Cercada por uma mortalha sombria me vejo exposta. Sinto-me observada de todos os cantos, "O que é isso?" vem a minha mente enquanto me forço pra mover. Lentamente me remexo tentando de alguma forma ir pra frente. Sinto tudo tão escuro...
Lentamente começo a entender meu ambiente. Tudo parece ser feito de escuridão, mas tem alguns pontos brilhantes perto de mim. Não, perto é exagero. Eu vejo eles e como são a única coisa que realmente vejo, os considero próximos de mim.
Viveria assim por muito tempo. Tentando ir pra frente, até que me decidi. Reuni todas as minhas forças e gritei na direção que parecia mais assustadora, gritei dizendo quem era e que não estava com medo!
Meus arredores antes opressores se tornaram... acolhedores? Não, não é a palavra... vazios? Talvez, o vazio me traz paz de espírito... mas acho que não importa. O ponto importante é que me senti mais calma. Comecei a vagar com mais confiança, o que poderia temer se agora tinha certeza de que estava sozinha?
Conforme andava na direção de um dos pontos brilhantes, ele ficava maior e maior e aos poucos eu via mais de mim mesma. Não sabia se deveria me sentir encantada ou enojada com oque vi. Bem, acho que quando se está na minha situação, não importa muito como se parece.
A caminhada continuou excruciante até que meu mundo se tornou muito mais brilhoso. Aquele brilho todo incomodava-me, me cegava...
Ao chegar na fonte daquele brilho, vi algo estranho. Vi algo jogado no chão, algo quebrado. O brilho vinha de algo que parecia uma... lanterna? Talvez, não sei.
Infelizmente, não notei o som de passos atrás de mim a tempo. Quando percebi e me virei, perdi a consciência. Quando acordei, me vi presa em algum lugar estranho e finalmente notei algo.
Nunca estivera sozinha, sempre tinham muitas coisas ao meu redor, elas só eram mais espertas que eu e se escondiam.