Aquele homem, Murilo Andrade, lançou um olhar a Vinícius e, percebendo que este não se opunha a que cumprimentasse Helena, estendeu a mão direita de forma simbólica e cumprimentou ela, se apresentando:
- Cunhada, prazer em conhecê-la, meu nome é Murilo, sou amigo do Sr. Vinícius.
Helena sorriu e disse:
- Sr. Murilo, pode me chamar de Helena.
Murilo lançou outro olhar a Vinícius, insistindo em chamar Helena de cunhada.
Não conseguindo fazer com que ele mudasse de ideia, Helena também não insistiu mais.
Murilo os conduziu para dentro e, enquanto caminhavam, disse a Vinícius:
- Nunca imaginei que teria a chance de cuidar do seu casamento. Que sorte incrível! Achei que, depois que a Nicole partiu, você se tornaria uma pessoa que jamais se casaria.
Helena arregalou os ouvidos, captando a fofoca.
Nicole? A pessoa que o Sr. Vinícius gostava?
Quando ela perguntou, por que ele disse que não tinha namorada?
Vinícius ainda não tinha respondido e Murilo, se lembrando de que Helena estava presente, se apressou em explicar:
- Cunhada, não interprete mal o Sr. Vinícius. O que aconteceu entre ele e a Nicole foi coisa de muitos anos atrás. - Murilo fez uma pausa e continuou. - Na verdade, eles são apenas amigos que cresceram juntos. Nicole foi para o exterior, há dez anos, e só retorna uma vez a cada poucos anos.
Helena sorriu generosamente:
- Eu não me importo.
Ela estava fingindo ser esposa do presidente de Vinícius para parar os incômodos de sua mãe, que a pressionava a se casar e a forçava a ir em encontros, buscando finalmente ter uma vida tranquila.
Quanto ao fato de Vinícius ter ou não alguém que gostasse no passado ou no presente, isso realmente não a preocupava.
Para um homem tão excelente quanto Vinícius, seria estranho se não houvesse mulheres que gostassem dele.
Murilo percebeu que Helena realmente não se importava e finalmente respirou aliviado, se repreendendo por ter falado demais, até mesmo trazendo à tona Nicole Freitas.
Dentro de seu círculo de amizades, todos sabiam que Nicole e Vinícius cresceram juntos.
Nicole se apaixonou por Vinícius quando compreendeu o que era amor pela primeira vez, e todos pensavam que eles se tornariam um casal feliz.
Contudo, dez anos atrás, Nicole partiu subitamente para outro país.
Quando perguntaram a Nicole, ela não respondeu; quando perguntaram a Vinícius, ele disse que Nicole era uma pessoa independente e que para onde ela queria ir não tinha relação com ele.
Quando Murilo mencionou Nicole, Vinícius também olhou para Helena, com uma pitada de nervosismo escondida no fundo dos olhos, mas a atenção dela não estava nele, então não percebeu a mudança em seu olhar.
Vendo que Helena era compreensiva e não levava a mal, Vinícius secretamente soltou um suspiro de alívio.
Em seguida, lançou a Murilo um olhar severo, o advertindo com os olhos que, se falasse demais, ele iria arrancar a língua de Murilo, verdadeiramente uma pessoa que falava sem pensar.
Murilo sorriu constrangido, reconhecendo que tinha falado sem pensar, e implorou por misericórdia.
Depois disso, mesmo estando muito curioso sobre quando Vinícius e Helena haviam começado, ele não ousou fazer mais perguntas, temendo dizer algo que não deveria.
Vinícius, que já contava com vinte e nove anos, nunca havia tido um namoro oficial (Nicole gostava dele, mas Vinícius nunca admitiu que ele e Nicole formassem um casal).
Todos no seu círculo pensavam que Vinícius não se saía bem em assuntos amorosos, mas, de repente, sem dizer nada a ninguém, eles se dirigiram ao cartório para registrar um casamento.
Que segredo bem guardado! Sob a testemunha de Murilo, Vinícius e Helena conseguiram obter com sucesso a certidão de casamento.
Murilo ainda quis acompanhar o casal recém-casado até o exterior, mas Vinícius recusou a oferta, e Murilo só pôde dizer a Helena:
- Cunhada, quando tiverem tempo, venham nos visitar em casa, minha esposa do presidente definitivamente gostaria de fazer amizade com você.
Helena respondeu educadamente:
- Claro.
