava paralisado. Meus únicos sentidos ativos eram a visão e audição. Aos poucos, o vazio ao meu redor começou a se transformar, e o breu foi se dissipando, revelando um lugar familiar. Sons nostálgicos ecoavam ao meu redor: o farfalhar das cortinas balançando com o vento, o ranger da madeira sob o peso da cama bagunçada, o leve tilintar dos livros na estante.Era meu antigo quarto.No centro da cena, vi a mim mesmo, só que bem mais novo. Uma criança de, talvez, quatro anos, sentada à mesa de estudos, concentrada em um livro e fazendo anotações em um pequeno caderno. Aquele caderno... o primeiro dos oito que ainda guardo na minha estante. Na época, eu escrevia tudo o que poderia me ajudar no futuro, desde estratégias a pequenos sonhos e desejos. Eu já sabia o que queria me tornar: um caçador de recompensas.Naquele momento, meus olhos infantis percorriam as páginas de um livro que me marcou profundamente — e ainda me marca até os dias de hoje. Um livro escrito por Zephyris Valdrake chamado "um mero caçador de recompensa", ele era e continua sendo o caçador de recompensas que eu admiro. Ele foi o primeiro de muitos a alcançar o Rank SSS – Classe I. Seus passos me inspiraram, e ali, naquela idade, eu já havia decidido que seguiria pelo mesmo caminho. Enquanto me observava naquela lembrança, ouvi barulhos vindos do lado de fora do quarto. Tentei me mover, mas meu corpo continuava paralisado. Os sons de passos ecoavam pelo corredor, cada vez mais próximos. No início, pensei que fossem meus pais... mas eu estava errado.A maçaneta girou, e a porta se abriu lentamente, rangendo no silêncio da noite. Eu queria desesperadamente olhar, saber quem era, mas ainda não conseguia me mover. Então, uma voz familiar preencheu o quarto. Uma voz que eu jamais poderia esquecer. Uma voz feminina que, ao longo dos anos, me tirou e me colocou em inúmeras enrascadas. Que esteve ao meu lado nos bons e nos maus momentos. Ela caminhou lentamente até o meu eu mais jovem, que continuava concentrado nas anotações. Quando, enfim, entrou em meu campo de visão, senti algo quente escorrendo pelo meu rosto. Lágrimas.Era Yara. Uma garota extremamente social e, ao mesmo tempo, completamente maluca. Fomos amigos de infância e estudamos juntos no fundamental. Assim como eu, ela sonhava em se tornar uma grande caçadora de recompensas, seguindo os passos de Zephyris Valdrake. ela sempre dizia que iria superá-lo... e a mim também. Nossas discussões eram constantes. Quem iria se tornar o melhor? Quem superaria quem? Criávamos cenários imaginários, fingíamos caçar um ao outro, como se já estivéssemos vivendo nosso futuro de caçadores lendários. Passamos uma boa parte da infância grudados, como se fôssemos inseparáveis.Eu continuava paralisado vendo meu eu do passado conversando, brincando e se divertindo com a Yara, mesmo sendo um sonho, parecia muito real todos essas memórias, minha cabeça sempre foi ruim pra guardar qualquer coisa. enquanto permanecia imóvel, vi todos os momentos que passei na infância, com meu país, com Yara, brincadeira que fazíamos, momentos juntos pensando no futuro como caçadores, vi minha cidade natal, uma pequena cidade urbana, vi eu e a Yara aprendendo a andar de skate, passeio no parque, tempos tedioso na escola, nossas individualidades apareceram, treinamos juntos por um tempo e desenvolvemos muitas técnicas para usar no futuro. Eu continuava paralisado, apenas assistindo meu eu do passado conversando, brincando e se divertindo com Yara. Mesmo sabendo que era um sonho, tudo parecia absurdamente real. Cada detalhe, cada lembrança... Como se minha mente quisesse me lembrar de algo que há muito tempo tentei esquecer. Sempre fui péssimo para guardar memórias, mas ali, naquele momento, tudo estava claro. Eu via cada instante da minha infância se desenrolando diante dos meus olhos, meus pais, Yara, as brincadeiras que fazíamos, as conversas sobre o futuro como caçadores. Vi minha cidade natal, pequena, mas cheia de vida. Vi Yara e eu aprendendo a andar de skate, nossas quedas e risadas. Nossos passeios no parque. Os momentos tediosos na escola. O dia em que nossas individualidades despertaram. Treinamos juntos por um tempo, exploramos nossos poderes, desenvolvemos técnicas que achávamos que um dia nos tornariam lendários. Foi um tempo bom. Um tempo que agora parecia tão