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Chapter 2 - Capítulo 2: testando coisas.

Já se passaram seis meses, talvez? Não sei ao certo... Droga, ser um bebê é tão vergonhoso. E é muito tedioso. Bom, pelo menos eu já consigo entender este idioma.

Penso isso enquanto agarro a madeira do berço e tento descer aos poucos, mas acabo caindo no chão por não ter força suficiente para me segurar, já que gastei a maior parte da minha força para subir nas madeiras do berço. Solto um pequeno gemido de dor.

Droga, eu sou muito fraco.

Engatinho pela casa com um objetivo em mente: olhar pela janela. Chegando à cozinha precária, sinto uma decepção grande, como sempre sinto ao ver que sou pobre novamente.

Eu realmente sou azarado.

Antes que perceba, sou pego por um dos meus irmãos.

Ah?! É esse moleque de novo!

O garoto de cabelos cinzas me pega no colo e caminha até a janela. Ele arrasta um banquinho, sobe nele de joelhos para alcançar a altura da janela e me coloca para ver também.

— Flügel, você não pode sair por aí sozinho. Você quer ver a janela novamente?

A paisagem além da janela mostra casas precárias, pessoas andando pela estrada de terra, mas não muitas por estar a noite. E um grande muro ao fundo banhado pela luz da lua.

Meu nome é Flügel então, hein? penso enquanto olho para a janela.

Mas por que esse garoto tem os cabelos cinzas assim? A garota que parece ser a minha mãe tem cabelos castanhos, aquele homem tem cabelos pretos... A não ser que ele seja de outro pai.

Estendo minhas pequenas mãos querendo tocar o cabelo do garoto. Ele abaixa a cabeça para que eu possa encostar.

Encosto em uma mecha do cabelo dele, amassando-a levemente.

Parece um cabelo normal. Não sei por que é cinza. Mas ele também é muito bonito. Talvez esse moleque realmente seja de outro pai.

— Você gosta dele, Flügel? As outras crianças falam que eu sou adotado por conta do meu cabelo ser diferente da cor do cabelo da mamãe e do papai.

O que você acha que um bebê vai dizer a você? Eu sou um bebê, eu não consigo falar.

Flügel franze a testa e abre a boca, tentando falar.

— Uaaa... Boooaaa...

Droga, é uma merda não conseguir falar o que eu quero.

O garoto apenas acaricia a cabeça de Flügel e sorri, vendo o esforço do irmãozinho para tentar falar.

Flügel volta a atenção para a janela, vendo as pessoas e o grande muro tampando a vista para o outro lado.

Bom, então eu moro em algum reino, certo? E aparentemente eu nasci na parte da favela deste reino. Eu sou azarado demais.

— Mael e Elijah, venham comer! — grita Sophia, a mãe de Flügel, Mael e Elijah.

— Já estou indo! — disse Elijah, enquanto ele desce do banquinho com cuidado.

Então esse moleque é o Elijah. Parece que ele é o filho do meio. Talvez ele tenha 3 ou 4 anos? Não sei.

— Flügel, você é pesado... Vá sozinho, tudo bem?

Elijah coloca Flügel no chão. Flügel começa a engatinhar em direção à mesa. Mael, que estava no quarto dormindo, sai e para para pegar Flügel, carregando-o até a cadeira.

Ainda bem que Mael apareceu. Eu não queria ter que engatinhar, eu canso muito.

Eu fico sentado na cadeira parado, olhando por baixo da mesa, já que sou muito pequeno.

— Mael! Você não pode colocar o Flügel em lugares altos assim.

Disse Sophia, pegando Flügel no colo e colocando uma tigela de sopa com apenas dois pedaços de carne para Mael e Elijah. A sopa tinha apenas dois pedaços de carne para cada, alguns legumes cortados em pequenos pedaços e só.

— Desculpa, mamãe. — Mael diz, olhando para a sopa, enquanto pega uma colher e experimenta a sopa.

— Obrigado pela comida! — diz Elijah, antes de seguir o exemplo de seu irmão e começar a comer.

— Tudo bem, comam, crianças. O pai de vocês vai chegar tarde hoje.

Sophia carrega Flügel para o quarto, onde dorme ela junto com ele e seu marido, Aragi.

Depois de dar de mamar a Flügel e trocar sua fralda, que é feita de tecidos velhos, ela o coloca no berço para dormir.

Finalmente sozinho... Posso continuar tentando descobrir se há magia neste mundo. Aparentemente, eu estou dentro de um reino, e a maneira que as pessoas se vestem e não há tecnologia, eu chuto que seja a época medieval... Bom, talvez exista magia, ou talvez eu realmente só tenha reencarnado na época medieval, que sinceramente, seria um lixo completo.

Vou tentar continuar com aquela respiração. Eu lembro de ter visto em alguma novel que eu tinha lido... Se eu me lembro bem, era relaxar o ânus e respirar... Assim, fazendo a mana circular por todo o corpo e pelo núcleo de mana.

Flügel até mesmo junta as mãos, colocando os polegares juntos e o restante dos dedos também, formando um círculo na frente de sua barriga, enquanto está sentado apoiado nas madeiras que parecem que irão ceder a qualquer momento do berço.

