Com novos membros e o reconhecimento oficial do Conselho Mágico, a Seraph's Gate começava a tomar forma. Keyon sabia que a verdadeira força de uma guilda não era apenas medida pela quantidade de membros ou pelas habilidades de combate, mas também pela capacidade de enfrentar desafios reais juntos. Para isso, uma missão seria essencial — não apenas para testar as habilidades dos novos recrutas, mas também para fortalecer os laços entre eles.
No quadro de missões do salão principal, uma tarefa chamou a atenção de Keyon:
"Estranhos desaparecimentos na Floresta de Eldenwood. Procura-se uma equipe de magos para investigar."
Keyon reuniu os membros no salão da guilda. Sentado à cabeceira de uma longa mesa de madeira, ele analisava o pedido enquanto os outros o observavam em silêncio. Ele começou a falar, sua voz firme mas acolhedora:
"Esta será nossa primeira missão oficial como guilda registrada. Desaparecimentos em Eldenwood. Parece simples à primeira vista, mas conheço essa floresta. É antiga, mágica e traiçoeira. Não podemos subestimá-la."
Os fundadores estavam prontos para a tarefa, mas Keyon surpreendeu todos ao anunciar os participantes.
"Quero que os recrutas façam parte desta missão," ele disse, olhando para Arin, Mira, e Len. "Será um teste para vocês. Não estarão sozinhos — Kira e eu os acompanharemos para garantir sua segurança."
Arin parecia nervoso, mas determinado. Mira e Len, sempre confiantes como irmãos, assentiram animados. Para eles, esta era a chance de mostrar que pertenciam à guilda.
A equipe partiu ao amanhecer, atravessando campos verdejantes e pequenas aldeias até alcançarem os limites da Floresta de Eldenwood. A floresta era densa, com árvores tão altas que bloqueavam a luz do sol, criando um ambiente escuro e misterioso. Um leve cheiro de musgo e terra úmida preenchia o ar.
Enquanto caminhavam pela trilha principal, Keyon se virou para Arin.
"Qual é o primeiro passo para uma missão como esta?"
Arin hesitou antes de responder:
"Identificar sinais de perigo e procurar pistas sobre os desaparecimentos."
Keyon sorriu, satisfeito com a resposta.
"Certo. Fiquem atentos. Eldenwood é conhecida por suas criaturas mágicas, algumas pacíficas, outras… nem tanto."
Enquanto avançavam, Len parou de repente, levantando a mão.
"Há algo à frente," ele sussurrou. Usando sua Magia de Espelho, ele conjurou uma pequena superfície reflexiva à sua frente, revelando a imagem de um grande urso feito de musgo e pedras, guardando o caminho.
"Um guardião da floresta," explicou Kira, cruzando os braços. "Não é agressivo a menos que seja provocado."
Mira, no entanto, apontou para algo mais: marcas de garras profundas nas árvores próximas.
"Parece que algo atacou o guardião antes. Ele está mais agitado do que o normal."
Keyon observou a criatura atentamente antes de desenhar uma carta no ar com movimentos rápidos e precisos. Um monstro em forma de lobo, coberto de chamas negras, surgiu ao seu lado.
"Vamos acalmá-lo sem machucá-lo. Mira, Len, vocês distraem o guardião. Arin, use suas chamas para cercá-lo e limitar seus movimentos. Kira e eu interviremos se necessário."
Sob as instruções de Keyon, os jovens magos trabalharam em conjunto. Mira e Len criaram barreiras reflexivas para redirecionar os ataques do urso, enquanto Arin usava suas chamas para criar um círculo de fogo controlado. O guardião hesitou, rugindo, mas eventualmente recuou para dentro da floresta.
"Bom trabalho," disse Keyon. "Vocês lidaram com isso de forma eficiente e sem violência. Lembrem-se, nem todos os desafios precisam ser resolvidos com força bruta."
Mais adiante, o grupo encontrou os primeiros sinais dos desaparecimentos: restos de roupas rasgadas e marcas no solo indicando uma luta. Kira se ajoelhou, examinando as pegadas.
"Essas marcas não são humanas," ela disse. "Algo grande arrastou as vítimas para dentro da floresta."
Erya, que havia ficado na guilda para monitorar o progresso deles através de suas runas, enviou uma mensagem mágica para Keyon:
"Cuidado. Há uma concentração anormal de magia na área. Pode haver uma criatura de alto nível por perto."
Keyon ajustou os piercings em suas orelhas, um hábito quando estava se preparando para algo sério.
"Formação defensiva. Mira, Len, fiquem atrás. Arin, prepare suas chamas. Vamos avançar com cautela."
Ao chegarem a uma clareira, depararam-se com a fonte do problema: um Lúgubre, uma criatura mágica rara e perigosa, com o corpo de uma pantera negra e olhos brilhantes como lâmpadas. O Lúgubre era conhecido por devorar a energia vital de suas vítimas, deixando corpos desmaiados ou mortos.
"Não podemos derrotá-lo com ataques diretos," explicou Keyon. "Ele é rápido demais. Vamos usar uma combinação de habilidades."
Ele rapidamente desenhou uma nova carta, invocando uma águia gigante com penas feitas de cristal.
"Mira e Len, criem ilusões para confundi-lo. Arin, ataque com chamas controladas para restringir seus movimentos. Minha invocação será nossa distração principal, enquanto Kira e eu cuidamos do golpe final."
A batalha foi intensa. O Lúgubre movia-se com incrível velocidade, mas os gêmeos usaram suas ilusões para criar clones falsos do grupo, confundindo a criatura. Arin, apesar de sua inexperiência, conseguiu controlar suas chamas o suficiente para cercar o Lúgubre, forçando-o a se expor. Com um comando rápido, Keyon lançou sua invocação contra a criatura, distraindo-a tempo suficiente para Kira desferir o golpe final com sua magia de Dragon Slayer.
O Lúgubre rugiu uma última vez antes de desaparecer em uma nuvem de magia dissipante.
Após derrotarem a criatura, o grupo encontrou as vítimas desaparecidas presas em uma caverna próxima, ainda vivas mas fracas. Arin usou sua magia para acender tochas e iluminar o caminho de volta, enquanto Mira e Len ajudavam os sobreviventes a andar.
De volta à guilda, o grupo foi recebido com aplausos dos outros membros. Keyon, orgulhoso, elogiou os jovens magos:
"Vocês provaram que têm potencial não apenas como indivíduos, mas como equipe. Esta foi a primeira de muitas missões, e tenho certeza de que estão no caminho certo para se tornarem grandes magos."