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Chapter 48 - Ato 48 - Último voar de Fênix

Haris — Vocês estão bem?

Noctarion — O que está fazendo aqui? Não era para estar com os que foram se proteger?

Haris — Mesmo que eu esteja meio fora de forma, ainda posso ajudar.

Noctarion — Entendo, mas não precisa se preocupar, essas duas já tomaram conta de tudo.

Haris — Elas... Estão bem?

Noctarion — Sim... Apenas estão dormindo por conta de terem ficando exaustas.

Haris — E o Barthan?

Noctarion — Meio ferido, mas nada muito fatal.

Haris — Ótimo... Então me preocupei atoa...

Quando tudo parecia ter acabado no reino, algo acontece de repente...

Noctarion — ESSA PRESSÃO!

Haris — O QUE É ISSO?

O corpo da Guardiã Divina que antes havia sido destruído por ela mesmo pela influência de Melyris, começa a se reconstruir, mas de uma forma... Medonha.

Guardiã Divina — Acharam mesmo que iam me matar tão facilmente...

Noctarion — MERDA!

Assumindo uma forma destorcida, com seus ossos expostos e sua cara coberta de sangue, a guardiã revela sua verdadeira forma.

Haris — Eter né... Essa magia provavelmente consegue controlar até mesmo o futuro... Interessante...

Guardiã Divina — Como você?

Haris — Eu estive olhando a luta desde o começo na verdade... E assim como um certo amigo meu... Eu também aprendi muito sobre investigação...

Guardiã Divina — Meros humanos...

Sacando uma pedra misteriosa de sua bolsa, e colocando-a em seu peito, a armadura de Haris começa a se formar.

Haris — Já faz um bom tempo que não uso essa belezinha... Mas... Não vou usar só ela...

Noctarion — Como?

Haris — Eu tenho mais um truque na manga... MONSTRIFICAÇÃO COMPLETA... PÁSSARO MÍSTICO, FÊNIX!

Guardiã Divina — ESPERA!

Os cabelos de Haris que antes eram vermelhos como sangue, começam a ganhar mais clareza, tendo a a aparência mais parecida com chamas, as runas de sua máscara começam a ser ativadas e um terceiro olho abre em sua testa, garras começam a se formar em suas mãos e pés, sua armadura que antes era negra e roxa, muda sua cor e começa a emanar calor.

Guardiã Divina — Eu não vejo futuro... Que você ganhe de mim...

Haris — Tá suave... Eu posso renascer uma quantidade de vezes e com certeza, em alguma dessas vidas, você vai encontrar a morte.

Guardiã Divina — Insolente…!

A criatura deformada avança, seus ossos rangendo como metal se partindo. Cada passo ecoa no campo de batalha, espalhando um cheiro intenso de cinzas e sangue.

Noctarion — Haris, cuidado!

Haris — Eu não preciso de cuidado, Noctarion. Eu sou o perigo agora.

Ela ergue a mão, e uma labareda dourada se forma em seus dedos, crescendo até tomar a forma de um pássaro flamejante. A Guardiã Divina ergue um braço disforme para bloquear, mas as chamas da Fênix não são comuns, elas não apenas queimam, mas apagam a própria essência do alvo. O membro da Guardiã começa a se desfazer, como se estivesse sendo apagado da existência.

Guardiã Divina — O quê?!

Haris — Regeneração absurda, mas… será que você consegue acompanhar a velocidade disso?

A Guardiã solta um rugido estridente, seu corpo se contorcendo ainda mais. Suas costelas se expandem e disparam como lanças vivas contra Haris.

Haris — Interessante.

Ela gira no ar, envolta em chamas. Cada lança que se aproxima é incinerada antes de alcançá-la. Em um movimento ágil, Haris dispara para frente, suas garras incandescentes rasgando o espaço entre elas.

Noctarion — Isso... é inacreditável.

Guardiã Divina — Já tive o suficiente!

Ela finca as mãos no solo, e pilares de energia negra emergem ao seu redor, distorcendo o espaço. A realidade treme com a pressão absurda de poder.

Haris — Eter de novo? Eu já entendi como funciona.

Seu terceiro olho brilha intensamente, refletindo possibilidades além da compreensão humana. Num instante, Haris já não está onde deveria estar, o ataque da Guardiã passa direto, devastando o campo ao redor.

Guardiã Divina — Impossível...

Antes que possa reagir, Haris aparece atrás dela, sua garra flamejante brilhando como um sol prestes a explodir.

Haris — Esse futuro... Já não adianta contra mim... Tente outro...

E então, ela ataca

A garra de Haris rasga o ar, e uma explosão de chamas douradas consome a Guardiã Divina. O impacto distorce o espaço ao redor, e a criatura solta um grito ensurdecedor enquanto seu corpo começa a desmoronar.

Noctarion — Ela conseguiu?!

Mas antes que a poeira se assente, uma força sombria pulsa no centro do ataque. A energia negra se espalha como raízes, reconstruindo o corpo da Guardiã de maneira ainda mais grotesca. Seus olhos brilham com um vermelho profundo, e sua presença se torna sufocante.

Guardiã Divina — Você acha que destruir este corpo significa algo? Enquanto eu existir, sempre haverá um futuro onde eu permaneço de pé!

Haris recua um passo, mas sua expressão permanece inabalável.

Haris — Então você quer brincar com possibilidades... Mas eu já te disse... Esse futuro não adianta contra mim... Tente outro...

