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Chapter 2 - Capítulo 2: Interrogatório

A luz do sol nunca pareceu tão brilhante quanto quando Keyon emergiu do portal. Ele piscou várias vezes, os olhos tentando se ajustar depois de horas na escuridão opressiva da dungeon. O ar fresco encheu seus pulmões, mas isso não o trouxe conforto. O silêncio ao redor era perturbador. Ele era o único que saiu.

Ao longe, ele pôde ver uma equipe da Associação de Caçadores esperando. Homens e mulheres vestidos com uniformes oficiais se aproximaram rapidamente ao vê-lo. Eles pareciam tensos, trocando olhares preocupados enquanto se preparavam para abordá-lo. Um dos agentes, um homem mais velho com cabelos grisalhos e expressão séria, tomou a frente.

— Keyon Arks? — perguntou, embora já soubesse a resposta.

— Sou eu, sim. — Ele respondeu, tentando manter a voz firme, mas o cansaço e a confusão em sua mente faziam suas palavras soarem mais fracas do que pretendia.

— Você é o único sobrevivente? — O tom do homem era direto, quase acusatório.

Keyon engoliu em seco. Ele não queria lembrar do que acabara de passar, mas sabia que seria impossível evitar.

— Sim. Eu... Não sei como, mas sobrevivi.

Os olhares ao redor ficaram mais intensos. Um sobrevivente de rank C saindo de uma dungeon onde caçadores de rank B haviam morrido não era algo comum. Eles rapidamente o cercaram, pedindo para que explicasse o que havia acontecido lá dentro. Keyon sabia que precisava ser cauteloso.

— Foi um massacre — começou, os olhos fixos no chão. — Havia um monstro... Algo que não deveria estar lá. Acho que era de rank A, pelo menos. Ele apareceu de repente e começou a matar todo mundo. Eu só tentei sobreviver. Usei minha magia para me defender e tive sorte.

— Sorte? — perguntou uma mulher de óculos, claramente duvidando. — Você enfrentou um monstro de rank A e saiu vivo apenas com "sorte"?

Keyon apertou os punhos, tentando manter a calma. Ele sabia que a verdade sobre o sistema precisava ser escondida. Ninguém acreditaria nele, e a última coisa que queria era chamar atenção desnecessária.

— Eu... Não sei o que dizer. Eu criei barreiras de gelo e corri quando tive uma chance. Foi isso.

O homem grisalho, que parecia ser o líder da equipe, o estudou por um momento. Havia algo nos olhos de Keyon, algo que ele não conseguia decifrar, mas decidiu não pressioná-lo mais por enquanto.

— E os outros? O que aconteceu com os corpos?

Keyon hesitou antes de responder. Ele lembrou-se do caos, dos gritos e do sangue, mas também das criaturas que arrastavam os corpos para as sombras.

— Não consegui salvar ninguém. Os corpos... Foram levados pelos monstros.

O silêncio se seguiu àquela resposta. A equipe da Associação pareceu satisfeita com a explicação, embora as expressões céticas permanecessem em alguns rostos.

— Vamos precisar que você compareça à sede da Associação para fazer um relatório mais detalhado — disse o homem grisalho, a voz calma, mas firme. — E também teremos que reavaliar seu rank.

A última frase fez o coração de Keyon disparar. Ele sabia que seu segundo despertar havia mudado algo dentro dele, mas não tinha intenção de revelar isso.

— Reavaliar meu rank? Não acho que isso seja necessário — disse rapidamente. — Nada mudou. Continuo sendo um rank C.

O homem arqueou uma sobrancelha, surpreso pela relutância de Keyon. A maioria dos caçadores ficava animada com a possibilidade de subir de rank, mas ele parecia quase incomodado.

— Vamos ver. Por enquanto, você pode ir. Mas esteja disponível para novos questionamentos.

Keyon assentiu, sentindo um alívio temporário. Ele sabia que aquele não era o fim das perguntas, mas pelo menos estava livre, por enquanto.

Enquanto caminhava para longe da equipe, o peso do que havia acontecido na dungeon começou a cair sobre ele. Ele não podia mais ignorar o sistema que agora fazia parte dele. A tela piscava em sua visão, como um lembrete constante de que sua vida nunca mais seria a mesma.

Missão Concluída: Sobreviva ao interrogatório.

Recompensa: 100 XP.

Ele parou no meio do caminho, respirando fundo enquanto a tela desaparecia. Algo maior estava em jogo, e ele sabia que precisava entender o que estava acontecendo antes que mais perguntas surgissem.

"O Monarca de Sangue..." Aquelas palavras ecoaram em sua mente, uma memória vaga do que ouvira na dungeon. Ele não sabia o que significavam, mas a sensação de que algo sombrio estava ligado a ele era inegável.

Com passos decididos, Keyon seguiu em direção ao apartamento simples onde vivia. Ele precisava de tempo para pensar, treinar e, acima de tudo, descobrir como sobreviver ao que quer que fosse aquilo. O sistema podia ser um fardo, mas também era a única chance que ele tinha de se fortalecer. Afinal, monstros mais fortes ainda estavam por vir.