Atravessando a Floresta de Eldwyn, o grupo entrou em uma região de colinas áridas. O ar ali parecia mais pesado, como se algo invisível drenasse a energia ao redor. À distância, uma cadeia de montanhas erguia-se contra o horizonte, suas encostas obscurecidas por névoas escuras.
"Estamos nos aproximando de Eldoria," anunciou Elara, com o olhar fixo nas montanhas. "O ar carregado que você sente é o resultado da corrupção de Zarathor."
Arthur apertou o punho da espada. O nome do Rei Demônio soava como um trovão em sua mente. Ele sabia que cada passo os aproximava de um confronto inevitável.
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O Vilarejo Fantasma
No meio do caminho, encontraram um vilarejo abandonado. As casas estavam em ruínas, as janelas quebradas e as portas penduradas por um fio. Restos de utensílios e móveis estavam espalhados pelas ruas, como se os habitantes tivessem partido às pressas.
"O que aconteceu aqui?" perguntou Arthur, observando o cenário desolado.
Kael apontou para marcas negras nas paredes. "Isso é obra dos emissários de Zarathor. Eles atacam vilarejos como este para espalhar medo e destruir qualquer resistência."
Elara acrescentou: "Alguns dizem que as almas daqueles que viveram aqui ainda vagam, presas entre este mundo e o próximo."
Arthur sentiu um arrepio. As histórias do Brasil sobre lugares assombrados pareciam brincadeiras infantis comparadas ao que estava vendo.
Enquanto exploravam, Lyra encontrou um amuleto brilhante preso a um pedaço de madeira. Ela o pegou, examinando-o cuidadosamente.
"Este amuleto é mágico," disse ela. "Pode ter pertencido a alguém que tentou proteger o vilarejo. Talvez ainda possamos usar o que restou de sua magia."
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Os Espíritos Perdidos
Quando a noite caiu, o grupo decidiu acampar nas proximidades do vilarejo. Arthur, inquieto, ficou encarregado da primeira vigília. Ele sentou-se próximo à fogueira, olhando para o céu encoberto.
Foi então que ouviu um som – um sussurro fraco, como vento passando por folhas secas. Olhando ao redor, viu figuras translúcidas emergindo das ruínas. Eram os antigos habitantes, suas formas espectrais ainda exibindo traços de quem haviam sido em vida.
Arthur sacou sua espada, mas hesitou. Eles não pareciam agressivos, apenas... perdidos.
Uma das figuras aproximou-se, uma mulher com um olhar vazio. Quando abriu a boca, sua voz era um eco distante.
"Ajudem-nos..."
O resto do grupo foi despertado pelos sons. Elara levantou-se rapidamente, segurando um cristal em sua mão.
"São os espíritos do vilarejo," disse ela. "Eles não podem descansar enquanto a corrupção de Zarathor estiver tão próxima."
Arthur deu um passo à frente. "O que podemos fazer por eles?"
Elara olhou para o amuleto que Lyra havia encontrado. "Com isso, podemos purificar a área. Mas será perigoso."
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O Ritual de Purificação
Elara traçou um círculo mágico no chão com a ajuda de Lyra, enquanto Kael preparava-se para defender o grupo caso algo saísse errado. Arthur foi encarregado de posicionar o amuleto no centro do círculo.
Quando o ritual começou, o ar ao redor tornou-se mais pesado. O chão parecia vibrar, e uma luz azul emanava do amuleto.
No entanto, o ato de purificação atraiu algo – uma criatura sombria emergiu das ruínas. Era alta, com um corpo retorcido e olhos brilhantes como brasas.
"Um corruptor," disse Kael, desembainhando sua espada. "Cuidado, Arthur. Ele se alimenta de medo e hesitação."
Arthur engoliu em seco, lembrando-se de sua luta no labirinto. Ele sabia que essa criatura era diferente, mais real e perigosa.
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A Luta Contra o Corruptor
A criatura avançou com rapidez surpreendente, suas garras rasgando o ar. Arthur desviou por pouco, sua espada encontrando a do monstro em um choque que fez faíscas voarem.
"Concentre-se!" gritou Kael, atacando o monstro de lado.
Arthur começou a coordenar seus movimentos com os de Kael, estudando os padrões da criatura. Ela parecia ganhar força cada vez que eles hesitavam, tornando-se mais rápida e agressiva.
Lembrando-se das lições de Lyra, Arthur tentou canalizar a energia ao seu redor. Ele sentiu o fluxo da magia, como na Floresta de Eldwyn, e concentrou-a em sua espada.
Com um golpe carregado de energia, Arthur atingiu a criatura no centro de seu peito. Um grito ecoou pela noite enquanto o monstro se dissipava em sombras.
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O Fim do Ritual
Com o corruptor derrotado, o ritual foi concluído. A luz do amuleto expandiu-se, cobrindo o vilarejo com um brilho suave. Os espíritos, antes inquietos, começaram a desaparecer, sussurrando palavras de gratidão.
Arthur caiu de joelhos, exausto. Elara aproximou-se, colocando uma mão em seu ombro.
"Você fez bem, Arthur. Cada vitória como esta nos aproxima do nosso objetivo."
Lyra guardou o amuleto, agora apagado. "Há mais corrupção neste mundo do que imaginamos. Mas, pelo menos aqui, a paz foi restaurada."
Kael ajudou Arthur a se levantar. "Você está aprendendo. Mas ainda precisa melhorar. Zarathor será muito pior do que qualquer coisa que enfrentamos até agora."
Arthur assentiu, sentindo o peso dessas palavras. Enquanto seguiam para o próximo destino, ele olhou para o vilarejo agora silencioso, jurando que não deixaria mais lugares como aquele serem destruídos pelo Rei Demônio.
A jornada continuava, e Arthur sabia que estava longe de estar pronto. Mas, ao mesmo tempo, sentia que algo dentro dele mudava – uma força crescente, alimentada não apenas por magia, mas pela determinação de proteger aquele mundo.