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Prólogo
Eu, Chloe Martínez, sempre fiz o possível para proteger as pessoas que amo, assim como minha mãe fazia. Antes mesmo de Clara nascer, eu já a protegia do nosso passado conturbado - a morte de Isabella, que deixou traumas incuráveis em todos, principalmente em mim, que sou a mãe.
O sonho de Clara era ser irmã mais velha. Ela pulou de alegria quando dei a notícia de que ela teria uma irmãzinha. Mas, após o dia 24 de dezembro, nosso mundo virou de cabeça para baixo. Após a morte da minha avó Isabella Novaes, há 20 anos, a proteção espiritual estava com seus dias contados. Logo, os espíritos malignos começariam a tomar conta do mundo, e foi nesse dia que tudo aconteceu: o selo se rompeu, e a primeira vítima foi Clara.
Um espírito vingativo e rancoroso manipulou minha filha - que tinha apenas 10 anos. Esse dia estava muito chuvoso, com raios caindo do céu, que muitas vezes partiam árvores ao meio. Isabella seguiu o espírito, que fugiu dela até as profundezas da floresta. Lá, um raio caiu perto da minha filha, o que foi o suficiente para parar seu coração.
Passamos o dia de Natal procurando Isabella. Chamamos a polícia e os bombeiros, e após 12 horas de buscas, encontramos o corpo dela, já sem vida. Meu mundo acabou nesse momento. Com ela em meus braços, eu chorei, gritei seu nome. Fiquei tão atordoada que meu marido me obrigou a voltar para casa e me deu remédios fortes para dormir. Após esse dia, prometi a mim mesma que protegeria Clara de tudo, até mesmo dos espíritos malignos que, com a morte de Isabella - que também possuía o dom de ver os espíritos e poderia ser a protetora do mundo humano e espiritual - conseguiram vagar pela Terra e causar medo nas pessoas.
Sete meses depois, estava chovendo forte, com raios caindo do céu, quando Clara nasceu. Os médicos se assustaram, pois, ao nascer, seus olhos dourados brilharam. E naquele dia, o céu se abriu e os pássaros cantaram uma música linda de boas-vindas. Eu chorei de alegria com minha filha nos braços, com a minha pequena Clara. Ela nem chorou, apenas sorriu. Porém, após seu nascimento, fiz o possível para esconder Isabella dela, pois não queria que ela soubesse que poderia ter uma irmã mais velha. Guardei fotos, o celular dela, e seu diário em um lugar sagrado para nossa família. Eu posso estar cometendo um erro, mas sou apenas uma mãe desesperada, que procura proteger sua filha do mal que o mundo tem a oferecer...
8 anos depois
Alderborough, Vale de Velour
27 de janeiro de 2026
Era um dia de férias. Já fazia dois dias que minhas aulas haviam terminado, e papai e mamãe decidiram que passaríamos a semana na casa do vovô e da vovó. O lugar era incrível. A casa deles tinha mais de 500 anos e estava na nossa família há gerações. Diziam que lá habitavam espíritos antigos que protegiam os moradores do vilarejo das forças do mal.
Minha avó se chama maria Martínez, e meu avô, joseph Martínez. Eles são os pais do meu pai. Lá é um dos poucos lugares onde me sinto livre.
- Vovó, me conta, é verdade que à noite os espíritos andam pela casa? - perguntei, com os olhos brilhando de curiosidade.
- Sim, minha neta - respondeu ela, pegando-me no colo e começando a trançar meu cabelo. - Eles vagam à noite, protegendo todos nós dos espíritos malignos. Esses espíritos estão aqui há séculos. Já que você acabou de fazer oito anos, acho que está na hora de lhe contar mais sobre eles. Mas não tenha medo, o que vou compartilhar é só o básico sobre o mundo espiritual, minha amada neta.
A voz da vovó era tão doce que me acalmava, como chuva na madrugada.
Ela me contou que os espíritos não eram nada mais, nada menos do que as pessoas que viveram na mansão há muitos anos. Isso me deixou ainda mais curiosa e animada para aprender sobre eles. Sempre fui sensível e, desde muito pequena, curiosa. Minha mãe costuma dizer que, com um mês de idade, eu já agarrava os livros ao invés de brinquedos, e que, com três meses, já andava. Isso os assustou bastante, pois não era algo comum para uma criança.
