No coração das montanhas de Huashan, a pequena aldeia de Pingxi florescia sob o calor do sol e a serenidade da natureza. As ruas de terra batida eram adornadas com flores silvestres, e o aroma fresco do arroz cozido permeava o ar. Os aldeões, simples e bondosos, viviam em harmonia, cultivando suas plantações e cuidando uns dos outros como uma grande família. Entre eles, Li Wei, um jovem de dezessete anos, era conhecido por sua gentileza e determinação.
Li Wei cresceu em uma casa modesta ao lado de seus pais, que eram respeitados na aldeia. Seu pai, um ferreiro habilidoso, moldava não apenas o metal, mas também a moral de seu filho, ensinando-lhe sobre a importância da honra e do trabalho duro. Sua mãe, uma curandeira, passava seus dias ajudando os doentes e feridos, espalhando amor e compaixão. Juntos, eles formavam um lar onde a felicidade e a paz pareciam eternas.
Nas tardes ensolaradas, Li Wei passava horas treinando com uma espada de madeira, sonhando em se tornar um grande guerreiro. Ele admirava os mestres das artes marciais que visitavam a aldeia, ouvindo histórias de bravura e heroísmo. Seu desejo de proteger a aldeia e seus entes queridos crescia a cada dia. No entanto, ele nunca poderia imaginar que o destino guardava uma tragédia inimaginável.
Foi em uma noite tranquila, sob a luz cintilante das estrelas, que a paz da aldeia foi brutalmente quebrada. Os aldeões estavam reunidos na praça central para celebrar o Festival da Lua, rindo e dançando ao som de flautas e tambores. Li Wei estava ao lado de seus pais, sentindo-se grato por aquele momento de alegria. As lanternas penduradas nas árvores lançavam um brilho suave, iluminando os rostos felizes de seus amigos e vizinhos.
No entanto, enquanto a celebração prosseguia, uma sombra se aproximava. Os membros do Clã das Sombras, conhecidos por sua crueldade e habilidades furtivas, se infiltraram na aldeia. Silenciosos como a brisa da noite, eles avançaram, seus rostos cobertos por máscaras, seus olhos brilhando com uma malícia insaciável.
Os primeiros gritos ecoaram quando os ninjas atacaram. Um pânico avassalador se espalhou pela praça, e as risadas se transformaram em gritos de horror. Li Wei, confuso e alarmado, olhou ao redor, tentando entender o que estava acontecendo. Ele viu sua mãe puxando-o para perto, mas a calma dela logo se desfez ao perceber a ameaça iminente.
"Fique perto de mim, Li Wei!" sua mãe gritou, seu olhar determinado, mas cheio de medo.
No entanto, a noite se tornaria um pesadelo. Os membros do Clã das Sombras eram implacáveis em sua missão. Com lâminas afiadas e movimentos ágeis, atacaram os aldeões desarmados, deixando um rastro de sangue e desespero. Li Wei viu amigos e vizinhos caírem, suas vidas interrompidas em um instante brutal.
Ele tentou lutar contra a corrente do pânico, mas foi como se tudo estivesse em câmera lenta. O horror se desenrolava diante de seus olhos, e a impotência tomou conta de seu coração. Ele estava preso em um pesadelo, incapaz de agir, incapaz de proteger aqueles que amava.
Quando um dos ninjas se aproximou de sua casa, Li Wei sentiu um impulso profundo de coragem. Ele se lançou na direção do invasor, empunhando sua espada de madeira com todas as suas forças. Mas o ninja era rápido e habilidoso. Com um movimento ágil, ele desviou do ataque e desferiu um golpe mortal contra a mãe de Li Wei.
O grito dela ecoou na noite, um som que rasgou o coração de Li Wei. Ele parou, paralisado pela dor e pela incredulidade, enquanto sua mãe caía aos seus pés. O mundo ao seu redor desapareceu, e tudo o que restou foi o som ensurdecedor do seu próprio coração quebrado.
"Não! Mãe!" Li Wei gritou, sua voz carregada de desespero. Ele se lançou para frente, mas foi agarrado por outro ninja, que o puxou para longe de sua mãe, segurando-o com força.
"Silêncio, garoto," o ninja sussurrou, sua voz fria como o aço. "Você não é nada."
Os olhos de Li Wei se encheram de lágrimas enquanto ele assistia à cena horrenda. Seu pai, que havia corrido em sua direção, foi rapidamente cercado por mais ninjas. O som do metal se encontrando, o grito de dor e a clamorosa tragédia da perda se misturavam em uma sinfonia de horror.
A aldeia, que antes era um lugar de alegria, agora estava mergulhada em sombras e sangue. As lanternas, que simbolizavam esperança, agora pareciam meras sombras do que uma vez foram. O riso e a música foram substituídos por gritos e lamentos.
Ele sentiu uma onda de raiva e desespero crescer dentro dele. A morte de sua mãe, a queda de seu pai, e a destruição de sua aldeia tornaram-se uma chama ardente em seu coração. A visão de seus entes queridos sendo brutalmente assassinados o consumiu, e a dor se transformou em um desejo incontrolável de vingança.
A luta durou apenas alguns minutos, mas parecia uma eternidade. Quando os ninjas finalmente se retiraram, a aldeia estava em ruínas. Li Wei, agora livre do aperto do ninja, caiu de joelhos ao lado do corpo de sua mãe, seu coração pesado com a dor da perda.
Ele olhou ao redor, vendo rostos familiares caídos, a vida esvaindo-se dos olhos de quem um dia foi vibrante e cheio de esperança. A sensação de impotência o envolveu, e a escuridão da noite parecia se aproximar, como se quisesse engoli-lo inteiramente.
Foi ali, entre as sombras e o silêncio, que Li Wei fez um voto. Ele não permitiria que suas vidas fossem perdidas em vão. Ele se levantou, sua determinação renovada. Ele buscaria justiça, não apenas para sua família, mas para todos os que foram vítimas do Clã das Sombras.
Naquela noite fatídica, ao olhar para a lua cheia que brilhava acima, Li Wei prometeu que se tornaria um guerreiro. Ele não seria apenas um espectador impotente em seu próprio destino. Ele se tornaria a espada que cortaria a escuridão, uma tempestade que se levantaria contra a crueldade e a corrupção que haviam destruído sua vida.
E assim, a jornada de Li Wei começaria, marcada pela tragédia, mas impulsionada por uma determinação inabalável de vingar sua família e restaurar a honra em um mundo mergulhado na sombra