Capítulo 3: O Reencontro de Bia e Seu Pai
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O Grande Dia
Era um sábado ensolarado, e o clima parecia refletir a ansiedade e a emoção de Bia. Ela estava arrumando freneticamente o jardim de sua casa, ajeitando cadeiras e flores, enquanto sua mãe observava com um sorriso.
João chegou cedo, convidado por Bia para dar apoio moral. Ele usava uma camisa azul simples e jeans, tentando parecer descontraído, mas, por dentro, também estava nervoso.
"Bia, relaxa! Seu pai não vai ligar se a flor estiver um centímetro fora do lugar," disse João, rindo.
Bia, que estava vestindo um vestido florido, parou por um momento e respirou fundo.
"Eu sei, mas... faz tanto tempo, João. E se for estranho? E se ele não souber o que dizer?"
João colocou a mão no ombro dela.
"Vai dar tudo certo. Ele tá vindo porque se importa, lembra? E você já deu o primeiro passo."
Ela assentiu, tentando se acalmar, mas ainda parecia inquieta.
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O Reencontro
Pouco depois do meio-dia, um carro preto parou em frente à casa. Bia congelou no lugar, os olhos fixos na figura que saía do veículo.
Era um homem alto, com cabelos castanhos já com fios grisalhos nas laterais. Ele vestia um terno, mas parecia desconfortável, como se tivesse tirado o paletó às pressas para tentar parecer menos formal.
"Bia!" — ele chamou, com a voz carregada de emoção.
Sem pensar duas vezes, Bia correu até ele, jogando-se em seus braços.
"Pai!"
O abraço foi longo e apertado, e João, observando de longe, sentiu um nó na garganta. Ele sabia que aquela cena era o sonho de Bia se tornando realidade.
"Eu senti tanto a sua falta," disse ela, com a voz embargada.
"Eu também, minha filha. Mais do que você imagina."
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Um Almoço Especial
O reencontro continuou dentro de casa, onde a mãe de Bia havia preparado um almoço especial. A mesa estava cheia de pratos simples, mas com um toque de carinho: arroz, feijão, salada, e o prato favorito de Bia, estrogonofe de frango.
Durante a refeição, o pai de Bia tentou compensar o tempo perdido, contando histórias de suas viagens e ouvindo atentamente tudo o que ela tinha para dizer sobre a escola, seus desenhos e seus amigos.
João permaneceu em silêncio, apenas observando. Ele percebeu como o sorriso de Bia parecia mais genuíno do que nunca.
"Você é o João?" — perguntou o pai dela de repente, direcionando sua atenção para ele.
"Ah, sim, sou eu," respondeu João, um pouco nervoso.
"Obrigado por cuidar da minha filha. Ela fala muito bem de você."
João ficou surpreso com o comentário, mas apenas sorriu, acenando com a cabeça.
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Depois do Almoço
Mais tarde, quando estavam todos no jardim, Bia e seu pai tiveram um momento a sós. João ficou próximo, mas respeitou o espaço deles.
"Pai, você acha que pode ficar mais vezes por aqui?" — perguntou ela, hesitante.
Ele suspirou, olhando para o céu por um momento antes de responder.
"Eu vou tentar, Bia. Prometo que vou reorganizar meu trabalho para poder estar mais presente. Você merece isso."
Bia sorriu, e seus olhos brilhavam com lágrimas de felicidade.
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A Reflexão de João e Mei Tá Tá
Mais tarde, enquanto João caminhava de volta para casa, Mei Tá Tá apareceu ao seu lado, flutuando alegremente.
"Foi lindo, não foi?" — disse ela, com os olhos brilhando de emoção.
"Foi. Acho que nunca vi a Bia tão feliz."
Mei Tá Tá sorriu, mas depois ficou pensativa.
"Você sabe o que isso significa, né?"
João parou e olhou para ela, confuso.
"Significa que o feitiço está começando a enfraquecer. O sonho dela foi realizado, então os sentimentos artificiais estão desaparecendo."
João ficou em silêncio, processando aquilo.
"E ela vai esquecer tudo?"
"Ela vai esquecer os sentimentos falsos, mas não os momentos que vocês viveram juntos. Agora, se ela realmente se apaixonar por você de verdade, será algo genuíno."
Ele assentiu, mas sentiu uma pontada de tristeza. Mesmo sabendo que os sentimentos de Bia eram artificiais até aquele momento, ele não queria perdê-la como amiga.
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Um Novo Desafio Surge
Enquanto João refletia sobre isso, Mei Tá Tá cruzou os braços, parecendo mais séria do que o normal.
"Bom, agora que resolvemos o caso da Bia, precisamos começar a trabalhar nos outros."
"Outros?" — perguntou João, com uma expressão de cansaço.
"Você não achou que seria tão fácil, né? Ainda faltam sete garotas enfeitiçadas por aqueles chocolates. Cada uma delas tem um sonho único, e cabe a você ajudá-las."
João suspirou, sentindo o peso da responsabilidade recaindo sobre ele novamente.
"Tá bom, mas espero que elas sejam menos complicadas que a Bia."
Mei Tá Tá riu.
"Ah, João, você não faz ideia..."
Enquanto os dois caminhavam juntos, o som das risadas de Mei Tá Tá ecoava no ar. Mal sabia João que os desafios que o aguardavam seriam ainda mais intensos e emocionantes.
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Continua...
Nesse segmento, o reencontro de Bia com seu pai fecha o arco dela de forma emocional, enquanto a narrativa prepara o terreno para os próximos desafios de João.