distante...Também vi o dia em que tivemos a ideia maluca de montar uma banda. No início, éramos só um duo intermediário, tocando apenas covers por aí. Eu tocava guitarra, Yara segurava a bateria. Naquele momento, era tudo que sabíamos fazer, mas sonhávamos em aprender mais instrumentos com o tempo. Tocamos na escola, em pequenas festas, na igreja, até mesmo para nossos pais, que fingiam que éramos incríveis só para nos incentivar.Depois dessa revelação, a escuridão cobriu tudo ao meu redor. Vi todas as minhas memórias sendo consumidas pelo fogo, uma a uma. E então, das cinzas, outras lembranças emergiram. Ainda era minha cidade natal, uma pequena cidade urbana, onde a paz reinava todos os dias. Cada pessoa seguia sua vida como se nada de ruim pudesse acontecer. Até que, em uma única noite, tudo foi destruído. Nenhum sobrevivente. As memórias voltaram com força, mas eram horríveis para um moleque que ainda não entendia a verdadeira realidade do mundo. Podemos viver em paz... mas sempre há alguém disposto a acabar com isso. Era uma noite quente de verão. No sonho, vi meu eu do passado dormindo. Madrugada de sexta-feira, segundo o relógio. Tudo parecia normal. Até que um grupo de assassinos, contratados a preço alto, invadiu a vila com uma única missão: aniquilar tudo e todos. muitos arriscaram suas vidas para proteger os moradores, eu sentia o cheiro de queimado de longe, ouvia gritos dor, agonia e desespero, pessoas tentavam se proteger, eu acordei com meu pai me tirando da cama com um olhar de desespero e raiva ao mesmo tempo, enquanto corríamos pela casa, vi o que tinha acontecido pelas janelas, por que atacar uma vila simples de poucas pessoas? eu me perguntava. os gritos ficavam mais altos, casas eram destruídas, fogo se espalhava, não dava pra chamar ajudar, e quem tinha individualidades tentaram lutar contras ele, alguns foram pegos, mais outros eram ainda piores. em meio a esse caos os pais de yara h=junto com ela estavam com meus pais, tentando encontrar uma forma de continuar vivos e sair dali, mais infelizmente não tivemos muita ideia e nem tempo pra pensar, os assassinos invadiram casa pra matar e destruir e mesmo se fossemos com certeza iriamos morrer. não estávamos preparando pra isso e nem sabíamos o que fazer, lutar e morrer? fugir e morrer? o que vamos fazer? o que podemos fazer? e agora? acabou mesmo? eu ainda nem comecei meu futuro como caçador? fui dominado pelo medo e pelo ódio, só queria poder destruir todos aqueles que queria destruir e destruíram o futuro de muitos.Muitos arriscaram suas vidas para proteger os moradores. O cheiro de queimado impregnava o ar, pesado e sufocante. De longe, eu ouvia os gritos—dor, agonia, desespero. As pessoas corriam tentando se proteger. Eu despertei com um solavanco. Meu pai me puxou da cama às pressas, o olhar carregado de medo e fúria ao mesmo tempo. Meu coração disparou. Algo estava errado. Muito errado. Enquanto corríamos pela casa, olhei pelas janelas e vi o inferno lá fora. Chamas devoraram as ruas. Silhuetas em fuga, algumas caindo antes mesmo de dar o próximo passo. Gritos que se misturavam ao estalar da madeira queimando. Por quê? Por que atacar uma vila simples, com tão poucas pessoas? O que nós fizemos para merecer isso? As casas desmoronaram como se fossem feitas de papel. O fogo rastejava e se espalhava sem controle. Não tinha como pedir ajuda. Os que tinham individualidades lutavam com tudo que tinham, mas alguns eram derrubados como se fossem nada. Outros... eram piores. Em meio ao caos, vi os pais de Yara junto dela. Eles estavam com meus pais, tentando encontrar um jeito de sobreviver. Mas não havia para onde correr. Não havia um plano, nem tempo para pensar em um. Os assassinos começaram a invadir as casas. Eles não deixavam nada para trás. O que fazer? Lutar e morrer? Fugir e morrer? O fim chegou? Mas eu ainda nem comecei meu futuro como caçador… O medo tomou conta de mim. O ódio também. Eu queria acabar com todos eles. Queria destruir aqueles que destruíram o futuro de tantos. A única coisa em minha mente era acabar com aquilo. Não importava como. Não importava o que acontecesse comigo.Eu só queria que aquilo parasse.Mesmo sendo um moleque de apenas 13 anos, tudo que eu queria era viver em paz.Mas a paz nunca esteve ao nosso alcance.Minhas memórias se desenrolavam diante