Com o tempo livre que tinha, Abel decidiu usá-lo em primeiras melhorias de poder. Por "melhorias de poder," ele gostaria de começar com suas armas. Pensando em seu encontro com o worgen, ele se lembrava de ter querido algum tipo de arma de longo alcance em suas mãos. Mesmo que não pudesse fazer a mira correta, poderia pelo menos ter desacelerado a criatura.
Abel passou muito tempo pensando em fazer armas de projétil. Ele pesquisou sobre o tipo de arcos produzidos neste mundo, mas seu interesse principal estava em algo um pouco diferente. Ele queria fabricar um arco composto de 70 libras, o mesmo que havia usado durante seu tempo na Terra.
A maior qualidade dos arcos compostos era a eficiência energética deles. Matematicamente falando, se você conseguisse economizar 80% de sua força total, precisaria de apenas 14 libras de força para segurar a corda enquanto a puxava. Conveniente o suficiente, toda aquela força restante seria usada para melhorar a precisão e ajustar a postura do atirador. Se você economizasse 60% de sua força total, precisaria de aproximadamente 28 libras de força para manter o arco no estado totalmente puxado. Quando você fizesse isso, o disparo seria muito mais rápido e muito mais forte.
Com a bênção do Poder da Vontade ao seu lado, Abel podia se lembrar de memórias com um nível extraordinário de detalhes. Assim sendo, ele tinha uma memória muito clara de como deveria ser um arco composto. Sabia quais partes eram essenciais para fazer um e conhecia todas as medidas dessas partes.
Vamos ver. Roda do acionador, cames, membros superior e inferior, empunhadura, apoio para flechas, deslizador da corda, estabilizador da corda, cabo, cabo da lança, bolsa do membro, silenciador da corda e cames. Além das peças principais, havia também partes como apoio para flechas removível, mira, auxiliar de disparo, uma vareta para reduzir vibração, uma abertura de espiada e uma corda de pulso. Isso é praticamente todas as peças de um conjunto completo de um arco composto moderno.
Enquanto este mundo não era abençoado pela tecnologia, as pessoas que viviam nele eram muito mais fortes do que as pessoas da Terra. Não foi difícil descobrir isso. Pelo que Abel sabia, nunca tinha ouvido falar de alguém que conseguisse dividir um humano e uma montaria ao meio com apenas um golpe de espada. E lembre-se, o Cavaleiro de Marshall era um Cavaleiro Intermediário. Tão insano quanto fosse seu feito, não havia como prever o que pessoas mais fortes que ele poderiam fazer.
Se algo, Abel já era mais forte que a maioria das pessoas na Terra. Com apenas treze anos de idade ridícula, ele era capaz de liberar um total de 400 libras de força com sua força bruta. Durante seu tempo na Terra como treinador de fisiculturismo, o arco mais difícil que ele conseguia puxar era apenas cerca de 70 libras no total.
Embora fosse impossível encontrar os mesmos ingredientes brutos aqui como se encontraria na Terra, Abel estava livre para criar o arco do jeito que desejasse. Dito isso, ele poderia usar materiais muito resistentes sem grande preocupação com o peso resultante do arco. Ele era um garoto forte e todo mundo era bem forte neste mundo.
Tendo feito uma lista das coisas que precisava fazer, Abel começou a desenhar esboços em várias folhas de papel. Quando terminasse, ele etiquetaria os tamanhos destas peças e pensaria no tipo de materiais que precisaria para elas.
Para a roda do acionador e a roda de força, Abel pensou que usaria um rolamento para suportar o movimento rotativo de ambos. Havia algumas razões para fazer isso. Reduzir o atrito. Melhorar a precisão da rotação. Embora fosse uma parte crucial do arco, ele teria que fazer as duas rodas tratando-as por uma centena de vezes.
Devido ao tempo que os membros superiores e inferiores levariam, Abel decidiu que não iria fazê-los ele mesmo. Então, como conseguiria eles? Simples. Ele iria até o depósito e os pegaria de dois arcos pesados. Havia alguns arcos de 200 libras no depósito. Enquanto fossem os melhores arcos do Castelo Harry, quase ninguém no castelo conseguia usá-los adequadamente. Para começar, alguém teria que ser pelo menos acima de um noviço de grau quatro para puxar a corda do arco. E mesmo que alguém conseguisse fazer isso, teria que usar a mesma quantidade de força para mirar no alvo. Nesse sentido, tecnicamente, você precisaria de cerca de 300 libras de força se quisesse usar o arco adequadamente.
Se Abel conseguisse pôr as mãos nesses arcos pesados, teria um membro de arco e duas cordas extras. Ele iria fazer um membro maciço para seu novo arco, que usaria até dois membros inteiros de um arco pesado para seus membros superiores e inferiores.
Para os estabilizadores, Abel usaria as mesmas madeiras que poderia desmontar desses arcos pesados. Para o cabo e o apoio para flechas, ele faria a partir de bases de uma centena de habilidades.
