Chereads / A Saga de Lunizs - Livro 1: O Alvorecer / Chapter 13 - Capítulo 12 - A Reunião

Chapter 13 - Capítulo 12 - A Reunião

— Hoje, estamos todos aqui reunidos para discutir assuntos extremamente importantes em relação ao destino das nossas nações, Redbad? Você tem a primeira fala entre nós — Dalton diz com autoridade.

— Obrigado, meu amigo. Quero agradecer a todos que aceitaram esse convite urgente e repentino, mas não sei se sabem, já fizemos o teste do dominador em todos os cidadãos do Reino da Planta e, infelizmente, não conseguimos encontrar o escolhido.

— Mas quem poderá ser? — Tok pergunta, confuso.

— Bem, o meu comandante me informou que um dos seus guardas recentes desapareceu, juntamente com sua amiga, sem motivos algum pelo sumiço. Os dois são da nação da Planta, e suas idades batem com o dia do dominador completando vinte anos — Dalton fala, pensativo.

— Perdão pela interrupção, mas uma amiga minha do Reino da Planta também desapareceu sem deixar rastros, e ela não tinha motivos para ter feito isso. Acredito, com todas as minhas forças, que ela foi sequestrada! — Don conta, bastante triste e com raiva.

— Esses três jovens têm alguma relação entre si? — Cristelme pergunta, curiosa. Então, o comandante da Terra pede licença e fala, dizendo:

— Sim, rainha Cristelme. A jovem Hélia, que é amiga do Rei Don, também é irmã da companheira do meu soldado Unises. Foram eles três que sumiram. Alguma relação eles têm em comum. Creio que o jovem Unises possa ser o dominador, pois ele nasceu no primeiro dia do primeiro mês do ano três mil e seiscentos. Ele me disse que, quando tocou no cristal, nada aconteceu, mas duvido de suas palavras agora.

— Hum... se não for ele, pode ser as duas irmãs, não é mesmo? — Pergunta Ociban, com um olhar julgador.

— Mas quem poderia ter sequestrado os três? Ninguém viu nada, nenhum soldado? — Raina pergunta, aflita e angustiada.

— Já entrevistamos nossos guardas que estavam de prontidão no dia. Eles não sabem de nada, muito menos viram algo suspeito — Don fala, desabafando.

— Os nossos também... — diz o comandante da Terra.

— Senhor Redbad? A Imperatriz Kolizeu acabou de chegar na companhia de sua guarda pessoal. Devemos permiti-la entrar? — Questiona o guarda real.

— Imperatriz Kolizeu, mas o que ela deseja conosco? — Redbad pergunta, confuso. — Peça para ela entrar, quero ouvi-la.

— Como ela se atreve a vir até aqui depois do que a sua nação fez contra o Reino da Terra? — Indaga Don, esbravecido.

— Boa tarde, senhores. Desculpem a minha chegada inesperada, mas tenho informações urgentes que são de seus interesses!

— Por favor, senhorita Kolizeu. Sente-se e nos explique — Redbad fala com gentileza.

— Bem, já devem saber que o Heigor pretende atacar o Reino do Trovão, e por isso devem ter feito essa reunião, não é mesmo? — Kolizeu fala, um pouco tensa.

— Sim, estamos discutindo sobre isso e outras coisas, mas conte-nos, o que tem a mais a nos dizer? — Dalton diz, apreensivo.

— É que o Heigor fez um tratado com o povo viking, e enquanto todos os cinco exércitos estão reunidos em um só lugar, na nação do Trovão, o exército viking irá dominar os cinco reinos e obrigar os cinco exércitos a se renderem. Caso não façam isso, o povo será destruído! — Kolizeu conta, desabafando e suspirando.

— Pelos espíritos! — dizem todos ao mesmo tempo.

— Eu vim me reunir a vocês, traindo a confiança do Heigor e trazendo comigo a minha guarda pessoal de cinquenta guerreiros habilidosos, totalmente treinados por mim há anos. Quero ajudá-los a vencer essa guerra iminente!

— Agora estou percebendo, você não é aquela mulher que me salvou de ser morta pelos mercenários? — Kira fala pela primeira vez durante toda a reunião.

— Sim, foi a única coisa que pude fazer naquela situação toda. Estou feliz que esteja bem — diz, abraçando Kira. — Meus pêsames pela morte do seu pai!

— Bom, essa atitude da Kolizeu nos mostra que ela realmente está disposta a nos ajudar contra o Heigor. Devemos dar a ela um voto de confiança pela ousadia — Dalton conta, esperançoso, e todos concordam.

No final da conversa, eles não sabiam bem o que fazer em relação ao sumiço dos três jovens. Era algo realmente difícil de ser desvendado, e mais ainda por não saberem quem teria tantas habilidades para fazer os três sumirem sem deixar rastros.

Eles tiraram a ideia da cabeça de que Heigor os teria em suas mãos, pois não ousaria atacar os cinco reinos se tivesse o dominador em sua posse. Mas isso deixava um questionamento muito grande: quem poderia ter feito os três desaparecer e como saberiam que um deles poderia ser o dominador? Isso estava incomodando até Kira, que era uma ótima pensadora e conseguia resolver muitos problemas com facilidade, mas era frustrante a situação.

Enquanto eles discutiam esses assuntos, bem distante dali, no território viking, Heigor desenrolava o seu verdadeiro plano contra os cinco reinos, ao lado do rei viking, chamado Grande Líder Hannibal.

