Chereads / Desafie o(s) Alfa(s) / Chapter 6 - Bem-vindo à Academia Lunaris

Chapter 6 - Bem-vindo à Academia Lunaris

Ao descer do trem, Violeta foi imediatamente atingida pela imensa magnitude da Cidade de Aster. Era tudo o que ela havia imaginado e mais. Se pudesse comparar com seu distrito, era seguro dizer que ela havia vivido debaixo de uma pedra durante toda a sua vida.

Como uma cidade capital, ela pulsava com energia, viva com edifícios altíssimos, multidões de pessoas e uma mistura caótica de sons que reverberavam pelo ar. No entanto, apesar de sua presença avassaladora, ninguém parecia notá-la.

A garota de cabelos roxos incomuns e mochila passava despercebida pela multidão. Em seu distrito, ela sempre atraía olhares, sussurros a seguiam onde quer que fosse, mas aqui? Ela era apenas mais um rosto na multidão de humanidade. A realidade era ao mesmo tempo libertadora e inquietante.

No entanto, o que surpreendeu Violeta foi a diversidade das pessoas ao seu redor. Mesmo entre seres humanos, havia tantas diferentes raças, etnias e estilos se misturando. Mas não eram apenas humanos. Pela primeira vez em sua vida, Violeta se aproximava o suficiente dos lobisomens, criaturas sobre as quais ela havia apenas lido em livros didáticos ou ouvido histórias sussurradas.

Violeta os havia estudado o suficiente para reconhecê-los pela forma como se portavam, fortes, imponentes e exalando uma energia crua impossível de ignorar. Sua mãe não havia exagerado. Essas criaturas eram deslumbrantes de uma maneira quase perturbadora. Altos, musculosos e atraentes de maneira impossível, eles exalavam uma dominação natural que tornava difícil não olhar.

Mas Violeta sabia que não podia passar o dia encarando. Este era um território desconhecido e, por mais emocionante que fosse, também era perigoso. Qualquer coisa poderia acontecer em um lugar como este. Ela poderia ser roubada, enganada ou pior, sequestrada. Seus instintos, afinados após anos de vida cautelosa, entraram em ação, e ela se aproximou de alguns humanos que pareciam abordáveis.

"Você está indo para a Academia Lunaris?" o homem a quem ela perguntou — Carlos, ele se apresentou — deu-lhe um olhar que ela não conseguiu decifrar. Havia algo perturbador em sua expressão, quase como se houvesse pena misturada com preocupação.

"Sim", ela respondeu.

"Nenhum ônibus vai diretamente para a Academia Lunaris," ele finalmente disse, sua voz carregada de um sotaque que ela não conseguia identificar. "Você terá que pegar um táxi."

O estômago de Violeta afundou. Um táxi? Oh Deus, não.

De volta ao seu distrito, ninguém pegava táxis. Eles eram muito caros, e ela tinha pouco dinheiro de sobra. Violeta estava presa, insegura sobre o que fazer a seguir. Nancy havia lhe dado tudo que podia poupar e ela não podia desperdiçá-lo em uma corrida de táxi.

Carlos deve ter percebido seu desconforto, porque ele acrescentou, "Siga-me."

O instinto de Violeta não gritava perigo, mas ela estava cautelosa, mesmo assim. Eles andaram até um estacionamento próximo, e Carlos se aproximou de um homem em um carro. Após uma breve e animada conversa, Carlos acenou para ela se aproximar.

"Aquele é meu primo, Amilo," disse Carlos, apontando para seu primo que agora estava tentando virar na direção certa. "Eu falei com ele. Ele vai te levar por metade do preço normal. Você pode confiar nele."

Alívio inundou o peito de Violeta. "Obrigada," ela murmurou, sentindo-se genuinamente grata.

