Chereads / We Were Teleported to Another World / Chapter 3 - Conhecimento

Chapter 3 - Conhecimento

PONTO DE VISTA DE LUCAS PONTES 

Acho que estou começando a entender o que está escrito nesses livros. Mesmo que nós nos entendamos quando falamos, o alfabeto é um pouco diferente. Pelo menos as quantidades de letras nas palavras são a mesma, o que facilita um pouco. 

"Está conseguindo entender o que está escrito aí?", se aproximando de mim o de cabelo castanho fala, seu olhar intrigado e curioso. 

"É um pouco complicado, mas estou conseguindo", mostro um livro para ele apontando para um trecho que estou lendo. "Este aqui parece ser um livro infantil, contando uma história fantasiosa do reino, já aqueles em cima da mesa parecem ser de geografia, contando sobre esse mundo. Acho bom você dar uma lida." 

"Certo, eu leio mais tarde" se deitando na cama, sua voz de desinteresse, sem vontade de seguir meu conselho. 

Pelo que eu entendi com os livros, nós estamos em um dos cinco continentes desse mundo, mais especificamente em Valandor, o continente central habitado predominantemente por humanos. 

Neste continente há três principais reinos, o Reino de Lunafall que é o que estamos agora, localizado ao norte de Valandor, o Reino de Syul ao leste e o reino de Qwan ao sul. 

Além de Valandor, cada um dos outros quatro continentes são habitados por uma raça predominante. Sendo eles: Ravaryn; Thalgorn; Syl-Thera e Nekrazhar. E suas raças sendo, respectivamente, bestiais em Ravaryn, anões em Thalgorn, elfos em Syl-Thera e demônios em Nekrazhar. 

Anões, elfos, bestiais e demônios, cada uma das raças com características únicas ligadas a magia. Se for como os livros de fantasia da Terra, elfos teriam orelhas pontudas, os anões baixos e robustos, bestiais eu poderia apenas imaginar seres meio humanos e animais, já os demônios... espero que não sejam iguais os retratados nos livros religiosos do meu planeta. 

E a magia... algo derivada da mana, uma coisa única nesse mundo que não existia na Terra. O que entendi lendo, é que a mana está presente em tudo e todos, desde nos nossos corpos, até toda a matéria ao nosso redor, uma parte fundamental das coisas. 

Todos os seres vivos tem um núcleo de mana em seu corpo desde o seu nascimento, localizado a direita do coração, onde com a ajuda dos canais de mana se é possível usar magia. 

Eu olho para meu peito. O Mario veio aqui para ser o herói, então talvez ele consiga usar magia..., mas e nós? Será que a gente também conseguirá usar?  

Tocando ao lado do meu coração eu fecho meus olhos tentando me concentrar na mana ao meu redor. Como uma meditação, me sento na cama que estou, usando uma clássica respiração própria para meditar que aprendi na Terra em uma aula de yoga. 

Minutos se passam, minha mente focada na meditação, a respiração regulada, mas nenhum resultado. 

Solto um suspiro, "Deve ter um jeito de conseguir fazer isso", me deito na cama olhando para a palma da minha mão, a abrindo e a fechando. 

"Oque você está tentando fazer aí?", vejo um rosto se aproximando de mim pouco a pouco, até ficar cara a cara comigo, Mateus. 

"Queria aprender a usar magia, mas ainda não sei bem como fazer." 

"Já tentou pedir ajuda a alguém?", ele se senta na minha cama também, afundando um pouco do colchão com seu peso corporal. 

"Do jeito que eles nos tratam, acho difícil", solto uma risada sincera pelo canto da minha boca, "Por enquanto vou continuar tentando aprender do meu jeito, mesmo que seja mais complicado." 

"Se você conseguir, me ensina depois?", um sorriso genuíno e inocente se forma no seu rosto, apoiando seu queixo em seu braço direito. 

"Claro, sem problemas, eu só tenho que entender primeiro como funciona ha ha", rio baixo, meio frustrado com a tentativa falha de aprender a usar magia. 