Hm... Eu não sinto nada. Já estou tentando isso há pelo menos três semanas e ainda não deu em nada...

Flügel se concentra mais ainda, tentando esvaziar a mente e controlar a respiração. Ele tenta imaginar algo correndo pelo seu corpo, como o sangue. Ele fica nesse estado por duas horas inteiras, até começar a escutar passos e abrir os olhos. Ele se deita e finge estar dormindo.

Droga, nada de novo hoje.

Flügel continua deitado, enquanto ainda sente a presença daquela pessoa olhando para ele. Ele acaba por não perceber, mas acaba dormindo sem querer.

Huh?

Eu me levanto e esfrego levemente o olho.

Eu dormi...?

Flügel olha para a janela com a cortina fechada.

Já é de noite o suficiente para dormir, Sophia e Aragi só fecham a cortina quando chega o horário de dormir.

Flügel tenta ficar de pé, se apoiando nas madeiras do berço e olhando pelos espaços da madeira para a cama, onde dormem pacificamente Aragi e Sophia, cobertos por um cobertor fino. Ele se senta, apoiado novamente nas madeiras.

Se eu sair do berço, vou ter que acordar alguém para me colocar de volta... Não quero ter que acordá-los, então deixa para lá. Vou tentar conseguir usar magia.

Penso comigo mesmo enquanto fico em posição de meditação.

Talvez, se eu tentar meditar, eu consiga descobrir algo... Mas não sei meditar. Nunca tentei e nem vi alguém falando sobre isso.

Eu solto um longo suspiro e começo a tentar limpar a mente.

Porém, pensamentos como "Por que eu reencarnei?", "Quem fez isso?", "Será que há outros reencarnados igual a mim neste mundo?" e "Será este outro mundo, ou é apenas a Terra no passado?" não param de passar pela minha mente.

Droga, pensar nessas coisas não irá adiantar de nada. Quando eu ficar mais velho, posso tentar descobrir.

Eu respiro fundo e solto o ar, ficando apenas sentado normalmente com os olhos fechados. Tento imaginar alguma coisa percorrendo do meu peito para as pontas dos meus dedos, me concentrando ao máximo para tentar visualizar essa imagem.

Depois de uma hora assim, eu perco a paciência.

Inferno, é sério que eu não vou conseguir usar magia desde criança?! Eu queria fazer igual aqueles novels que eu lia... Droga... Mas talvez eu apenas esteja fazendo errado. Bom... E se eu apenas tentar fazer da maneira que eu fazia quando estava na Terra? Eu lembro de apenas imaginar algo sobre a palma da minha mão. Bom, não sabemos se na Terra tem algum poder e alguém apenas não descobriu como usar.

Certo, eu vou tentar isso... Tentarei criar algo na palma da minha mão, talvez uma bola de mana... Se é que exista algo como mana neste mundo.

Com isso em mente, eu respiro fundo, tentando controlar a respiração, tentando concentrar o que quer que seja na palma da minha mão. Com os olhos fechados, eu me esforço ao máximo.

Depois de 1 hora, eu começo a suar, minha respiração ficando um pouco pesada. Apesar disso, fico com medo de abrir os olhos e não ver nada, acabar me frustrando ou perdendo a concentração.

Porém, decido abrir os olhos e, olhando para a palma da minha mão direita, lá vejo algo como um pequeno humanoide preto. Na verdade, ele se parece mais com uma estrela do que com um corpo humanoide.

Que porra?

Eu falo sem nem pensar, mas apenas sons de bebê saem da minha garganta.

Aproximo a minha palma dos olhos, olhando diretamente para o que quer que seja aquela coisa preta. Parece como uma sombra, uma névoa. Respiro devagar e suavemente, com medo de até mesmo minha respiração fazer aquilo se dissipar e eu perder todo o meu esforço.

De certa forma... Eu meio que consigo sentir algo com você? Eu não sei o que exatamente, mas aparentemente eu tenho uma certa ligação com você... Talvez eu tenha criado um familiar?

Penso comigo mesmo, apesar de não saber o que é aquela coisa. Eu sei que, de alguma forma, fui eu quem criou aquilo e consigo sentir uma ligação com essa coisa negra em minha palma.

Você é bem pequeno, você provavelmente deve ter uns dois centímetros de altura?

Escuto o farfalhar dos panos da cama que está atrás de mim. Estremeço, com medo de um dos meus pais acordarem e me verem com aquilo na mão. Antes que eu percebesse, a coisa entrou na minha palma. Eu consigo sentir isso, e consigo sentir a coisa dentro de mim de uma forma estranha.

Sem perder a oportunidade, apenas me deito e finjo estar dormindo. Sinto olhos sobre mim; provavelmente minha mãe acordou e veio me olhar, já que senti uma leve carícia em minha cabeça.

Com isso, acabo caindo no sono mais uma vez, com um pouco de felicidade por ter conseguido algum progresso no que quer que seja que criou aquele ser. Ainda não tenho certeza se há mana ou algum outro tipo de poder neste mundo.