Arco 1: Despertar
Capítulo 1: Sombras e Revelações
Ji-hoon caminhava sozinho pelas ruas escuras, o medo o apertava como um nó na garganta. A escola havia acabado há horas, mas a sombra da intimidação o acompanhava como uma sombra teimosa. "Espero que eles não estejam por perto hoje…", pensou, apertando o passo. Sua esperança, porém, se desfez em segundos. Dois valentões, imponentes e ameaçadores, surgiram de uma viela escura, interceptando seu caminho.
"Olha só, o fracote!", zombou o primeiro, um sorriso cruel pintando seus lábios.
Ji-hoon tentou escapar, mas a mão pesada do segundo valentão o agarrou com força. O pânico o invadiu, um nó frio na boca do estômago. "Deixa ele em paz!", disse o segundo, o sarcasmo evidente em sua voz.
Uma pontada aguda, lancinante, trespassou o peito de Ji-hoon. Uma aura escura, sutil a princípio, começou a emanar dele, envolvendo-o em um halo sombrio. "Por que eu sinto isso?", questionou-se, a confusão se misturando ao medo crescente.
A dor se intensificou, cada vez mais forte, cada vez mais insuportável. Ji-hoon fechou os olhos com força, um grito silencioso preso em sua garganta. "Você não vai escapar dessa vez!", gritou o primeiro valentão. A dor era tão intensa que Ji-hoon sentiu linhas de força invisíveis saindo de seu corpo, uma manifestação física de seu sofrimento.
Então, algo inesperado aconteceu. A energia escura que o envolvia explodiu, lançando os valentões para longe como fantoches de pano. Uma explosão de sombras escuras engoliu a rua por um instante, um turbilhão de trevas que deixou os valentões atordoados e machucados no chão.
"Que foi isso?!", exclamou o primeiro, ainda tonto pela força da explosão.
Ji-hoon estava de pé, cercado por uma aura escura e intensa. Seus olhos brilhavam com uma luz estranha, uma luz que emanava da própria escuridão que o envolvia. "Ele… ele está brilhando!", murmurou o segundo valentão, o medo estampado em seu rosto.
Assustado e confuso, Ji-hoon olhou para suas próprias mãos, tremendo. "O que aconteceu comigo?", questionou-se, a incredulidade misturada ao medo. O gemido de dor dos valentões ecoou em seus ouvidos, enquanto ele se perguntava, tremendo: "Eu… eu não entendo."
Aterrorizado, Ji-hoon correu para casa, o olhar fixo para trás, temendo que a escuridão o perseguisse. Em seu quarto, sozinho, ele começou a explorar a energia escura que agora fazia parte dele. Sombras dançavam ao seu redor, obedecendo a um chamado silencioso que ele ainda não compreendia.
Com prática e perseverança, ele conseguiu moldar a energia em uma pequena garra de sombra. "Aquela energia… era magia?", pensou, a ideia o assombrou e o fascinou ao mesmo tempo. Determinado, ele continuou a treinar, buscando o controle sobre a força que o habitava. "Eu preciso aprender a controlar isso", repetia para si mesmo, enquanto meditava, buscando o equilíbrio entre o medo e a excitação.
Em um beco deserto, Ji-hoon se preparava para o seu primeiro treinamento formal. Respirando fundo, ele concentrou sua energia, as sombras se agitando ao seu redor, tomando forma. "Garra das Sombras!", murmurou, e uma garra sólida de sombra surgiu, agarrando um pedaço de madeira que se partiu com um som rachado.
Um sorriso hesitante, mas esperançoso, surgiu em seus lábios. "Está funcionando!", exclamou, sentindo um misto de alegria e surpresa. Ele então tentou a "Explosão das Trevas", uma pequena explosão de energia escura que criou um pequeno impacto no chão.
Enquanto praticava, uma figura observava-o de longe, escondida nas sombras: Seo-yeon. Curiosa e ligeiramente preocupada, ela testemunhou a força de Ji-hoon. A explosão de energia chamou sua atenção, e ela se aproximou cautelosamente. Ji-hoon, surpreso, ficou na defensiva.
"Você está bem?", perguntou Seo-yeon, sua voz suave cortando o silêncio do beco.
"Quem é você?", respondeu Ji-hoon, ainda assustado e confuso com seus novos poderes.
Seo-yeon se apresentou e, para sua surpresa, ofereceu ajuda. "Eu vi o que aconteceu. Eu posso te ajudar. Eu sei um pouco sobre magia."
Em um banco de parque, Seo-yeon explicou os fundamentos da magia, usando gestos com as mãos para ilustrar seus pontos. "A magia está dentro de todos, mas poucos a despertam", explicou ela.
Ji-hoon ouvia atentamente, o espanto estampado em seu rosto. "Então, eu não sou o único?", perguntou, um fio de esperança surgindo em seu coração.
Seo-yeon afirmou que Ji-hoon era especial. "Não, você é especial. Seu poder é… diferente."
Ji-hoon refletiu sobre as palavras de Seo-yeon, uma mistura de medo e excitação o consumindo. Seu despertar havia apenas começado.