"Eu vou dar uma volta pelo castelo, quer ir comigo?", o de cabelo castanho se levanta, indo em direção à porta, ele me pergunta, seu olhar viaja entre mim e o nosso amigo dormindo em sua cama. "Eu não quero acordar o João, mas também não quero ficar aqui sem fazer nada." 

Eu nego com a cabeça. 

"Eu vou continuar estudando esses livros", aponto para uma pilha de livros que tenho para ler, "Pode ir sem mim, só cuidado para não se perder. Você sabe como esse lugar é grande." 

"Eu sei, pode deixar!", sorridente, ele expressa, sua mão já encostada na maçaneta. "Eu volto, pode ficar tranquilo." 

A porta se abre, sem ranger ou fazer qualquer barulho no chão liso. Com passos leves, ele caminha para fora do quarto, vejo ele se virando brevemente para mim, seus olhos encontram os meus. Esboçando um sorriso antes de fechar a porta, deixando o cômodo de volta em sua quietude. 

Volto-me para a pilha de livros que tinha apontado anteriormente, pego um deles e me deito na cama antes de começar a ler, meu foco inteiramente em seu conteúdo. 

***************

Fechei o último livro e me sentei mais confortavelmente na cama, as pernas cruzadas e as costas encostadas na parede fria atrás de mim. Respiro fundo antes de soltar o ar pela boca. 

Existem quatro elementos principais no mundo, fogo, água, terra e vento. Cada um deles com suas formas desviantes. Fogo: explosão e calor; Água: bolha e gelo. Terra: metal e magma; Vento: raio e som. 

Quanto maior o número de elementos que uma pessoa é capaz de usar, mais raro é. Além disso há elementos desviantes que apenas certas raças conseguem usar. Elfos são os únicos que conseguem controlar as plantas, que talvez seja um desviante único de terra e água, eu presumo. 

Vou precisar de um tempo para digerir tudo isso. As informações sobre os vários continentes, as várias raças e ainda por cima a magia. 

Minha meta agora é tentar usar magia de alguma forma. Com certeza tem uma biblioteca nesse enorme castelo, lá eu devo conseguir mais informação sobre. Algo muito mais claro e didático do que os livros que tem nesse quarto, que mais parecem feitos para entreter crianças. 

Procuro pelo quarto por uma caneta e um pedaço de papel, escrevendo neles: "Nós saímos para dar uma volta no castelo, não se preocupe". Deixo o recado em cima do criado mudo ao lado da cama do meu amigo dorminhoco, espero que ele veja

Caminhando rumo a porta eu a abro, tomando vista dos corredores esbranquiçados de mármore, o ar gelado sopra em mim, a tarde já estava perto de acabar, dando lugar a nossa primeira noite aqui. 

Tomo meu caminho, passo por passo, diversos olhares me encarando enquanto passo juntamente de cochichos. Ignorei todos e segui meu rumo pelos sinuosos corredores. 

Eu paro uma pessoa que caminhava pelo corredor, o tocando com minha mão esquerda, "Com licença, você saberia me dizer onde fica a biblioteca?" 

Quase da minha altura, seu cabelo preto com mechas grisalhas, seu rosto com algumas cicatrizes. Eu gelo ao vê-las, várias delas são feias e mal cicatrizadas. O corpo, mesmo coberto por sua roupa, era visível o quão bem trabalhado ele era apesar da idade. 

Suas roupas parecem ser de grife, como se eu entendesse algo do senso de moda desse mundo. Uma espécie de manto vermelho por cima de um terno branco com um brasão de duas espadas cruzadas em cor de ouro, juntamente de uma calça de couro escuro. Pendurada na sua sua cintura reluzindo com a luz do corredor, estava uma espada, similar a um sabre. 

Me fitando com curiosidade ou estranheza, olhando fundo nos meus olhos, "Se está procurando pela biblioteca, você está no lugar errado. Ela fica no lado oeste do castelo, do lado oposto de onde estamos agora". 

