"Seque seu cabelo ou você pode pegar um resfriado."
Por algum motivo, Su Ran sentiu uma súbita ternura em seu coração, e seus olhos começaram a arder levemente.
"Obrigada."
Ao pegar o lenço e suavemente enxugar seu cabelo, Su Ran jamais poderia ter imaginado que um homem que acabara de conhecer por acaso aqueceria seu coração há muito frio com tal traço de calor e cuidado.
Fu Qiyuan observou a reação da garota atentamente, os cantos de seus lábios curvando-se imperceptivelmente num leve arco, seus olhos se aprofundando.
A velha senhora vinha observando os dois, seu olhar astuto avaliando ambos antes de mostrar um sorriso mais amplo em seu rosto.
Parecia que havia esperança para uma nora.
"Criança, qual é o seu nome?"
"Su Ran."
"Su Ran? É um nome bonito. Posso te chamar de Ranran no futuro?"
Diante do entusiasmo inabalável da velha senhora, Su Ran assentiu, "Sim, pode."
"Ranran, com tanta chuva, por que você está aqui sozinha? Por que não trouxe um guarda-chuva quando saiu?"
Houve um ligeiro tremeluzir nos olhos de Su Ran, e uma mudança sutil perpassou seu olhar normalmente frio.
A velha senhora e o homem ao lado dela perceberam facilmente, e a velha senhora sentiu instantaneamente uma pontada de dor no coração.
"Eu estava com pressa quando saí e esqueci."
"Não seja tão descuidada da próxima vez. Meninas devem cuidar de si mesmas."
Su Ran assentiu, olhando para baixo.
Esta era a segunda vez que ela sentia calor hoje.
A velha senhora olhou de soslaio para seu neto ao lado dela, um brilho astuto em seus olhos, e pegou a mão de Fu Qiyuan, colocando-a sobre a mão de Su Ran.
"Oh, Ranran, deixe-me apresentar-lhe. Este é meu neto, Fu Qiyuan, 27 anos, solteiro."
No instante em que suas mãos se tocaram, ambos pausaram e Su Ran olhou para cima, chocando-se inevitavelmente com os olhos escuros e profundos do homem, como os de um lago calmo.
A luz intermitente da rua derramava-se pela janela do carro sobre seus traços afiados e bonitos. Suas sobrancelhas e olhos eram delicados, sua expressão distante e fria, com suas longas pernas casualmente cruzadas. Apenas sentado ali, ele exalava um ar de elegância natural e nobreza que ele não conseguia esconder.
Sua forte presença o tornava ainda mais impossível de ignorar.
Apenas pela sua aparência e comportamento, era evidente que ele não era uma pessoa comum.
Fu Qiyuan?
Ela parecia ter ouvido o nome em algum lugar antes, mas não conseguia se lembrar onde naquele momento.
No entanto, agora, ela não estava com disposição para pensar muito sobre isso.
No espaço apertado, eles estavam incrivelmente próximos, suas respirações pareciam entrelaçadas e persistentes. Su Ran segurou a respiração, não se atrevendo a se mexer.
E com a ação da velha senhora, ela não conseguia se livrar da sensação de estar sendo forçada a um encontro às cegas.
Como uma presa sendo observada por uma fera selvagem.
Fu Qiyuan pareceu perceber o desconforto de Su Ran. Seus lábios se curvaram levemente, um sorriso rápido brilhou em seus olhos antes de ele retirar a mão e estendê-la educadamente, dizendo:
"Olá, eu sou Fu Qiyuan."
"Olá, eu sou Su Ran."
Recuperando a compostura, Su Ran mostrou um sorriso sincero e da mesma forma estendeu a mão.
Seu aperto de mão foi caloroso, quase escaldante, como um licor celeste e ardente.
No momento em que a garota sorriu, Fu Qiyuan perdeu imperceptivelmente sua compostura.
Agindo naturalmente, Su Ran soltou suas mãos e virou-se para olhar pela janela, com o coração acelerado.
O carro voltou a ficar em silêncio mais uma vez.
Logo, o carro chegou suavemente no pé do Pátio Agradável.
"Vovó, obrigada pelo hoje."
A velha senhora acenou com a mão, dispensando, "Não mencione, não mencione. Ranran, vamos trocar números de telefone. A Vovó também está muitas vezes sozinha. Se tiver tempo, venha conversar comigo."
Tendo dito isso, ela não deu a Su Ran a chance de reagir.