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Chapter 12 - Lunapainel

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Nojo retorcia no fundo da barriga de Violeta, uma agitação repugnante que a fazia querer vomitar. Ela tinha visto muita coisa em sua antiga escola, mas isso era outro nível de deturpação. Sua raiva se concentrava em um comentário em particular, o idiota que tinha lamentado por não ter conseguido espiar por baixo de suas roupas.

Sua pele arrepiava. Ela anotou o nome de usuário dele com uma precisão gelada, já tramando um jeito de rastreá-lo. Quando o fizesse, ele se arrependeria do dia em que sua mãe não tinha usado proteção; sua existência era um erro que ela pretendia corrigir.

Por um momento, Violeta se perguntou se Maria tinha razão quando a advertiu para ficar na dela e evitar chamar atenção. Talvez esse lugar nem fosse uma escola de verdade, mas algum experimento social distorcido ou um centro de reabilitação para psicopatas em formação, onde alunos com bolsa de estudo eram apenas jogados como entretenimento. A ideia parecia loucura, mas aqui... talvez não fosse tão absurdo.

De qualquer forma, não tinha volta agora. Ela teria que enfrentar essa tempestade que era a Academia Lunaris.

Sem dizer uma palavra, ela arrancou o celular da mão de Lila.

"Ei!" Lila gritou, tentando pegá-lo de volta. Violeta bloqueou-a com o corpo e passou furiosamente o dedo pela tela, dedos desajeitados, mas determinados.

"O que diabos você está tentando fazer?" Lila exigiu.

"Tentando deletar o vídeo!" Violeta sussurrou, aumentando sua frustração. Ela não era expert em tecnologia, mas estava determinada a descobrir como fazer.

"Você não pode!" Lila gritou. "Mesmo que você apague do meu feed, já viralizou por toda a Esfera Lunar."

Lá no fundo, Violeta sabia que era tarde demais. Mas ela esperava, contra todas as probabilidades, que ainda pudesse desfazer o dano. Era uma esperança de tolo, ela percebeu amargamente.

Violeta passou a mão pelo cabelo com um grunhido irritado antes de jogar o celular de volta para Lila, que o pegou com agilidade. Lila fez bico enquanto acariciava o aparelho, como se fosse um animal ferido que Violeta tivesse maltratado.

"Essa escola é realmente assim?" Violeta explodiu. "Apenas se aproveitando das fraquezas das pessoas e adorando idiotas como o Griffin sem pensar?"

A expressão de Daisy se tornou séria, e ela alertou, "Cuidado ao falar mal dos alfas cardeais. As paredes têm ouvidos aqui, e você não quer se meter em mais problemas do que esperava."

"E ela ainda não é nem grata," Ivy zombou de sua cama, veneno escorrendo de sua voz.

Raiva brilhou nos olhos de Violeta. Ela marchou até Ivy, ficando bem na cara dela. "Ah, desculpa por não estar agradecida por ser estrangulada por algum babaca arrogante. Embora pareça que você gostaria desse tipo de preliminar. Pena que você não teve a sorte de tomar o meu lugar," ela rebateu, sua voz carregada de veneno.

Os olhos azuis de Ivy escureceram e sua mandíbula se contraiu, mas em vez de revidar com outro insulto, ela simplesmente murmurou, "Você não entende, né?"

"O que tem para entender?" Violeta disparou de volta, sua paciência se esgotando.

Ivy sorriu com escárnio. "Ótimo. Você é lenta," ela retrucou, sem gentileza.

As mãos de Violeta se fecharam em punhos e seus dentes se exibiram em um aviso silencioso. Ela tinha uma vida inteira de raiva e violência para usar se essa garota presunçosa continuasse a provocá-la. Mas antes que ela pudesse reagir, Lila rapidamente escorregou entre elas, passando um braço pelos ombros de Violeta.

Violeta não gostava do toque excessivamente íntimo de Lila, mas tinha que admitir que isso esfriou sua raiva em certo grau. Lila lançou um olhar repreensivo para Ivy antes de se virar para Violeta com um sorriso radiante.

"O que Ivy está tentando dizer — se ela pudesse falar de forma educada uma vez na vida — é que você quebrou um recorde da escola."

Violeta estreitou os olhos, desconfiada. "Do que diabos você está falando?"

"Ok, senta aí, e eu explico," Lila disse, puxando Violeta em direção à sua cama. Violeta seguiu, sentindo-se quase robótica enquanto se deixava cair no colchão. Ela notou Daisy se aproximando, sua curiosidade aguçada, sinalizando que o que quer que Lila estivesse prestes a dizer, seria interessante.

Lila esticou a mão, "seu celular." ela exigiu.

Apesar da desconfiança clara nos olhos de Violeta, ela ainda entregou seu celular a Lila, ainda que relutantemente.

Lila pegou e começou a digitar, explicando, "Tenho certeza que Maria mencionou que a Lunaris tem um sistema de pontos para classificação acadêmica. Bem, socialmente, é a mesma coisa entre os alunos. Temos nossa própria hierarquia. E logicamente falando, como a última aluna a se matricular aqui, você deveria estar por baixo como a ômega, a rejeitada da matilha. Mas aqui está você..." Ela empurrou o celular de volta para Violeta.

