Após colocar as sacolas na mesa da cozinha, decidiu ir ao cyber café.
Mas antes disso... Teve que organizar seu quarto.
18:30 no relógio de parede.
(Pensou, enquanto um suspirava): "Caramba... o tempo passou rápido."
(O cansaço após arrumar seu quarto pesava em seus ombros, mas havia uma leve satisfação em ver tudo organizado): "Pelo menos já acabei, tava uma bagunça."
[Com um gesto rápido, começou a colocar algumas roupas por cima da cama, cada peça representando um fragmento de seu estilo.]
"Já que tô sem PC no momento, vou jogar um pouco na Syber Café." A ideia de escapar da realidade parecia cada vez mais tentadora.
[Vestiu rapidamente um moletom branco e calçou um par de tênis. Colocou o dinheiro no bolso e saiu de casa.]
(Murmurou para si mesmo): Vamo bora!
Enquanto caminhava, as luzes da cidade começavam a acender, criando um contraste com o céu escuro.
Algumas reflexões vieram em mente.
"Em tempos de aulas, quando não se é bom em nenhuma matéria você acaba focando em outras coisas," refletiu ele, virando a esquina.
"Eu passava a maior parte do tempo tendo despersonalização durante as aulas. Perdia completamente todas as noções, a minha atenção estava longe."
[Passando por lojas ainda abertas.]
O cheiro de comida de rua misturava-se ao aroma de café fresco que flutuava no ar.
"Entre humanas e exatas, sou o que cria cenários irreais com todo e qualquer tipo de probabilidade nos eventos internos."
"Essa habilidade de imaginar situações alternativos era tanto uma sensação de liberdade quanto uma prisão."
[Continuou seu caminho, sentindo-se cada vez mais introspectivo.]
"Isso teve um preço alto para mim." Pensou sobre seu aspecto social - ou a falta dela.
"Me tornei antissocial voluntariamente? É... acho que sim."
(A ideia o incomodava): "Não me dou bem em lugares com tantas presenças ao meu redor."
Lembranças da escola vieram à tona: os olhares curiosos dos colegas e as conversas superficiais que nunca pareciam levar a lugar algum.
"Nunca fui de ser sociável," admitiu para si mesmo, "mas quando não se tem jeito, acabo sendo." A dicotomia interna entre querer se conectar e temer a rejeição era exaustiva.
[Parando em frente a uma faixa, observou o semáforo mudar para verde.]
"Olhando para um lado desiludido," pensou ele, "todos são superficiais demais."
(Em expressão vazia): "É como se as pessoas não existissem fora da internet - meras sombras vagando pelas ruas iluminadas."
[Trânsito circulava ao seu redor.]
"O uso de rede social excessiva pelo entretenimento, comunicação, status, trabalho, validação. Tem seu risco determinante como um zumbi moderno.
Perceber como isso afetava gerações é deprimente."
O sinal mudou para vermelho.
[Atravessou a faixa.]
"Já eu," ponderando ele, "uso jogos eletrônicos como uma droga virtual." Era uma comparação que o fazia sorrir ironicamente.
"E não, isso não me faz muito diferente de alguém que gasta seu tempo usando Instagram."
Ele notou que todos eram consumidores de algo que não existia fisicamente - seja em forma de likes ou pontos em um jogo. "De uma certa forma, sou apenas mais um na multidão."
O cyber café estava à vista.
Ao chegar, notou a fachada iluminada com um letreiro neon piscante. Dava para ouvir o barulho dos teclados e risadas vindas de dentro.
[Ariu a porta, e um sino suave anunciou sua entrada.]
Sentindo-se um pouco deslocado. O ambiente estava cheio de pessoas, rindo e conversando animadamente. Ele sempre foi mais reservado, acostumado a jogar sozinho em casa, e a presença de tantos estranhos o deixava um pouco inquieto.
[Se dirigiu ao balcão, onde uma atendente jovem, com cabelos coloridos e um sorriso acolhedor, o cumprimentou.]
Atendente: Boa noite! O que você vai querer? (Olhou para ele com curiosidade, como se tentasse decifrar seu estado de espírito.)
Kentsu: Oi! Vou querer uma hora de acesso e um café, por favor." (Falou rapidamente, tentando não parecer tímido.)
Atendente: Claro! Vai ser R$15 no total. (Digitou rapidamente no caixa.) Você é novo por aqui? Não te vi antes.
Kentsu: É, eu costumo jogar em casa. (Hesitou um pouco antes de continuar.) Hoje resolvi sair um pouco.
Atendente: Entendi! Às vezes é bom mudar de ambiente. Aqui é bem legal para relaxar e jogar com os amigos. (Ela sorriu, tentando puxar conversa.)
Kentsu apenas assentiu, sentindo-se um pouco mais à vontade enquanto pagava.
Ele pegou o cartão para acessar o computador e se afastou para encontrar uma mesa.