A Guardiã solta um rugido de raiva e ergue as mãos. O próprio tempo ao redor delas começa a se fragmentar, criando múltiplas versões da batalha acontecendo ao mesmo tempo. Em algumas, Haris está caída. Em outras, a Guardiã já venceu. Todas essas realidades começam a convergir para um único ponto.

Noctarion — Isso é... uma distorção temporal?!

Guardiã Divina — Não importa quantas vezes tente, o resultado será sempre o mesmo, VOCÊ PERDERÁ!

Haris fecha os olhos por um instante. Seu terceiro olho brilha, analisando cada linha do destino traçada pela Guardiã. E então, ela sorri.

Haris — Interessante... Mas sabe qual é a diferença entre nós?

A temperatura ao redor dela aumenta drasticamente. Sua armadura brilha com uma luz incandescente, e as chamas da Fênix começam a consumir a própria distorção temporal.

Haris — Eu não preciso de um único futuro onde eu vença. Eu só preciso apagar todos os outros.

Ela dá um passo à frente, e sua presença explode como uma erupção solar. Cada linha do destino criada pela Guardiã começa a queimar e se desfazer, uma a uma, até restar apenas um único caminho possível.

Haris — Eu aprendi com um certo detetive... Que um caso não pode ser esquecido até ser concluído...

Guardiã Divina — MALDIÇÃO!

Haris — Mesmo que arrisque minha vida nesse momento, e que esse momento seja minha última batalha... EU GANHAR, NÃO IMPORTA O QUE ACONTEÇA!

Guardiã Divina — VENHA, PODE VIR COM TUDO.

Arrancando seus próprios ossos, a guardiã cria uma longa espada que se cruza em espiral e mais futuros possíveis voltam a aparecer.

Noctarion — Isso não tem fim...

A Guardiã Divina avança, sua espada feita de ossos distorcendo o ar ao redor. Cada golpe rasga a realidade, criando múltiplos ecos do ataque que atingem Haris de diferentes ângulos ao mesmo tempo.

Haris — Então é assim... Você não só prevê os futuros, como os força a acontecer.

O terceiro olho de Haris brilha ainda mais forte. Suas chamas, antes douradas, começam a assumir tons azulados, queimando com intensidade divina. Ela ergue a mão e, com um simples gesto, todas as imagens dela sendo atingidas se desfazem.

Guardiã Divina — O quê...?

Haris — Não adianta me mostrar futuros que já foram consumidos pelas minhas chamas.

Ela se lança para frente, desviando da lâmina da Guardiã por um fio, suas garras ardendo como o núcleo de uma estrela. Com um golpe preciso, ela rasga o peito da criatura, expondo seu coração negro pulsante.

Noctarion — É agora, Haris!

A Guardiã Divina urra, tentando se reconstruir mais uma vez, mas Haris não dá espaço. Ela crava ambas as mãos no coração da Guardiã e concentra toda sua energia ali.

Haris — Você falou sobre existir em infinitos futuros... Mas e se eu apagar a origem de todos eles?

O corpo da Guardiã começa a tremer violentamente. As distorções temporais ao redor se partem como vidro estilhaçado. Sua presença se fragmenta, como se estivesse sendo apagada da própria existência.

Guardiã Divina — ISSO É IMPOSSÍVEL! EU SOU O FUTURO!

Haris — Não... Você é apenas um erro na linha do tempo.

Ela fecha o punho, e uma explosão de chamas azuis consome tudo. O grito da Guardiã Divina ecoa pelo vazio, até finalmente cessar. O campo de batalha, antes retorcido pelo tempo, retorna à normalidade.

Noctarion — Você... Você conseguiu?

Haris solta um suspiro pesado. Sua armadura começa a se desfazer, e suas chamas voltam ao tom avermelhado normal.

Haris — Parece que sim...

Ela encara o chão onde a Guardiã Divina esteve. Não restou nada além de cinzas.

Noctarion — Essa foi por pouco.

Haris — É... Mas isso foi tenso... Eu quase surtei em muitos momentos.

Noctarion — Você não aparentava surtar.

Haris — Bem... Eu aprendi com o melhor

Ela sorri, olhando para o céu agora limpo, enquanto as brasas de sua energia ainda flutuam no ar. A batalha havia terminado. E o futuro, finalmente, estava livre da sombra da Guardiã Divina.

Haris — Oliver... Eu entendi o motivo de você não ter me levado em sua aventura... Os níveis de poder estão crescendo rapidamente... Afinal... Assim que funciona a evolução...

Noctarion — Mas e seus poderes?

Haris — Ah... Não consigo mais usar eles, eu queimei toda a minha mana e quebrei o laço que fazia eu ter meus poderes... O Oliver já havia me dito isso antes, que se eu usasse tudo pra valer, voltaria a ser uma humana...

Noctarion — Perdeu tudo mesmo?

Haris — Meus status físicos ainda estão fortes, mas minhas chamas e minha armadura? Não vou conseguir usar novamente...

Noctarion — Tenso... Se uma guardiã fez tudo isso... Tenho medo do que pode acontecer com eles...

Haris — Provável que chegue muitos inimigos contra eles, muitos mesmos, mas... Conhecendo aquele cara, ele dá conta...

Noctarion — É... Você tem razão... Mas... O que fazemos com essa espada de ossos?

Haris — Eu pensei que tinha queimado ela, mas pelo visto, no fim... Ela ainda existe em qualquer futuro...

Noctarion — Interessante...