"Sem problemas," Carlos respondeu, embora seu tom tenha se tornado mais sombrio. "Só tome cuidado naquela maldita escola. Nossa gente acha que é um privilégio, mas aqueles monstros peludos não prestam. Devoradores, todos eles. E me pergunto por que os humanos são tão cegos para não ver."

Seu sotaque carregado tornou o aviso ainda mais sinistro, mas Violeta deixou de lado, afastando o medo. Não era como se ela tivesse muita escolha. Mas ela manteve isso em mente. Só por precaução

Ela então olhou para Amilo, que agora a esperava.

"Entre, cabeça roxa," Amilo chamou, o apelido quase a fazendo se irritar, mas não havia malícia em seu tom, então ela deixou passar.

Ao contrário de seu primo quieto, Carlos, Amilo era um tagarela. Assim que estavam na estrada, ele a bombardeou com perguntas sobre seu nome, de onde ela era e um elogio ao seu cabelo, assumindo que era tingido. Violeta não o corrigiu. Ela não precisava que ele investigasse demais sua vida.

Mas Amilo nunca parece ler a atmosfera.

"Violeta, hein? É por isso que você tingiu seu cabelo de roxo?" Amilo perguntou, um sorriso provocante no rosto. "Tentando fazer uma declaração para seus pais ou algo assim?"

A pergunta atingiu um nervo, e o humor de Violeta azedou. Ela não falava muito sobre seus pais desconhecidos, mas ser lembrada disso doeu. Amilo deve ter percebido sua mudança de humor, porque ele não insistiu, em vez disso, aumentou o rádio e começou a cantar a letra da música que tocava.

Ele tinha uma voz decente, mas Violeta não estava prestes a elogiá-lo. Não quando ela estava grata pela distração de suas perguntas indiscretas.

Cerca de trinta minutos na viagem por uma estrada de duas faixas ladeada por uma selva espessa e selvagem, a voz de Amilo quebrou o zumbido constante do motor. "Chegamos," ele anunciou.

Violeta olhou pela janela, confusa. Tudo o que podia ver eram mais árvores, nada além de floresta densa se estendendo em todas as direções.

Ela franziu a testa. "Senhor, só tem—" Suas palavras foram cortadas quando Amilo contornou uma curva e, de repente, a visão diante dela tirou-lhe o fôlego.

"Uau..." ela sussurrou, seus olhos se arregalando em admiração.

A Academia parecia algo tirado das páginas de um conto de fadas. Situada em uma vasta propriedade cercada por florestas exuberantes e colinas verdes e onduladas, a visão era tanto de tirar o fôlego quanto imponente. As árvores se esticavam acima da estrada, seus galhos se entrelaçando para formar um dossel natural que dapava o caminho em uma luz cintilante.

À medida que se aproximavam, a grande entrada se erguia diante dela, um grande sinal de metal arqueado emblazonado com um elaborado brasão de armas no topo e, embaixo, em letras negras e maiúsculas, estavam as palavras ACADEMIA LUNARIS.

O próprio portão era apoiado por dois pilares de tijolos robustos, encimados com pedra branca, elegantes e ao mesmo tempo imponentes. As muralhas ao redor pareciam se estender infinitamente, marcando os limites dos prestigiosos terrenos. Arbustos bem cuidados alinhavam o perímetro, e pequenos holofotes ao redor deles provavelmente iluminavam a grande estrutura à noite.

Apesar do estado arruinado do mundo onde a tecnologia era um privilégio raro, o portão era surpreendentemente automatizado, deslizando suavemente aberto à medida que se aproximavam. Foram recebidos por um pequeno posto de segurança onde um guarda saiu, segurando um elegante dispositivo eletrônico na mão que imediatamente chamou a atenção de Violeta.

"Nome?" ele perguntou em um tom mais formal do que ríspido.

"Violeta Roxa," ela respondeu, sua voz inesperadamente pequena, a enormidade do momento a atingindo.

Ao ouvir seu nome, o rosto severo do guarda suavizou-se em um sorriso acolhedor.