de mim. Eu via meu eu do passado, cego de ódio, raiva e um desejo insaciável de destruir aqueles que destruíram tudo que eu amava. E antes que eu percebesse, meus pés já estavam correndo para fora de casa. Meus pais tentaram me parar, mas era tarde. Minha individualidade já havia sido ativada. Minha fúria havia tomado as rédeas. Eu não pensava. Apenas agia. Parti pra cima dos assassinos. Mas... eu não fui o único. Yara também veio comigo. Ela queria lutar? Queria me parar? Eu não sabia dizer. Meu mundo estava enevoado por todo aquele mal. Eu não podia deixar aqueles assassinos destruírem o meu sonho. Nem o sonho dos sobreviventes. Se é que ainda havia algum. Mas no fim… eu só piorei tudo. Eu me via em minhas próprias memórias. Aquele ódio. Aquela ira incontrolável. Eu estava prestes a perder tudo. Lutávamos no meio do fogo. Golpes, gritos, destruição por todos os lados. Quando, de repente, meu olhar se fixou em uma cena. Uma garotinha estava sendo raptada. Um dos assassinos a segurava com força. Ele era grande, forte. Mas não estava sozinho. Seis outros estavam com ele, no topo de uma casa alta.Meu sangue ferveu.Eu ia salvá-la. Eu ia matá-los. Eu ia— O mundo parou. A garotinha… Era Yara. Meu coração despencou. Vi seus olhos desesperados, sua boca se abrindo em gritos de socorro. Ela debatia, chorava, lutava. Eu gritava pra mim mesmo. — SE MEXE! SE MEXE, muleque! FAZ ALGUMA COISA! PENSA EM COMO SALVÁ-LA! Eu via tudo acontecendo diante de mim, novamente. As memórias seguiam adiante. Elas não paravam. E então, aconteceu. O assassino apertou sua cabeça com as mãos. E esmagou. Diante dos meus olhos.— NÃO! NÃO! NÃO! NÃO...! Eu corri. Corri com tudo que eu tinha. Mas já era tarde. O corpo dela caiu. Eu mergulhei na destruição para pegá-la. E quando segurei Yara em meus braços… Ela não estava mais ali. Seu corpo já não se movia. Sua cabeça, ferida além do que eu poderia aceitar. Meus joelhos tocaram o chão. O fogo queimava ao meu redor. Meus gritos ecoaram pelo caos. A garota que eu gostava… A garota que eu amava… A garota que eu sonhava em um dia pedir em namoro… Estava morta. E, naquele momento, eu mudei. O ódio me cegou completamente. Me tornei algo que nunca quis ser. E um único pensamento ecoava em minha mente: "Se entrar no meu caminho... eu vou matar."Os assassinos perceberam meu estado. E se aproveitaram. As memórias continuavam se desenrolando diante de mim. Eu já não aguentava mais. E, no fim… Matei cinco deles. Um por um. Sem pensar. Porque, como eu disse antes… se alguém entrasse no meu caminho, morreria. Mas então, um deles se aproveitou. Manipulou minha fúria. E antes que eu pudesse perceber, minhas próprias mãos foram usadas para matar meus pais. Os pais da Yara. O choque me atingiu como uma lâmina. Eu não podia acreditar. Eu fiz isso? EU FIZ ISSO?! De joelhos, eu me via em meu próprio passado. Me via ali, chorando sem parar. Chorando de raiva. Raiva de mim mesmo. Me deixei ser dominado pelo ódio. E agora todos estavam mortos. Minha mãe. Meu pai. Os pais dela. E Yara… A menina que eu amava. A menina que eu deixei morrer. Não… NÃO!Eu queria esquecer. Queria apagar aquilo da minha mente. Queria arrancar essas memórias e jogá-las fora. Mas… não havia como fugir. Já estava feito. E mesmo depois de matar cinco deles… isso não mudou nada. Os dois assassinos restantes fugiram. Mas um deles… parou. Ele se virou para mim, segurando meu rosto ensanguentado com força. E sorriu. Um sorriso doentio.E então, sussurrou:— "Eu vou voltar futuramente pra te matar… da mesma forma que você matou seus pais… e deixou sua amiga morrer."Meu corpo congelou e Ele riu.— "Apenas sofra com essas memórias… e com suas mãos sujas."Então… tudo escureceu. Apaguei. E quando acordei… Estava em um hospital. Em uma cidade diferente. Longe de casa. Longe de tudo que um dia foi meu lar.Após todas essas memórias virem à tona, eu estava destruído. Por dentro, algo se partia. Senti ódio. Ódio de mim mesmo. Então, gritei.