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Kaerus: A Caçada dos pesadelos

🇧🇷Deanee
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Synopsis
Blair é perseguida por pesadelos desde criança, sempre com um homem mascarado aterrorizando seus sonhos. Na universidade, esses pesadelos se tornam realidade. Uma estudante é assassinada, e a morte é apenas o começo de uma série de crimes que assombram o campus. Blair se cruza com Lucian, um estudante enigmático que guarda segredos sombrios. Enquanto luta para desvendar os assassinatos, lida com os segredos escondidos sobre sua própria identidade.
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Chapter 1 - A primeira vítima

Capítulo um

O salão estava cheio de estudantes, todos focados em suas próprias conversas. A música tocava ao fundo, mas eu mal conseguia me concentrar nela.

Aelin virou-se para mim com um sorriso.

— Vou pegar uma bebida para nós. Já volto! — disse ela, se esquivando entre a multidão.

Fiquei sozinha, observando as pessoas. Meus olhos se fixaram em um garoto de cabelos ondulados e castanhos, com olhos âmbar que pareciam brilhar sob as luzes da festa. Ele estava encostado em uma coluna, observando tudo com um olhar distante e concentrado em seus pensamentos.

Aquele olhar me pareceu familiar, mas não conseguia lembrar de onde o conhecia.

Uma garota ao lado dele notou minha presença e se aproximou, com um sorriso gentil.

— Ah, oi! Você deve ser Blair Waldorf? — disse ela, estendendo a mão para mim.

Desviei meus olhos do garoto e encarei a garota que falava comigo.

— Ah... Sim... — respondi, um pouco sem graça.

— Eu sou Cléo! É um prazer conhecer você. Vem, vou te apresentar a eles! — disse ela, me puxando para o grupo sem esperar minha resposta.

— Pessoal, essa é a Blair.

— Eu sou Médéric, o namorado da Cléo — disse um garoto ao lado de Cleo.

— E eu sou Davy. É um prazer conhecer a irmã do professor mais falado dessa universidade! — disse outro garoto, com um sorriso gentil.

"Mais falado? Não imaginava que seria conhecida por causa do meu irmão.".

— Esse calado no mundo da lua é o Lucian — Disse Davy, apontando para o garoto que eu havia notado antes de me aproximar deles.

— Não precisa me apresentar — Lucian interrompeu, com um ar de tédio, enquanto se mantinha encostado na coluna. — Tenho outras coisas mais importantes para me preocupar do que apresentações com esse tipo de pessoa.

"Esse tipo de pessoa?!"

Antes que eu pudesse me irritar com a grosseria dele, um grito ecoou do lado de fora, cortando o barulho da festa.

Meu corpo reagiu antes mesmo de eu entender, e me vi sendo arrastada pela multidão que se movimentava para fora rapidamente.

Aelin apareceu ao meu lado, segurando as bebidas. Assim que chegamos ao gramado, ela parou bruscamente e deixou tudo cair no chão.

Os copos rolaram para longe, derramando o conteúdo na grama, mas ninguém prestava atenção nisso. Nem eu. Meus olhos estavam fixos na cena à frente.

Uma garota estava caída, a grama ao redor dela coberta de vermelho, o sangue absorvido pela terra. No seu peito, um buraco, como se algo tivesse sido arrancado com brutalidade.

Mas... não havia nada ali. Nenhuma arma, nenhum objeto que explicasse aquilo. Só o corpo imóvel, pálido, com um olhar congelado de puro pavor e coberto de sangue.

— Blair... — Aelin sussurrou ao meu lado, a voz tremendo.

Antes que eu pudesse reagir, ela me puxou para trás, quase me fazendo tropeçar.

— Aelin, calma! O que está acontecendo? — perguntei, confusa e apavorada.

"Quem fez isso? Como alguém... faz algo assim?"

A cena era um verdadeiro caos. Alguns estavam apavorados, com as mãos na boca e os olhos arregalados. Outros quase vomitavam, afastando-se com expressões de puro horror.

Aelin, com o rosto pálido, foi uma das primeiras a se virar e correr, incapaz de suportar a visão. Outros, impacientes com a tragédia, passavam pela multidão, querendo ir embora o mais rápido possível.

Havia quem, de forma inusitada, tirasse fotos do corpo, registrando o momento macabro com seus celulares, como se a cena fosse algo incrível. Outros, mais sensatos, ligavam para a ambulância ou a polícia.

Enquanto isso, os amigos de Lucian observavam a cena sérios, com os rostos inexpressivos, como se estivessem esperando algo, mas não ousavam dar um passo em direção ao corpo.

Lucian, por sua vez, foi o único que se aproximou de fato, se abaixando perto da garota, como se estivesse buscando alguma resposta que já sabia ou queria achar.

Meu coração batia forte no peito, uma mistura de medo e confusão.