- Então, tchau, não os acompanharei até lá fora. - Disse Murilo, que, apesar de afirmar que não iria acompanhá-los, ainda assim os seguiu por um trecho, e, aproveitando um momento em que Helena estava distraída, deu secretamente um soco em Vinícius, sussurrando. - Vocês têm que nos convidar para jantar amanhã, escondendo esse tipo de coisa de nós.
Vinícius respondeu em tom baixo:
- Amanhã tenho um encontro com os pais dela, não estarei livre.
Murilo:
"Nem conheceu os pais e já foram registrar o casamento, seria um casamento relâmpago? Agora, pensando nisso, foram fazer o procedimento juntos, e a noiva nem sequer tinha a identidade consigo, apesar de terem um atestado da delegacia, ainda é evidente que decidiram obter a certidão de forma apressada."
Murilo, como se tivesse descoberto algo extremamente inusitado, ficou surpreso que Vinícius pudesse ter um casamento tão repentino! Infelizmente, mesmo que tivesse muitas dúvidas, Vinícius não lhe deu chance de perguntar mais.
Depois de entrarem no carro, Vinícius perguntou a Helena, com uma voz suave:
- Quer ir comer algo? Ou prefere que a leve de volta à cafeteria?
Helena, abrindo sua certidão de casamento e olhando para a foto dela e de Vinícius juntos, e sem levantar a cabeça após ouvir a pergunta de Vinícius, respondeu:
- Apenas me leve de volta à loja, lá tem comida.
Vinícius sorriu:
- Certo.
Após fechar a certidão de casamento, Helena, enquanto guardava a certidão no bolso de suas calças, disse, rindo:
- Vinícius, nunca imaginei que me casaria com você.
- De agora em diante, me chame de Vini ou marido, para não levantar suspeitas. - Vinícius a corrigiu prontamente sobre como ela o chamava, independentemente do motivo pelo qual haviam obtido a certidão de casamento, agora eram legalmente marido e mulher, e ele não queria mais ser chamado de Sr. Vinícius por ela.
Observando o rosto bonito dela, seu sorriso natural e brilhante fez Vinícius sorrir também:
- Eu também nunca imaginei que minha esposa do presidente seria você.
Apesar de ser um casamento relâmpago, Vinícius não se arrependia nem um pouco.
- Vini, estamos apenas fingindo; é melhor você me chamar de Helena, por favor, não me chame de esposa do presidente.
Vinícius não se ofendeu, mas perguntou:
- E na frente da sua família, também não posso te chamar de esposa do presidente?
Helena pausou por um momento antes de responder:
- Tente evitar, soa muito meloso.
- Certo. - Vinícius ligou o carro e o pôs em movimento.
Minutos depois, perguntou a Helena:
- Onde você mora? Hoje à noite me mudo para a sua casa para vivermos juntos.
- O quê?
Vinícius a lembrou:
- Você disse que me pagaria cinco mil por mês, além de moradia e alimentação, e também duas mudas de roupas para cada estação.
Já que estava tudo incluído, claro que ele se mudaria para viver com ela.
Helena ficou incrivelmente sem palavras:
- Você não mora no Condomínio Estrela? O ambiente lá é muito bom, minha moradia certamente não é melhor que a do Condomínio Estrela.
- Você mesma disse que o aluguel do Condomínio Estrela é caro. Embora eu possa pagar, agora sou um homem casado, preciso economizar um pouco, não é? - Vinícius fez uma pausa antes de continuar. - Me mudar para o seu lugar, além de estar seguindo nosso acordo, também ajudaria a economizar no meu aluguel.
Helena não conseguiu refutar, afinal, foi ela quem, para seduzi-lo a fingir ser seu namorado, elaborou tal acordo; agora, parecia que ela criou problemas para si mesma:
- Eu moro em um apartamento de um quarto e uma sala, não muito longe da minha cafeteria, apenas a dois ou três minutos a pé. Atualmente, estou vivendo no quarto. Vini, se você se mudar para lá, terá que dormir na sala de estar.
Enquanto dirigia, Vinícius riu e disse:
- Se isso vai economizar dinheiro, dormir na sala não é problema. Ou então, se não me mudar, você poderia pagar o meu aluguel. Minha renda mensal, incluindo contas de água e eletricidade, é mais de dez mil.
Ao ouvir isso, Helena imediatamente disse:
- Você me leva de volta à loja, come alguma coisa lá, e então pode ir embora para desocupar seu lugar e se mudar.
Com um brilho nos olhos e um sorriso nos lábios, Vinícius respondeu:
- Certo.