O dia começou como qualquer outro para Helena. As primeiras luzes do sol atravessaram as janelas da pequena cabana de madeira, iluminando os vestígios simples de sua vida como camponesa. Ela amarrou o avental gasto em volta da cintura e saiu para cuidar das tarefas diárias. Seu vilarejo, Eryndor, era pacato e isolado, situado entre colinas verdejantes, e cercado por uma floresta que parecia esconder segredos de eras passadas.
Enquanto recolhia água do poço central, ouviu murmúrios entre os aldeões. O exército do rei usurpador, conhecido por saquear Vilas sob o pretexto de "recolher tributos", estava marchando na direção de Eryndor. Um arrepio percorreu a espinha de Helena ela sabia o que isso significava: destruição e sofrimento.
Ainda assim, tentou afastar o pensamento enquanto se dirigía para a floresta era sua parte favorita do dia. A tranquilidade das árvores altas, o canto dos pássaros e o aroma da terra úmida lhe traziam um raro conforto. Porém, naquele dia, algo parecia diferente. O ar estava pesado e um estranho silêncio pairava entre as árvores.
Enquanto colhia as ervas, Helena tropeçou em algo enterrado no solo. Era um objeto metálico, coberto por musgo e terra. Intrigada, ela limpou a superfície com as mãos, revelando um artefato dourado com símbolos que brilhavam levemente. Um estranho calor irradiava dele, pulsando como se estivesse vivo.
Assim que o tocou, uma visão tomou conta de sua mente. Ela viu um grande salão de pedras, repleto de dragões imponentes e cavaleiros ajoelhados diante de um trono vazio. Ouviu vozes distantes chamando por
"Rainha Elenara", um nome que soava familiar e estranho ao mesmo tempo. O vislumbre desapareceu tão rápido quanto veio, deixando Helena ofegante e confusa.
Ela guardou o artefato em sua bolsa, decidida a mostrá-lo a um ancião do vilarejo que conhecia histórias antigas. Porém, ao retornar, deparou-se com o caos. O exército do rei usurpador havia chegado, e as casas estavam sendo queimadas. Gritos de desespero ecoavam enquanto soldados saqueavam tudo ao seu alcance.
Helena correu para sua casa, mas foi tarde demais. Sua mãe estava caída no chão, desmaiada, e sua pequena cabana estava em chamas. Com lágrimas nós olhos, Helena tentou arrastar a mãe Lara fora, mas os soldados a viram.
"Deixe-a!( Gritou um dos homens, puxando Helena pelo braço.)
Ela resistiu, mas um golpe no rosto a fez cair no chão. O artefato dourado escorregou de sua bolsa e rolou para perto dos soldados. Quando um deles tentou pegá-lo, um raio de luz brilhou, empurrando o homem para trás.
"O que e isso? ( Perguntou o soldado, assustado)
Helena, ainda atordoada, aproveitou a confusão para pegar o artefato novamente e fugir para a floresta, deixando para trás tudo o que conhecia. Lá, sozinha e desesperada, ela prometeu descobrir a verdade sobre o artefato e a visão que tivera.
Mal sabia ela que aquele seria o início de uma jornada que mudaria não apenas seu destino, mas o de todo o reino.