O céu sobre Seireitei estava tingido de um cinza opaco, um reflexo do clima tenso que pairava sobre os corredores do Gotei 13. Mensageiros iam e vinham às pressas, entregando informações sobre a invasão de Aizen em Karakura. A confirmação de que Aizen, junto com seus Espadas, havia iniciado um ataque direto ao mundo humano alarmou toda a Soul Society.
Entre os capitães, o clima era de determinação, mas também de urgência. Shunsui Kyoraku, sempre tão descontraído, tinha uma expressão séria, enquanto Jūshirō Ukitake discutia estratégias ao lado de outros oficiais. Até mesmo o Capitão-Comandante Genryūsai Shigekuni Yamamoto havia convocado os líderes das divisões restantes para uma reunião emergencial.
No centro disso tudo, Keiyon, o capitão da Quinta Divisão, permanecia em silêncio, observando os preparativos enquanto cumpria suas tarefas sob rígida supervisão. A punição que ele havia aceitado voluntariamente para proteger Ichigo e os outros ainda pesava sobre ele, mas seu espírito continuava inquebrável. Agora, mais do que nunca, ele sabia que precisava estar pronto para o que estava por vir.
Keiyon caminhava pelos corredores da sede da Quinta Divisão, os olhos de outros shinigamis o seguindo com curiosidade ou hesitação. Muitos o respeitavam profundamente, mas sua recente "insubordinação" o tornara um ponto de discussão entre os oficiais mais rígidos. Ele sabia disso, mas não deixou transparecer nenhum sinal de fraqueza.
Enquanto revia relatórios de missões anteriores, ele foi interrompido pela chegada de sua namorada, Aya Tsubaki, uma oficial da Terceira Divisão. Ela estava visivelmente preocupada, mas mantinha a compostura.
— "Keiyon," — disse ela, entrando na sala. — "Acabei de ouvir sobre a invasão. Você sabe o que isso significa, certo?"
Keiyon suspirou, colocando o pergaminho de lado.
— "Significa que a Soul Society finalmente percebeu o que eu já sabia: Aizen não está apenas tentando destruir, ele está arquitetando algo maior. Essa invasão é mais do que parece."
Aya hesitou antes de se aproximar, sua mão pousando gentilmente no ombro dele.
— "E você? Você vai se juntar à luta?"
Ele balançou a cabeça lentamente.
— "Ainda estou sob supervisão, mas se as coisas saírem do controle, Yamamoto não terá escolha a não ser mobilizar todos nós. Isso inclui até mesmo a mim."
Aya olhou para ele por um momento, sua expressão suavizando.
— "Eu sei que você fará o que é certo, Keiyon. Você sempre faz."
No salão principal, Yamamoto estava de pé diante dos capitães reunidos, sua presença tão imponente quanto uma montanha. Ao seu redor estavam Byakuya Kuchiki, Soifon, Shunsui, Ukitake, Mayuri Kurotsuchi, e outros que ainda não haviam sido enviados ao mundo humano. A tensão era palpável.
— "Aizen finalmente fez sua jogada," — disse Yamamoto, sua voz grave ecoando pelo salão. — "Ele levou sua guerra diretamente para o mundo humano, em Karakura. Os capitães que já estão lá enfrentam os Espadas em combate, mas isso não será suficiente. É hora de mobilizarmos todas as forças restantes."
Byakuya, sempre calmo e calculado, falou primeiro.
— "Aizen subestimou o Gotei 13 antes. Não cometeremos o mesmo erro que ele. Se formos em força total, poderemos eliminá-lo e suas forças de uma vez por todas."
Soifon, ao lado dele, concordou com um aceno de cabeça, embora seus olhos refletissem cautela.
— "Não podemos ignorar a possibilidade de que isso seja uma distração para algo maior. Precisamos manter uma presença aqui, caso Aizen tenha outros planos em andamento."
Yamamoto assentiu lentamente.
— "Isso já foi considerado. Um contingente permanecerá em Seireitei para proteger a Soul Society. No entanto, os capitães restantes partirão para o mundo humano imediatamente. Não permitiremos que Aizen prossiga com seus planos."
Ele então se virou para Keiyon, que havia sido chamado para a reunião, embora não fosse permitido falar.
— "Keiyon, suas ações recentes colocaram em questão sua lealdade, mas, considerando sua força e conhecimento sobre Aizen, você irá connosco. No entanto, ainda estará sob supervisão até que essa guerra termine."
Keiyon fez uma reverência profunda.
— "Entendido, Capitão-Comandante. Não decepcionarei a Soul Society."
Enquanto isso, em Karakura, o cenário era de pura devastação. A cidade havia se transformado em um campo de batalha colossal, com explosões de reiatsu rasgando o ar em todas as direções. Os capitães que já estavam lá, como Kenpachi Zaraki, Hitsugaya Toshiro, e Rangiku Matsumoto, enfrentavam Espadas com ferocidade, mas a luta estava longe de ser fácil.
Kenpachi estava no meio de uma batalha titânica com Nnoitra Gilga, o Quinto Espada. Ambos riam enquanto trocavam golpes brutais, suas espadas colidindo com força suficiente para abrir crateras no solo.
— "Você realmente gosta disso, hein?" — zombou Nnoitra, girando sua imensa arma. — "Mas não pense que pode me derrotar tão facilmente, shinigami."
Kenpachi apenas sorriu, ajustando seu tapa-olho.
— "Fácil? Eu espero que você não morra tão rápido, ou isso vai ficar chato."
Em outra parte da cidade, Hitsugaya enfrentava Harribel, o Terceiro Espada, em um confronto gelado. Seus ataques de gelo eram bloqueados por suas lâminas de água, criando uma dança mortal no ar.
— "Você é forte," — admitiu Harribel, sua voz calma. — "Mas não o suficiente para me deter."
— "Veremos sobre isso," — respondeu Hitsugaya, aumentando a intensidade de sua Bankai.
Enquanto isso, Rukia e Renji enfrentavam Aaroniero Arruruerie, o Nono Espada, cuja habilidade de consumir e replicar almas estava colocando ambos em perigo.
Quando tudo parecia estar à beira do colapso, os céus de Karakura se abriram novamente, desta vez revelando um Senkaimon. Dele, Yamamoto surgiu, liderando os capitães restantes e um exército de shinigamis de alto nível. Suas presenças fizeram o campo de batalha parar por um breve momento, enquanto todos os olhos se voltavam para eles.
Aizen, ainda observando tudo com seu sorriso enigmático, ergueu uma sobrancelha, como se estivesse satisfeito.
— "Ah, então o Gotei 13 finalmente decidiu reunir suas forças. Isso deve tornar as coisas mais interessantes," — murmurou ele.
Gin, ao seu lado, inclinou a cabeça.
— "Eles certamente não estão facilitando para nós, Aizen. Mas acho que você já esperava por isso, não é?"
Aizen apenas sorriu.
No campo de batalha, Keiyon sentiu a pressão esmagadora de reiatsu ao lado de seus companheiros capitães. Ele sabia que, embora tivessem reforços, a verdadeira luta estava apenas começando. O destino de Karakura, da Soul Society e talvez do próprio universo dependia do que aconteceria nas próximas horas.