Hoje, com oito anos, continuo sendo uma menininha quieta. Não costumo sair para brincar e não tenho amigos.
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3 horas da manhã
No primeiro dia na casa dos meus avós, não consegui dormir direito. Sempre fui assim. Resolvi andar pela casa, com passos leves, tentando não acordar meus pais. Quando fui à cozinha pegar um pouco de doce de leite na geladeira, dei de cara com o vovô e a vovó.
- O que uma menina de oito anos faz aqui sozinha a essa hora? - perguntou meu avô, sorrindo.
Meu avô já tem 89 anos, quinze a mais que minha avó. Eles me colocaram para dormir novamente, cantando uma música linda que eu nunca tinha ouvido antes. Havia algo mágico nela, algo que me fez sentir nostalgia, mesmo sem saber por quê.
> "Dorme, pequena, o mundo te espera,
Lá no céu, a lua te vela.
Entre as estrelas, brilham caminhos,
Guiando teus passos com suave carinho."
Adormeci ao som dessa melodia.
Quando acordei, estava em um lugar completamente diferente: um jardim repleto de flores. Havia rosas, tulipas, girassóis e várias outras espécies. Olhei para cima e vi uma árvore gigantesca com pássaros cantando em seus galhos. Fiquei assustada ao perceber que também havia fadas. Suas asas pareciam folhas de árvores, exatamente como eu imaginava.
Caminhei pelo jardim, e os animais, curiosamente, não me atacavam. Pelo contrário, eram gentis e me demonstravam afeto, lambendo meu rosto como se quisessem me confortar.
Mais adiante, encontrei um bosque. No meio dele, havia uma casa antiga que parecia ter saído dos meus desenhos de casas élficas. Cervos dormiam na varanda, esquilos corriam ao meu redor, e os pássaros não paravam de cantar. Era um lugar amoroso, com uma energia acolhedora.
As árvores eram vibrantes, cada uma com cores e características únicas. Algumas eram altíssimas, outras menores. Seus galhos carregavam frutas de todos os tipos. Mas o que mais chamou minha atenção foi uma mulher. Ela estava regando flores, e sua beleza era surreal.
Me escondi atrás de uma das árvores e a observei.
Ela tinha olhos prateados, pele tão branca quanto a neve e lábios vermelhos. Seu rosto era encantador. Era alta, mas não muito, e usava um vestido azul decorado com flores presas ao tecido, que o tornavam ainda mais bonito. A voz dela era como um abraço, doce e reconfortante. Seus cabelos eram longos e negros como a noite, parecendo os da mamãe quando era mais nova, de acordo com as fotos que já vi.
De repente, a mulher pareceu sentir minha presença. Assustada, saí correndo e me escondi em um arbusto, tentando ficar em silêncio. Não adiantou. Ela me encontrou.
- Calma, meu amor. Sou sua amiga. O que uma garotinha tão pequena e fofa faz sozinha na floresta? - perguntou a mulher, com um sorriso terno no rosto.
Eu não respondi. Olhei para ela, com os olhos cheios de lágrimas.
- Shh, está tudo bem, minha pequena. Eu não vou te machucar - disse ela, acariciando meu rosto.
- T-tá bom... - respondi, tímida.
Ela enxugou minhas lágrimas e deu uma risadinha ao notar o bico que eu fazia, ainda com vontade de chorar.
Era difícil não me sentir confusa. A mulher era linda, mas morava em uma casa no meio da floresta, em um lugar que eu nem sabia se era real. "Estou sonhando?", me perguntei várias vezes.
Com delicadeza, ela se apresentou:
- Meu nome é Bella. Eu moro sozinha nesta floresta. E, sim, este lugar é um mundo dos sonhos. Um lugar só para você.
Ainda assim, eu não conseguia entender por que havia parado ali.
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No dia seguinte, acordei confusa, e deitada ao meu lado estavam a mamãe e o papai, os dois abraçados a mim. Olhei para eles, ainda com sono. A mamãe é muito parecida com Bella, só que os olhos dela são da mesma cor dos olhos do papai: cinzas. Levantei-me, ou pelo menos tentei.