"Bem-vinda à Academia Lunaris, Senhorita Roxa," ele disse, gesticulando para seu parceiro na cabine de segurança. A barreira foi levantada, e quando seu carro avançou, Violeta pegou o guarda digitando algo rapidamente em seu dispositivo.

Por um breve momento, a suspeita piscou em sua mente, mas ela a afastou. Provavelmente ele estava apenas registrando sua chegada. Embora ela não possuísse um telefone, Violeta estava familiarizada o suficiente com tecnologia básica, graças ao centro de mídia de volta em sua antiga escola. Esperava-se que a Academia Lunaris oferecesse melhores recursos, e ela não tivesse que lidar com o agendamento de horários só para usá-los.

À medida que Amilo continuava pela entrada de concreto impecável, Violeta maravilhava-se com a visão diante dela. Os terrenos da academia eram extensos, muito maiores do que ela imaginara. Árvores altas e majestosas alinhavam a estrada, seus galhos balançando suavemente na brisa. Gramados amplos e bem cuidados esticavam-se de ambos os lados, pontilhados com fontes de pedra, cuja água cintilava ao sol da tarde. Jardins de flores vibrantes floresciam ao redor, cada pétala cuidadosamente arranjada, prova da manutenção meticulosa da academia.

Então, eles chegaram na própria academia.

O edifício principal estendia-se amplo e alto, uma estrutura imponente feita de pedra. Sua arquitetura era uma mistura de grandeza do velho mundo e elegância moderna.

Mas o que realmente chamou a atenção de Violeta foram as estátuas.

Ao longo do telhado, olhando para baixo, para o mundo abaixo, estavam lobos de pedra ferozes, com presas afiadas à mostra e olhos que olhavam com eterna vigilância. Eles pareciam guardar a academia, acrescentando ao seu mistério e insinuando o poder primal que espreitava dentro de suas paredes.

Mais caminhos de paralelepípedos se ramificavam em várias direções, levando a outras estruturas que ela ainda não conseguia distinguir, mas cada uma parecia tão grandiosa quanto a última.

Amilo parou o carro e assobiou, claramente impressionado. "Você realmente vai estudar nessa escola, Cabeça Roxa?"

"Obviamente," Violeta respondeu secamente enquanto saía do carro, puxando sua pesada mochila com ela. Ela caminhou até a janela do lado do motorista e lhe entregou a tarifa.

Amilo a aceitou com um sorriso que poderia tê-la feito corar se ela se interessasse por homens mais velhos encantadores. "Posso ficar com seu número, Cabeça Roxa?" perguntou ele piscando.

Violeta quase revirou os olhos, mas conseguiu manter a compostura. "Eu não tenho telefone," ela disse secamente, e pela primeira vez, ela estava genuinamente grata por isso.

Amilo não insistiu no assunto. Telefones eram um luxo caro, e ele provavelmente não esperava que alguém da sua idade tivesse um.

Amilo deu de ombros, imperturbável. "Bem, se você precisar de uma carona ou qualquer outra coisa, venha me procurar ou ao meu primo quando estiver na cidade."

Seu primo Carlos, sim – ela lhe devia – ele? Nem tanto. Embora estivesse grata pela carona.

"Certo." Ela deu um aceno não comprometedor, ansiosa para que ele partisse.

Amilo sorriu novamente, um pouco satisfeito demais consigo mesmo, como se tivesse ganhado alguma vitória. "Adeus, Cabeça Roxa," ele gritou antes de partir, seu carro desaparecendo pela estrada sinuosa.

No momento em que ele se foi, Violeta soltou um suspiro que ela nem percebeu que estava segurando. Ela virou-se para encarar as imponentes portas da Academia Lunaris. Ela estava ali como uma fortaleza diante dela, mas chamava-a para frente. Ela apertou o cabo de sua mala com mais força, nervos tremulando em seu estômago.

Onde diabos ela deveria começar?