Na província de Zang no Império oriental de Quin, um menino de aparência peculiar nascera. Sua pele possuía tonalidade cinzenta e era maior que a média, além de possuir um estranho chifre em sua cabeça, levemente curvado para dentro. "Um oni, destes a luz para um deles!" Dizia a parteira enquanto segurava angustiada a criança.
A mãe da criança não respondeu, e logo perceberam aqueles que estavam presentes, que ela já não se encontrava viva. "Matou a própria mãe no nascimento!" Dizia com nojo e angústia um homem parado em pé ao lado.
"O que faremos com essa aberração, lorde Rim?" Perguntou a mulher que segurava a criança.
"Dêem-no para mim. Eu providenciarei tudo. E não contém para ninguém o que aconteceu aqui. Diremos a todos que a criança e a mãe morreram no parto." E assim foi feito.
O homem então pegou a criança e a levou para um local distante.
Era noite e todas as almas vivas já se encontravam em suas camas. Foi então que duas pessoas se encontraram em meio aos grandes portões da cidade. Um deles era um indivíduo baixo, com uma barba longa e um nariz longo, destinado um capuz preto parado ao lado de uma carruagem.
"A quanto tempo, Rim. Ou devo chama-lo de lorde agora?" Disse a estranha figura encapuzada.
"Não precisamos destas formalidades Xunnyan. Apenas quero que pague a sua dívida comigo. Tenho um favor a pedir." Respondeu em tom ríspido.
"Dívida? Achei que estávamos equilibrados quanto a isso. Mas de qualquer forma não é comum que venha até mim pedir algo."
"Isso é porque é algo ao qual não posso encarregar ninguém a não ser você."
"Ora, então eu sou a única pessoa cujo o grande lorde de Rim pode requisitar ajuda?"
"Vejo que continua tão provocativo quanto sempre foi, por mais que a idade tenha chegado."
O ser encapuzado caiu em gargalhada. "Hahahahaha, não seja prepotente. Minha espécie tem uma longevidade bem maior que a sua. Não é para mim que a idade chegou." Disse em tom irônico.
"Hm, que seja. Vamos direto ao ponto. Veja isto." O homem pegou uma cesta ao chão coberta por um lençol e mostrou o que havia dentro.
"M-Mas isso é!?"
"Sim, e preciso que cuide dele por mim."
"Entendo. Não farei nenhuma pergunta quanto a isso. Mas devo avisa-lo que isso pode se tornar um problema para você no futuro."
"Sim, eu sei. Estarei preparado para assumir a responsabilidade." E assim a criatura pegou a cesta e partiu rumo a uma floresta distante, onde nenhum humano ousara tocar.