- Filha, vem cá - minha mãe falou, me abraçando apertado, como se quisesse me proteger de algo ruim.
Eu disse para mamãe que não tinha nada de perigoso para ela me apertar assim, como se estivesse amassando massa de pão. Lá em Alderborough, o estado onde eu moro, a mamãe geralmente dorme comigo de vez em quando, e o papai dorme quando chega do trabalho, já que ele passa o dia e um pouco da noite cuidando de seu escritório de advocacia. A mamãe cuida de mim em casa, deixando de lado a carreira de professora de português na universidade da cidade para cuidar de mim na Aurora, a maior universidade do estado. Ela disse que se sente feliz, mas às vezes eu percebo que ela sente falta de dar aula, pois sempre que eu volto da escola ela fica me perguntando como os professores me tratavam, preocupada, já que na cabeça dela, ela quem deveria me dar aula, superprotetora como sempre.
No dia seguinte o papai me chamou para passear no bosque das flores rosas-era assim que todos chamavam no vale-era um lugar lindo,o vento andava suavemente pelas arvores,era de aquecer o coração,parecia que la,o mal não podia tocar,eu via em meio aos galhos das sakuras,os passaros cantando,era primavera,la,em uma pequena arvore,tinha um balanço de pneu,oque deixou meu coração apertado,eu coloquei a mão no peito,me senti como se tivesse perdido alguém,o lugar me causava uma profunda tristesa.
-papai,que lugar e esse?-pergunto com os olhos brilhando de lagrimas e com a mão no peito.-esse lugar me deixa nostalgica,mais eu to me sentindo tão triste.
Nesse momento eu comecei a chorar,aparentemente sem motivo nenhum,lagrimas caiam do meu rosto como agua caindo de uma cachoeira,eu me senti fraca e corri pros braços do meu pai,que disse,"calma filha,ta tudo bem!você deve esta com saudades de casa por isso ta assim",n tentativa de me fazer sentir melhor.o papai sempre cuidou muito bem de min,a mamãe contou que assim que eu nasci,ele começou seu escritorio de advocacia,e começou com um pequeno escritorio,só ele e o melhor amigo,e quando fiz 5 anos,o papai ja era dono de uma das maiores empresas de advocacia do estado,oque fez ele ter mais tempo pra min,e pra mamãe também,mesmo eles os estejam em uma idade avançada-pelo menos avançada pra min-eles se aman como se tivessem acabado de se conhecer,era como um conto de fadas,o papai sempre cuidando da mamãe,gastou milhares de dólares com o cuidado pessoal da mamãe,"coisas de adulto",ja dizia os dois,mais a mesmo assim,a mamãe as vezes ficava triste,todo natal,a mamãe ia pro fundo da floresta e ia la chorar sozinho,"e como eu sabia disso?",bom,quando eu to sozinha,as vezes aparecem alguns espiritos,geralmente cobertos por luz,todos muito gentis,alguns em forma de criança,outros em forma de velhinhos,iguais ao vovô e a vovó.
O papai nunca entendeu muito sobre espiritos,mais respeitava quem entendia,que no caso eram,eu,a mamãe,a vovó,e a bisavo,que infelizmente não conheci,seu nome era isabella novaes,uma bruxa que ate hoje e exemplo no mundo espirtual,e eu tive a alegria de herda seu nome.
No dia seguinte eu contei tudo pra mamãe,ela ficou calada e me abraçou,e logo depois entrou no quarto com o papai.eu não entendi nada no começo,ela gritou com ele no quarto,oque me deixou triste,eu detesto ver meus pais brigando,eu corri pro quintal de trás e la vi a fogo,por esta com medo eu abraçei ela.
__vovó...o papai e a mamãe estão brigando!__falo com Expressão de tristesa e com lagrimas nos olhos.
__oh,minha neta,tenha calma,seus pais vão ficar bem,isso e normal em casais,fica tranquila ta? Vai da tudo certo__responde minha avó acariciando minha cabeça.
