O mar nunca foi apenas água, sal e correnteza. Ele é um lugar onde os ecos do tempo se diluem nas profundezas, onde o esquecimento reina e o medo se mistura com as sombras da noite eterna. Em suas águas, o conhecimento dos deuses se perde, e as histórias mais temíveis são engolidas pelo silêncio. No coração deste abismo, reside um segredo — um deus esquecido, cujo nome é raramente pronunciado, cuja presença é apenas sentida nas lendas que se apagam tão rápido quanto surgem. Esse deus é Drogo Kraken.
O sol, quando atinge as águas, mal consegue penetrar a espessura densa das ondas. Embaixo, o mar parece engolir a luz, absorvendo até os vestígios de calor, transformando-se em um vasto vazio onde nada cresce, nada vive, e tudo é sepultado. Ali, entre os corredores escuros do oceano, existe uma força primordial, tão antiga quanto a própria criação. Suas águas, negras como a escuridão da noite sem lua, são dominadas pelo medo — um medo que não é apenas imaginado, mas real, moldado e forjado por uma presença inimaginável.
A mitologia nunca mencionou esse nome, nem mesmo as antigas canções dos marinheiros que arriscam suas vidas em busca do desconhecido. Drogo Kraken foi apagado, seu nome banido das histórias que os mortais contam ao redor da fogueira. Seu poder é tão grande, tão imenso, que os deuses o temem, e com razão. Ele não é como os outros filhos de Cronos. Seu destino foi marcado por uma profecia esquecida, que os próprios deuses tentaram enterrar.
Porém, como o mar que sempre volta a bater contra as rochas, a verdade de Drogo não pode ser completamente esquecida. Os ventos, os mares revoltos, as tempestades que surgem sem aviso e desaparecem tão rapidamente quanto chegam, são apenas lembranças esparsas daquilo que habita nas profundezas. Relatos fragmentados falam de monstros nas águas mais profundas, de um ser com tentáculos capazes de arrancar barcos do mar, de uma sombra que se move entre os abismos mais escuros, mas esses relatos são considerados apenas histórias, mitos para assustar os marinheiros.
Aqueles que ousaram procurar mais, aqueles que tentaram buscar a verdade sobre Drogo Kraken, rapidamente caíram no silêncio das águas, como se o próprio oceano se vingasse da curiosidade humana. Alguns falam sobre um "abismo proibido", um local que até os próprios deuses evitam. Esse lugar é conhecido por poucos e nunca descrito em detalhes, mas é ali que Drogo ressurge das águas, seu nome sussurrado em meio à tormenta, e o terror que ele representa, por fim, se revela.
E é aqui, nas margens da realidade, onde o mito e o medo se fundem, que começa nossa história. O mar sempre escondeu algo mais, algo além do que os olhos podem ver. Agora, algo está despertando. Algo que foi esquecido, mas que nunca deixou de existir.
Este é o chamado do abismo.