Pelo visto vou ter que caminhar mais um pouco até chegar nela, solto um sopro em desânimo. 

"Muito obrigado pela informação, senhor...", faço uma reverência de qualquer jeito, tentando parecer educado com a figura na minha frente. 

"Duque", sua voz autoritária e direta gelava minha espinha. "Duque Donavan Von Alexander. " 

Meu corpo estremece um pouco e minha voz falha, "Mais uma vez, agradeço a gentileza por ter respondido minha humilde pergunta." 

Me curvo, o suor frio escorria pelo meu pescoço me fazendo arrepiar. 

"Sem problemas", ele se vira, se preparando para ir embora, antes de parar. "Se seu plano é ser o centro das atenções, você está fazendo bem." 

"Como... assim?" 

"Essas... roupas que você veste, você não é daqui certo?" 

Minha garganta seca. Eu nem ao menos tinha reparado nisso, desde quando vim para esse mundo, eu estou vestindo o uniforme da escola. A blusa branca com detalhes em azul, juntamente da calça inteiramente azul, com certeza não combinava com o estilo desse lugar. 

Volto minha atenção ao duque, que permanece me estudando com seus olhos afiados. 

"Não, não sou...", minha voz relutante em sair. "Eu irei trocá-las..." 

Seus olhos parecem viajar em minhas roupas e em mim, por um momento, eu poderia jurar que vi ele sorrindo em sua cara deformada por cicatrizes. 

"Eu irei lhe dar algumas mudas de roupas", começando a caminhar pelo corredor, ele se vira de costas para mim. "Me siga jovem." 

Foi como um pane na minha mente, eu não sabia o que fazer. A pessoa na minha frente é um duque, a influência que ele deve ter no reino. Se eu não fizer o que ele quer, ele pode simplesmente convencer ao rei que eu não sou necessário, já que o único que eles necessitam é o Mario. 

Hesitantemente, eu o sigo alguns passos atrás. Mantendo minha guarda alta, permanecendo sempre atento ao que ele pode fazer. 

E nós caminhamos. Ele não disse uma palavra, e não é como se eu quisesse trocar palavras também, seu rosto em si já me dava um pouco de medo e sua atitude era suspeita para não dizer menos. 

Chegamos à frente para uma porta bem luxuosa, muito mais do que as demais do castelo. Parecendo ser adornada com ouro e algumas pedras preciosas em seu entorno. Espantado com a beleza da porta, apenas para ser surpreendido como quarto. 

Diferente da porta, o quarto era simples, uma cama apenas e alguns móveis não tão extravagantes, mas algo fitava minha atenção, as diversas armas penduradas na parede à minha esquerda. Espadas, lanças, machados, e muitas outras que eu nem sequer conhecia. 

"Não precisa ficar assustado, jovem", sua boca se abria em um sorriso, provavelmente sabendo o que se passava na minha mente, enquanto se aproximava de uma cômoda. "Considere o que estou fazendo como um investimento". 

Suas mãos cobertas de cicatrizes abrem algumas das gavetas, pegando algumas roupas e as jogando para mim. Por reflexo eu as agarro em meus braços, ainda sem entender direito o que ele planejava. 

Levanto uma sobrancelha, "Um... investimento?". 

Deixo escapar uma risada de nervosismo, meu corpo rígido, dúvidas rodeiam minha mente. Investimento? O que ele quer dizer? Me questiono, deixando as roupas em uma cadeira ao lado. 

"Sim... os detalhes são irrelevantes no momento. Apenas vista a roupa que te entreguei". 

Meu olhar viajava constantemente para o duque e para as roupas, sinto meu rosto queimar em vergonha. Talvez ele apenas quer me ver nu? Forço meu corpo a engolir a saliva. 

"É só vestir, algum problema?", seus olhos fitavam-me fixamente, eu não saberia dizer quais as intenções dele, apenas que eu não tenho voz aqui no momento. 

"N-não, nenhum", minha voz mais parecia um sussurro inaudível enquanto lentamente tirava a roupa. 