"Ela está morta..." pensei. "Ela está morta, e eu... eu vi isso antes... em meu sonho, em meu pesadelo."

De repente, me encontrei em um baile, onde as figuras ao meu redor usavam máscaras que escondiam completamente seus rostos. Havia algo de inquietante nessas máscaras, como se escondessem segredos. A música lenta que preenchia o ambiente me deixava inquieta.

Abruptamente, todo mundo sumiu, deixando-me cara a cara com o homem mascarado dos meus pesadelos. Ele estava ali, olhos alaranjados brilhando intensamente. Seu olhar não era nada amigável, e eu sabia que deveria correr. Mas meu corpo estava paralisado. Ele deu um passo à frente, sem desviar os olhos de mim. Suas mãos estavam vazias, sem a habitual adaga.

Estranhamente, aquele pesadelo não parecia ser irreal. Era como se ele estivesse realmente ali, diante de mim. Agora, tão próximo, eu podia sentir sua respiração pesada. Meu coração disparou, e, no mesmo instante, vi um olhar divertido em seus olhos sombrios.

Ele inclinou o rosto em direção ao meu pescoço, e meu corpo tremeu instantaneamente ao sentir suas respirações mais pesadas e estranhas. Sua boca parou junto ao meu ouvido, e pela primeira vez, ouvi a voz do mascarado.

— Você vai pagar caro Blair Waldorf...— aquela voz disse, fazendo-me tremer ainda mais.

De repente, despertei. Estava deitada na minha cama, com os raios de sol entrando pelas janelas. Olhei ao redor e percebi que estava sozinha. Meus pensamentos não conseguiam parar de divagar, sempre voltando para o homicídio de ontem.

A jovem... uma caloura. Ela mal tinha chegado à faculdade. Agora, as autoridades estavam em todos os cantos, ninguém podia sair, e tudo estava sendo investigado. Hoje, começariam os depoimentos, um por um.

Não saía da minha cabeça a imagem. Ela no chão, o sangue manchando a grama ao redor, aquela cavidade no peito. Toda vez que fechava os olhos, era como se eu estivesse lá de novo, olhando para ela.

Saí do quarto e me dirigi para os corredores da universidade, me levando mais perto da fila para o interrogatório.

"Onde estará Aelin?", pensei.

A minha melhor amiga tinha desaparecido depois do crime, após correr. Eu estava tão perdida em meus pensamentos que não me liguei de procurar ela. Quando entrei no quarto, o sono havia me pegado.

"Que droga, que tipo de melhor amiga sou eu?"

Entrei na fila enorme à minha frente, e o som de passos atrás de mim me fez me virar instintivamente. Era Lucian, com seus amigos ao lado. Os amigos dele estavam em silêncio, seus rostos sérios. Já ele, porém, estava com os olhos fixos em mim, com um olhar que eu não sabia dizer como era.

Me virei de volta quando escutei os alunos na fila acusando várias pessoas aleatórias.

— Acho que foi aquele cara estranho que vive saindo no meio das aulas de mansinho... — disse um garoto.

— Ou será que foi aquela garota que não anda com ninguém? — disse uma garota.

— Eu acho que foi aquele cara que pediu o número dela e ela não quis dar! — disse outra garota.

A garota que estava na minha frente na fila se virou para mim com um olhar acusador.

— Seu irmão ficou bem próximo da garota morta — ela disse, sua voz baixa e ameaçadora. — Ele estava sempre com ela, não estava?

O meu coração começou a bater descontroladamente. A acusação me pegou de surpresa.

"Ela está acusando o meu irmão? Quem ela pensa que é? E como eu poderia dizer se ele estava sempre com ela? Eu mal tinha chegado na universidade! Eu não conheço nada dessa universidade! E muito menos a vítima!"

Antes que eu pudesse dizer uma palavra, Lucian disse.

— Chega! — sua voz firme e ameaçadora. — Vocês estão me dando nos nervos com essa história de apontar o dedo para todo mundo. Se continuarem assim, acreditando em boatos e acusando sem provas, quem vai se dar mal são vocês. Cuidado para não se tornarem o próximo alvo.

Os alunos se encolheram, seus rostos pálidos. A garota se virou para frente novamente com um olhar aterrorizado. A acusação contra meu irmão pareceu se dissolver no ar.

Meus olhos foram para Lucian, instintivamente. Ele estava com os olhos fixos na fila, com um olhar que poderia assustar qualquer um.

"Por que ele fez isso?", pensei, confusa.

Como se pudesse ler meus pensamentos, seus olhos desceram para mim, mas agora seus olhos não estavam mais assustadores, e sim relaxados."

— O... obrigada! — sussurrei.

— Você não precisa me agradecer por nada, garota. Não fiz por você. — Sua voz era seca e arrogante.