Violeta pegou, perplexa. Na tela estava um feed de classificação com seu nome, sua foto — como eles tinham conseguido uma foto recente? — e um grande número vinte ao lado de seu perfil. Ela levantou a cabeça para encontrar suas colegas de quarto a observando com os olhos arregalados de antecipação, como se ela devesse estar maravilhada ou ajoelhando-se em gratidão.

Violeta permaneceu impassível, levantando uma sobrancelha enquanto perguntava friamente, "É isso que toda essa agitação é sobre?"

O que seguiu foi um coro de gemidos de decepção. Lila levou a mão ao rosto, Daisy enterrou o rosto no travesseiro como se morresse de vergonha alheia, enquanto Ivy bufou, sua expressão claramente dizendo, Eu avisei.

No entanto, Lila não era de desistir, e antes que Violeta pudesse até mesmo se dar conta, a garota arrancou o celular de seu aperto com um pouco mais de força do que o necessário, os olhos brilhando com irritação e determinação. Determinação para fazê-la ver as coisas do ponto de vista dela.

Ela segurou o celular, gestualizando para a tela como se apresentasse alguma grande revelação.

"Isso, Violeta, é o Lunapainel," Lila declarou agora, sua voz borbulhando com empolgação. "É o sistema de classificação para as garotas aqui, e é enorme. É classificado por votos e determinado por uma mistura de fatores, popularidade, antecedentes, habilidades, desempenho acadêmico, você escolhe. Todo aluno aqui vive por essa classificação."

Ela tocou na tela, seu rosto animado enquanto explicava cada detalhe. "E aqui está você, em vigésimo lugar, no seu primeiro dia logo após um único encontro com o Griffin!" Ela balançou a cabeça em incredulidade, sua admiração mal contida. "Você tem noção do quão impossível isso é? Ninguém subiu nos rankings tão rápido. Nunca!"

Violeta olhou para a tela, ainda sem ficar impressionada, mas a empolgação de Lila não vacilou. "Seu nome vai entrar para o Lunarregistro! Você está fazendo história!" ela adicionou, como se estivesse pessoalmente entregando a Violeta uma coroa. Enquanto isso, Daisy observava admirada de sua cama, e Ivy mostrava uma expressão contrariada.

Enquanto Lila ainda cavalgava alta na empolgação, Violeta levantou a mão para chamar sua atenção. "Só uma pergunta rápida, porém. Então, exatamente o que eu ganho por chegar a, uh... número vinte?"

"O que é que todo mundo aqui mais quer?" Lila perguntou, seus olhos cintilando.

"Dinheiro?" Violeta adivinhou com um sorriso. Ela estava quase na miséria, e se esse sistema de classificação de alguma forma pudesse lhe trazer dinheiro, ela estaria dentro.

Daisy interveio com uma expressão sombria, "Poder. Aquele que detém o poder governa tudo."

Violeta deu de ombros. "Com grande poder vem grande responsabilidade, que, honestamente, não tenho a paciência ou resistência para nenhum dos dois. Já que é só isso, estou seriamente decepcionada."

"Uma chance de se misturar com a elite," Ivy disse por fim, seus olhos brilhando com inveja. Violeta podia praticamente ver o desejo, a tortura no rosto de Ivy, como se ela mataria por uma chance de estar em seu lugar.

"A elite?" Violeta soltou uma risada de escárnio. "Por favor, não me diga que você está se referindo àqueles esnobes aristocratas que compõem metade desta escola."

Ivy lançou um olhar tão feroz que, se pudesse disparar fogo dos olhos, teria incinerado Violeta na hora.

"Como alguém no topo da hierarquia, você tem o privilégio de se associar aos Alfas Cardeais."

"Os Alfas Cardeais?" Violeta perguntou, curiosa.

"Os Quatro do Terror," Daisy respondeu com um sorriso irônico. "Você já conheceu um, Griffin Hale."

"Ah, de jeito nenhum," a expressão de Violeta azedou. "Isso não vai acontecer. Passo."

Ivy se levantou bruscamente, olhando para ela como se ela tivesse cometido um crime. "Você rejeitaria uma oportunidade de se misturar com um alfa cardinal? Essa é uma chance pela qual a maioria de nós mataria!"

"Então por que você não vai se misturar com eles se está tão desesperada?" Violeta estalou.

"Porque nós não podemos! Ivy sibilou, erguendo-se até ficarem nariz com nariz. Ela gesticulou em direção a Lila e Daisy, que tinham ficado em silêncio, assistindo ao confronto. "Apenas aqueles classificados entre o primeiro e o vigésimo é que são até visíveis para eles. Para o resto de nós, é como se não existíssemos."

Violeta balançou a cabeça, exasperada. "Então esqueça eles e se concentre em sua educação. Não é para isso que você está aqui? O que há de tão especial sobre os Quatro do Terror que todo mundo está perdendo a cabeça? Poxa, até o título deles grita problema."

O silêncio se instalou, denso e sufocante. O quarto vibrava com tensão até Ivy quebrá-lo com uma risada afiada e oca que ecoou pelas paredes, enviando arrepios pela

espinha deles.

"Quem disse que eles não são especiais?" Ivy sussurrou, seus olhos como fragmentos de gelo. "Que outros alfas você viu possuir os poderes divinos que eles têm?"

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Você pode conferir como é o quarto da Violeta na seção de comentários.

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