A vergonha toma conta enquanto começo a tirar minha roupa, meu corpo nunca foi muito trabalhado, sempre tive um físico magro. O duque me analisava, o olhar queimando minha pele. Peça por peça, eu iria tirando, revelando um físico que não era algo para se orgulhar. 

Pego a roupa que me foi dada. Uma blusa em tom de verde claro, um pouco puxado para o azul com um brasão de duas espadas cruzadas, juntamente de uma calça de couro escuro bem elegante. Deixando minhas roupas antigas de lado, me viro para Donavan. 

"Até que minhas roupas não ficaram ruins em você", ele parecia analisar e julgar as roupas em meu corpo com um sorriso no rosto. "Pode seguir seu rumo para a biblioteca". 

"Mesmo?", olho intrigado. 

Não tem como ser só isso, lanço um olhar afiado para o duque, esperando algo mais dele, ele não estaria fazendo tudo isso de bom grado, não é? 

"Sim, como eu falei, estou fazendo um investimento", ele volta sua atenção à direção das diversas armas da parede, eu vejo seus lábios se curvando em um sútil sorriso. "Quando alguém lhe causar problemas, aponte para o brasão na sua camisa, tenho certeza que eles não iram mais lhe incomodar. Pode não parecer, mas o nome Von Alexander é bem influente pôr aqui". 

Eu abro minha boca para agradecer, mas as palavras não sem, como se elas estivessem presas na minha garganta. 

"Apenas me fale seu nome, antes de você sair." 

"É Lucas, senhor", noto ele sorrindo de canto ao saber meu nome antes de me virar para a porta. 

O som dos meus passos se aproximando cada vez mais da saída, minha mão vai até a maçaneta. Ela parecia pesada, minha palma ficando branca enquanto a apertava cada vez mais. Olho para o Donavan, suas costas viradas para mim. 

"Obrigado", minha voz baixa, tomo meu rumo pela porta, o barulho dela fechando atrás de mim. 

Olho para ambos os lados, a visão familiar do corredor do castelo, os guardas estacionados no decorrer do caminho. Respiro fundo, mirando para o caminho que leva para a biblioteca. 

Se eu estou no lado leste do castelo, eu só preciso seguir por este caminho que cedo ou tarde vou chegar na biblioteca. 

Os olhares agora mudam para mim, provavelmente por causa da minha nova roupa com o brasão do Donavan. O tempo parece passar rapidamente. Ignorando os cochichos das diversas pessoas que vagueiam pelo corredor. 

"Pelo visto o Duque Donavan conseguiu levar alguém para o seu lado", me viro para ver a fonte da voz rouca que me chama. 

Um senhor de idade, sua barriga avantajada era visível na camisa, sua barba grisalha e sua careca refletia a luz do corredor, me seguro para não dar uma risada. A roupa obviamente era do mais alto grife, parecendo uma pele de animal em seu ombro, e em sua cintura, vejo o que se assemelha a uma varinha. 

Ignorando o que o nobre fala, me viro e continuo seguindo meu caminho. 

"Ei, eu não terminei de falar com você!" 

Sinto uma mão no meu ombro me segurando, me impedindo de caminhar. Junto do aperto, uma sensação de queimação no meu ombro começa, até ficar quente o suficiente para eu me afastar a força. 

Olhando para onde sua mão estava, minha roupa meio queimada, o cheiro de fumaça tomando conta. Dirigindo meu olhar para o nobre, sua mão brilhava com uma chama laranja. Meu olhar se arregala, por um momento eu não raciocinava direito o que era aquilo, era magia, realmente magia. 

Me afasto, por reflexo, as bochechas do nobre se dobram em um sorriso malicioso e arrogante. 

"Olhe para isso, nem mesmo é capaz de se defender de uma simples magia", ele solta um escárnio me encarando com olhos perversos. "Onde o duque estava com a cabeça?" 

"Meu senhor August, não acho que você deva se envolver com o protegido do Duque Donavan", um outro nobre se aproximava, o corpo não tão magro, o seu pouco cabelo preto caía na lateral de seu rosto. 