Os líderes de Hannibal eram: Kanchom, seu braço direito, que comandava quatrocentos mil guerreiros do exército viking. Logo depois, Hácan, no comando de trezentos mil guerreiros. Depois, Tenglu, no comando de duzentos mil.

Em seguida, Dolaco, com cento e cinquenta mil, ao lado de Veltis, com cento e cinquenta mil também. E, por último, os quatro menos importantes: Mentilí, chamada mãe dos vikings, com cem mil guerreiros ao seu comando; Ginifu, com quarenta mil; e os dois jovens irmãos, Násvita e Vataipa, cada um com trinta mil guerreiros.

Com todos os guerreiros reunidos, davam em torno de dois milhões, o tão temido exército viking, conhecido como o maior povo que habitava por aquelas terras ao lado dos seis reinos.

Não era à toa que eles eram o inimigo número um das terras dos seis reinos, mas, por algum motivo, Heigor conseguiu uma aliança com o Grande Líder Hannibal, e ele iria conseguir colocar o seu tão sonhado plano em ação.

— Sente-se, Imperador Heigor. Como foi a viagem? — Hannibal diz, comendo um pedaço de carne crua. — Como pode ver, não tenho muita paciência, por isso estou comendo esse frango sem mesmo esperar ele terminar de assar — ele diz, dando gargalhadas.

— Entendo a sua urgência, mas os nossos planos estão saindo como desejado. A minha comandante já deixou o meu reino e foi se unir ao lado das outras realezas, e provavelmente já deve ter contado sobre o nosso plano em atacar todos os reinos de uma só vez. Mas o que eles não sabem é que atacaremos apenas um! — Ele, todo sorridente, faz uma expressão maligna.

Dando gargalhadas, Hannibal pergunta:

— E você já decidiu que nação iremos atacar? — Hannibal pergunta, tomando um gole de vinho do barril.

— Sim, vamos atacar o reino que tem o exército mais forte e, mais, a nação que tem em mãos o dominador. Assim que tivermos o dominador em nossa posse, poderemos iniciar o domínio dos cinco reinos e instaurar o nosso governo supremo!

Dando mais gargalhadas, Hannibal complementa:

— Seremos imbatíveis juntos!

Durante a conversa dos dois dentro da tenda, havia uma intriga entre os dois irmãos do lado de fora, tudo por causa da comida.

Vataipa havia caçado os cervos em grande quantidade, mas foi Násvita, com suas guerreiras, que removeram as peles dos animais para assar as carnes. E agora estava havendo brigas sobre quem deveria ficar com a maior parte.

— Você é um mentiroso, Vataipa! Eu nunca disse que daria a maior parte para você e seus guerreiros, muito menos que deixariam comer da nossa comida! — Násvita diz, toda nervosa.

— Você que é uma mentirosa! Me disse claramente que deixaria a gente comer junto com você e suas guerreiras. Agora volta atrás da sua palavra?! — Assim que Vataipa disse isso, Násvita correu em sua direção e se jogou no chão, se arrastando e derrubando Vataipa sobre a fogueira.

— Ah! Sua maluca, você me paga!

— Os dois estão discutindo de novo? Será que nunca ficarão em paz para entrar em acordo e para haver união entre vocês dois? — Pergunta a mãe, Mentilí.

— A culpa é sempre dele, mãe! Sempre dizendo mentiras ao meu respeito. Não suporto esse garoto mimado, ele precisa aprender a me respeitar! — Násvita fala, pisando no chão com força e saindo da presença de todos para ficar sozinha em sua tenda.

Násvita era muito forte e destemida, uma verdadeira guerreira viking que honrava o seu pai, Tenglu, a todo custo, mas em poucas vezes ela demonstrava carinho, sempre escondia isso das pessoas ao seu redor para não demonstrar que era fraca aos seus olhos.

Já Vataipa era meigo e gentil com todos, por isso conquistava a confiança de quase todos os guerreiros do seu povo, mas tinha dificuldade em manter o respeito pela sua falta de esperteza e liderança. Mas sempre tentava demonstrar que era capaz de muito mais do que eles pensavam ao seu respeito.

Provavelmente haveria muitas discussões durante sua estrada contra os seis reinos, mas os problemas estavam começando a ficar mais tensos e complicados.

Agora, tinha uma pessoa que adorava implicar com Násvita, que era Veltis. Todos os dias ele se levantava pensando no que faria para deixar Násvita irritada e estressada. E o pior é que ele sempre conseguia, no final de todas as suas tentativas. Ninguém sabia por qual motivo ele fazia isso, mas estava claro que algum sentimento ele tinha por ela, mesmo que fosse ranço.

Dolaco era o amigo mais íntimo de Násvita. Eles dois se davam super bem e faziam várias brincadeiras juntos para passar o tempo, e construíam coisas estranhas também. Mas o que eles mais faziam era treinar para se tornarem verdadeiros guerreiros vikings. Estava no sangue deles dois almejando a perfeição na arte da batalha.

Vataipa era mais amigo de Hácan e de Kanchom. Os três eram conhecidos como o trio do terror, faziam as maiores bagunças no acampamento inteiro e deixavam tudo para que as mulheres arrumassem no final.

E o Vataipa tinha uma quedinha pela melhor amiga de Násvita, que era Ginifu. Násvita sempre soube desse interesse dele por ela, mas como ele a irritava, ela nunca o ajudou nessa questão. Na verdade, Násvita amava ver ele se esforçar para atrair a atenção de Ginifu com suas brincadeiras e piadas de mau gosto. Assim era como funcionava a liderança viking: um povo poderoso, mas ao mesmo tempo humano.