Abel começou seu trabalho depois de fazer todos os seus projetos. Tendo tirado dois arcos pesados do depósito, ele encontrou um arqueiro para ajudá-lo a fazer o arco composto. Embora não estivesse muito seguro de seu membro de arco, decidiu ter um profissional verificando-o para ele.
O arqueiro, sendo um profissional em sua área, tinha um olhar triste de "que desperdício" no rosto quando desmontou os dois arcos pesados. Ele cortou a madeira nos tamanhos que Abel tinha desenhado no papel e colou os membros juntos com um pouco de gel de peixe. Abel ficou muito satisfeito com o produto resultante.
Para os estabilizadores, Abel encontrou um carpinteiro, que seguiu suas instruções e fez as peças conforme solicitado.
Depois que todas as outras peças estavam prontas, chegou a vez de Abel fazer o seu rolamento.
Embora não fosse conhecido por muitas pessoas, o rolamento era a peça mais importante em todas as máquinas na Terra. Um rolamento consistiria em três partes: a pistal interna, a pistal externa e cerca de várias bolas que rolariam no espaço entre a pistal interna e a externa.
Tão difícil quanto fosse fazer rolamentos, eles eram principalmente feitos em fábricas por camas mecânicas. Abel não tinha acesso a uma cama mecânica, claro. Ele teria que confiar apenas em si mesmo, o que até para um mestre ferreiro como ele, não era uma tarefa fácil.
Abel começou com as bolas. Ele fez para si uma escala Vernier e, depois de martelar pequenas peças de ferro em pequenas esferas, usaria para garantir que tinha a medida exata que queria. Era um processo muito, muito exaustivo. Para uma única pequena bola, levaria cerca de várias horas para fazer.
Depois de fazer sua primeira bola, Abel usou algumas argilas e água para construir um modelo de moldagem. Era mais ou menos como o processo de fundição em areia úmida, que era usado para replicar peças de metal a partir de forma líquida. Fazendo uma bola com as mãos, Abel conseguiu fazer trinta cópias dela com apenas seu molde de argila.
Embora apenas doze bolas fossem necessárias para um rolamento, Abel decidiu fazer algumas sobressalentes caso precisasse delas. Com isso em mente, ele conseguiu um pouco de ferro para que pudesse derretê-lo para a fundição. Ele esperava que este fosse o processo mais irritante, principalmente porque teria que usar carvão para lentamente liquefazer os pedaços de metal. Por sorte, o Mestre Bentham lhe deu um unguento para aumentar o calor do fogo. Com apenas algumas gotas na chama, os pedaços de metal começaram a derreter em muito pouco tempo.
Abel derramou o ferro líquido em trinta dos seus moldes de argila. Uma vez que todos tinham esfriado, Abel os pegou e limou as bordas por um pouco. Quando terminou, ele conseguiu trinta pequenas bolas de ferro perfeitas.
A seguir, Abel teve que combinar a pistal interna e externa com as bolas de ferro. Enquanto lembrava as muitas aulas de física e documentários que havia assistido no passado, ele pegou alguns pedaços de gelo e os enfiou na pistal interna. Pegou a pistal externa e a colocou dentro do fogão. Isso mesmo, ele estava usando a expansão e a contração térmica para combinar as três partes em ordem.
Depois de terminar de fazer seu rolamento, Abel fez sua roda do acionador e roda de força e as anexou todas. Logo, ele tinha em mãos o primeiro arco composto da história deste mundo.
Percebendo o quão tarde era, Abel escondeu o arco composto e voltou para casa.
Na manhã seguinte, após brincar com Vento Negro por um tempo, Abel foi fazer alguns testes no tiro ao alvo. Ele se arranjou cinquenta flechas com a intenção de atirar todas elas em um treino só.
Abel retirou sua primeira flecha, colocou-a no apoio para flechas e puxou o auxiliar de disparo. Diferente do que imaginava, a tensão da corda era diferente de tudo o que vira antes. Com o poder combinado de dois arcos pesados, o arco composto exigiria mais de 400 libras de força para ser puxado. Por mais difícil que fosse para Abel puxar a corda, era muito mais fácil segura-la depois que conseguia. Essa é a beleza de um arco composto. Uma vez puxado, você nem precisaria de 100 libras de força para manter a flecha em modo de disparo.
Abel mirou em seu alvo, que estava a cerca de cinquenta metros de onde ele estava. Com uma leve pressão do gatilho em seu auxiliar de disparo, a flecha foi disparada a uma velocidade que não era visível. Atravessou o centro do alvo e continuou voando por mais trinta metros na parede de trás antes de finalmente parar.
Caramba. Esta área de tiro já era a mais longa de todo o Castelo Harry. Abel confirmou que não havia problema no disparo e na mira do arco, mas não teve chance de testar seu alcance máximo de fogo.
Mesmo assim, só olhe para aquele buraco limpo na frente dele. Com toda sua experiência com arco e flecha, Abel nunca tinha ouvido falar de uma flecha que ainda voasse reta depois de cinquenta metros. De qualquer forma, uma coisa era certa, embora. Por mais bizarro que fosse seu arco composto, ele era o mais avançado tecnologicamente neste mundo.