A vovó me levou para para uma casa velha na parte de trás do terreno,la tinha moveis muito antigos,e apesar de não possuir dono,o lugar era bem cuidado,tudo em seu lugar,quadros pregados na parede,com pinturas de pessoas famíliares,frente ao sofá cor de vinho,uma mesa pequena com livros enormes em cima,a vovó me levou la pra trás da casa,e la ela me mostrou uma biblioteca enorme,com 5 fileiras de 10 estantes uma do lado da outra,com livros diversos,a vovó me mostrou livro por livro,ou sessão por sessão,livros de cura através da magia natural,livros de medicina, por exemplo,"como costurar uma ferida aberta",oque me deu medo,eu não gostei deste livro,e tinha una livros incriveis na ultima estante,livros de história antigas,hiatoria de romance,história de contos de fadas,mais a vovó disse que tudo oque estava escrito nos livros,ja existiu,mais la no da biblioteca,tinha uma caixa de vidro,um vidro brilhante que mais parecia diamante,e dentro da caixa continha um livro velho,capa marron com uma simbolo estranha,uma mulher de joelhos rezando,e varios espíritos ao redor,eu me assustei e fiquei atrás da vovó,e ela me explicou sobre uma lenda,lenda de uma mulher poderosa que protegia o mundo dos espíritos e o mundo dos humanos,dos espíritos malignos,ou demônios,eu fiquei curiosa e perguntei de quem era a casa,e ela disse que era sua antiga casa,onde ela vivia com a sua mãe,isabella novaes,uma poderosa curandeira,e estudiosa,bom,foi isso que o papai me contou,a vovó riu levemente e me pegou no colo,e disse para irmos embora que ja era hora de almoçar.
Quando eu olhei para trás,vi que a casa era linda,com plantas tomando conta das paredes,janelas de madeira antiga,que nunca vi antes,e quando eu olhei pro poço ao lado,vi uma figura familiar,uma mulher de longos cabelos castanhos,parecida comigo,olhos dourados,ela era linda e muito alta,eu pisquei os olhos e ela me olhou e sorriu,acenou e disse,"não precisa ter medo",e assim com um piscar de olhos ela some,eu não tive medo,eu apenas peguei num sono,nos braços da vovó,e acordei em minha cama,com meus pais me abraçando,o papai estava dormindo,mais a mamãe estava acordada,cantando,com sua voz angelical,"minha mãe e a mulher mais linda do mundo",eu sorrio,minha barriga ronca,e eu pulo da cama correndo pra cozinha,minha mãe corre rindo atrás de min,ela parece mais feliz desta vez,oque me deixou aliviada,eu sorri e ri alto pulando de alegria por ver que meus pais fizeram as pases,desde aquele sentimemto ruim,eu nunca me senti tão feliz.
Quando chegou a noite,eu voltei ao mundo dos sonhos,e quando abri os olhos,la estava bella,acariciando meu rosto,com seu sorriso caloroso e gentil,o amor que ela transmitia era tão intenso que lagrimas de felicidade corriam em meu rosto,e eu sempre abraçava ela bem apertado,ela segurou minha mãe e me levou para a casa dela,e la ela foi gentil e me preparou um prato de macarrão com queijo,oque fiquei surpresa,por que ela mesma disse que era um ser fora do meu mundo dos sonhos,então,"como ela sabe que macarrão com queijo era minha comida favorita?".
__como você sabia?.
__eu só sei,minha pequena,coma tudo,que irei fazer tranças em seu cabelo,quero te deixar linda__.diz Bella beijando minha testa,dançando graciosamente na sala.
__você e muito linda,parece a minha mãe__.digo rindo levemente.
__seus olhos são lindos,clara,são brilhantes como o sol,a bondade do mundo reflete sobre eles__.ela diz,de forma poetica.
Passamos "o dia" juntas,as vezes eu me cansava e ela me levava no colo dela,visitamos a floresta,e la tinha muitas frutas gostosas,mais no meio do jardim,tinha um salão enorme,com colunas velhas de pedra como se tivesse sido abandonadas a muito tempo,Bella começou a dançar,e eu me sentia como se ela estivesse comigo até quando eu estou acordada,ela dançava no meio do salão velho de pedra,com graciosidade,seu vestido lembrava as ondas do mar,sua pele branca eram como nuvens de primavera,e seu sorriso me causava uma sensação de paz,e segurança,eu mal conhecia essa mulher,esse ser,mais eu ja amava ela intensamente,ela fazia parte de min agora,sentimentos fortes para uma min que tinha apenas 8 anos de idade.