O barrigudo se vira para o outro, sua expressão não sendo a mais agradável, "Você mesmo está vendo, ele nem mesmo consegue se defender de uma simples magia. Ele está apenas envergonhando nossa reputação.", abaixo meu olhar em direção ao chão branco. 

"E o senhor acha que o Duque Donavan liga para reputação?" O magro falava, o suor escorria de seu rosto, a voz trêmula e as mãos inquietas. "Ele não ganhou o título de duque atoa, você sabe muito bem disso. Nem a princesa herdeira pode ir contra ele." 

Por um momento, um vislumbre de segurança, ou até mesmo esperança resplandece para mim. O quão importante o duque era para nem mesmo a princesa, a mesma que nos trouxe para cá a força, não pode fazer nada contra ele? 

Meus lábios se curvam sutilmente, ainda olhando para o chão, eu sabia que estava "seguro" enquanto estivesse sobre a proteção do duque. Ainda não entendia totalmente suas intenções, mas apenas por ter liberdade para andar por aqui tranquilamente. 

Estalando sua língua, as costas viradas para mim agora, "Você tem sorte de ser protegido do duque, seu plebeu nojento.", pelo visto a discriminação aqui era algo recorrente. 

Apoiando em meu joelho, fico de pé. A roupa que acabara de ganhar do duque, agora tinha uma marca de queimado em seu ombro, um preto chamuscado e um cheiro de carvão toma conta das minhas narinas. 

Ouço murmúrios vindo dos demais nobres no corredor, mas nem dou ouvidos. Bato a poeira no ombro agora queimado com um pouco de dor, e retomo a caminhada rumo a biblioteca. 

***************

Paro, mesmo já tendo visto diversos locais magníficos por aqui, era como se sempre tivesse um lugar ainda mais bonito. 

A exuberante porta dupla aberta, seu contorno parecia ser feito de ouro puro, e no centro de cada porta o símbolo de uma lua minguante adornado com pedras preciosas das mais variadas. 

Pessoas entravam e saiam do lugar, várias delas vestindo mantos das mais variadas cores. Em suas cinturas ou segurando em mãos, varinhas e cajados com pedras azuis em suas pontas. Era um novo mundo para mim. 

O lugar tinha pelo menos dois andares, estantes lotadas de livros. O seu teto semelhante a uma cúpula, coberto de detalhes. 

"Uau", deixo escapar um suspiro de admiração. 

É aqui que eu vou aprender tudo o que eu tiver que aprender sobre esse mundo, magia, as raças, absolutamente tudo. 

Uma voz feminina me tira do meu transe, vindo de trás de mim, "Vai ficar parado aí no meio do caminho?", me viro para a origem da voz. 

Eu diria ter mais ou menos a minha idade, parecendo ter mais ou menos 1,70, um azul noturno tingia seu cabelo que chegava na altura de seu ombro. Seu par de óculos redondo cobria seus olhos castanhos. Ela vestia um manto azul, que cobria boa parte de seu corpo, mas realçava a varinha em sua cintura. 

"Perdeu algo na minha cara para ficar me encarando desse jeito?" 

Eu volto do transe, nem ao menos percebi que estava a secando com meu olhar. Viro o rosto, um leve rubor em minhas bochechas. 

"Desculpe-me, não era a minha intenção", envergonhado, eu viro as costas para ela e vou seguindo caminho adentrando a biblioteca. 

Ignorando qualquer pessoa no meu caminho, sigo meu trajeto pelo ambiente, procurando algo que possa satisfazer minha curiosidade. 

De frente para uma estante, onde em uma placa ao seu lado está escrito: Mana e magia. Indicando a categoria dos livros ali presentes. Encaminhando minha mão à um livro, outra mão toca o livro junto da minha. 

Sigo o caminho da mão até o braço e eventualmente ao rosto da pessoa, o manto azul e os cabelos como um céu noturno, e os óculos cobrindo um olhar intrigado que me encarava friamente.