— POR QUE?!Minha voz ecoou no vazio. Por que fui tão fraco? Eu treinei. Yara treinou. Juntos, planejamos ser os maiores caçadores da história. Mas no fim… Ela morreu. Morreu nas mãos deles. Nosso futuro foi arrancado à força. Nosso duo perfeito... despedaçado. Por quê? Por quê? POR QUÊ?! Meu corpo finalmente respondeu ao meu desespero. Caí de joelhos. O mundo ao meu redor parecia desmoronar. Chorei. E então... soco. Um soco contra o chão. Outro. Outro. E mais um. Eu queria arrancar tudo aquilo da minha cabeça. Minha mente estava morta. Eu não queria lembrar. Nunca quis lembrar. Nunca pensei que voltaria a reviver esse dia. Mas então… Algo tocou minha mão. Era quente. E incrivelmente macio. Minha respiração ficou presa por um instante. Abri os olhos lentamente. Uma silhueta se formava à minha frente. Alguém... familiar. Mas… Quem? Meu corpo tremia. Eu a conhecia… Mas não conseguia entender. Com esforço, me levantei devagar. Minhas lágrimas ainda escorriam, mas tentei segurá-las. Tentei respirar. Tentei... aceitar. Então, baixei a cabeça.— Eu... — minha voz saiu fraca.— Eu não consegui encarar meu passado.Desviei o olhar.Na minha frente, minha própria imagem refletia o monstro que eu havia me tornado. Eu vi... eu mesmo matando aqueles que amava. Vi... Yara morrer diante dos meus olhos. E não fiz nada. Não fiz nada! Apertei os punhos.— Sinto nojo de mim mesmo.Raiva. Tristeza. E um vazio que... talvez nunca fosse preenchido. Diante de mim, havia uma figura. Alguém que eu... conhecia. Mas por mais que tentasse, não conseguia identificar quem era. Só sabia de uma coisa: era alguém familiar. A pessoa me olhou nos olhos e, com uma voz calma e firme, disse:— Não podes mudar o que já aconteceu lá atrás... mas podes mudar o que acontecerá mais para frente.Meu peito apertou.— Sempre sonhaste e sempre te esforçaste para realizar teus sonhos.Minha respiração ficou pesada.— Nunca desististe de nada até agora. Meu coração batia mais forte.— E ela também não desistiria… Mesmo que fosse difícil. Mesmo que fosse impossível. Senti um calafrio percorrer meu corpo.— Lembre-se, Darwin… Tu sempre foste forte. E sempre continuarás a ser forte. Minhas mãos tremiam. Lágrimas se formavam nos cantos dos meus olhos.— Tenho certeza que teu sonho… Não...O sonho de vocês dois se tornará realidade. Naquele momento, senti outra presença atrás de mim. Eu sabia quem era. Yara. Meu corpo congelou. E então… Senti algo em meus ombros. Meus pais. Os pais da Yara. Todos ali. Juntos. Uma onda de calor e tristeza me dominou. A voz misteriosa falou novamente:— Todos eles confiam em ti. Teus pais. Os pais da Yara. A própria Yara. Sempre confiaram.Meu corpo inteiro tremia.— Mesmo que teu passado seja pesado...Segue em frente. Continua seguindo em frente.Tenho certeza que isso os deixaria mais felizes. Antes que pudesse reagir, senti algo quente em minhas mãos. Yara... segurava minha mão. E então, minha mãe segurou a outra. Os outros se uniram, formando um elo. Uma luz branca intensa tomou conta de tudo. Fechei os olhos. Abracei aquele momento. Quando os abri novamente… A luz suave do sol filtrava pelas cortinas, batendo no meu rosto e me despertando. A sensação de aconchego ainda dominava meu corpo, e, antes de me mexer, percebi que Richard, meu gato preto, estava confortavelmente deitado em cima de mim. O calor do seu corpo contra o meu me fez hesitar. Olhei para o despertador: eram seis e meia. Perdera a hora de ir para a escola. Mas, mesmo que eu tivesse tempo, eu não iria. Não tinha vontade, nem energia para enfrentar mais um dia naquele lugar. Só me deixei ficar ali, deitado, perdido em meus pensamentos.Encarei o vazio do teto, como se ali pudesse encontrar alguma resposta. "Encarar o passado, seguir em frente..." pensei, forçando um sorriso. Não importava o quão difícil fosse o caminho à frente, não importava o quão pesado fosse o fardo. Eu tinha um objetivo, uma promessa. Serei um lendário caçador de recompensas, como ele foi. Não havia dúvidas. Com certeza. "Yara, não sei onde sua alma repousa agora, mas... saiba que vou realizar o meu sonho de criança. Você verá. Eu serei alguém que vai ultrapassar Zephyris Valdrake."Meu sorriso, por mais fraco que fosse, se manteve no rosto. A saudade apertou no peito, mas não poderia me deixar paralisar por ela. Richard ronronou suavemente, seu peso ainda sobre mim, como uma lembrança constante. Ele, meu companheiro silencioso, parecia entender mais do que eu mesmo.Fiquei ali por um tempo, sem pressa de levantar, absorto em minhas memórias e no que estava por vir. O som do relógio continuava, mas o que importava, no fundo, era que o futuro ainda me aguardava. E, apesar de tudo, eu ainda tinha algo para seguir.