CAPÍTULO 2
Depois daquela noite bizarra a imagem daquela criatura não deixava minha mente em paz o que mais vai acontecer para piorar a minha semana nesse acampamento? Barbara ficou sem falar comigo o dia todo talvez ela estivesse chateada comigo por eu não ter elogiado aquele bastardo aproveitador, mas isso não importa eu ainda conversava com a Jessica que também ficou sem entender o comportamento da nossa amiga. Hoje o segundo dia aqui nessa floresta e para deixar as coisas ainda mais amargas do que já estavam Daniel parece estar me provocando sempre que tem a oportunidade, dentro do meu quarto deitado de bruços na cama com os pés no meu travesseiro estava Jessica me ouvindo relatar sobre a noite passada ela riu um pouco e se sentou me olhando, seus cabelos negros presos num coque malfeito
_Então você está me dizendo que ontem anoite do lado de fora tinha uma criatura desconhecida?
_Sim, exatamente. Seja lá o que for estava próximo aquelas arvores
_ Olha flor, você não acha que só estava imaginando? Você teve um dia agitado ontem seria compreensível ter um pesadelo...eu não estou duvidando de você amiga, mas deve ter sido apenas algum dos garotos que saiu ontem durante a noite, hm?
_Bom...talvez seja verdade...
Ela sorriu e se levantou da cama vindo até mim me abraçando me passando um pouco de segurança, mas eu ainda não estava completamente convencida de que o que eu vi foi apenas uma miragem eu tenho certeza de que alguém aqui deve saber do que se trata e ninguém melhor do que os donos deste lugar. Exatamente! Vou perguntar a eles e obter minhas respostas antes de irmos embora deste lugar, durante o almoço me sentei um pouco mais próxima deles ouvindo as histórias que contavam sobre como se conheceram e a vida deles...não era algo muito legal, mas também não era chato dava para suportar enquanto comia aquele maravilhoso prato de lasanha com frango vendo que eles estavam empolgados decidi perguntar sobre o ocorrido
_ Mas e então senhora Judith, por aqui existem criaturas ou lendas?
Ela deu um sorriso caloroso e colocou uma mecha de cabelos atras da orelha, e logo a voz de Murilo e Daniel soaram
_ Por que quer saber isso Elizabeth...vai querer marcar um encontro?
_ Verdade, será que vai dar namoro?
A turma inteira começou a rir e abaixei a minha cabeça com aqueles comentários. Então a senhora entrou no meio os fazendo se calar de suas gargalhadas..., mas o que mais me deixou chocada foi que Barbara também estava rindo de mim
_Sim minha querida, por muitos anos aqui se tem uma lenda sobre metamorfos, vampiros e lobisomens coisas bem típicas
_ E o que exatamente você sabe sobre?
A professora perguntou parecendo empolgada com o assunto
_ Bom...segundo relatos dos mais velhos, se remete á mais de dois mil anos, onde um Duque conhecido por suas atividades obscenas com as mulheres da época, um dos homens cujo a mulher foi tomada lançou uma maldição por meio de um bruxo charlatão local o transformando em um lobisomem o deixando sem nada, apenas com um bando de fiéis companheiros. No entanto enfurecido o traído matou a própria esposa e provou de seu sangue, dando origem aos vampiros e dizem que até nos dias de hoje existem e conflitam. De acordo com relatos o Duque durante a noite se parece com um grande lobo com pelos cinzentos mesclados com pretos, podendo ficar sobre as patas traseira tendo mais de dois metros
Minha mente vagou sobre a noite passada, a descrição dela bate exatamente com o que eu vi...bom pelo menos da parte de trás já que não tive a oportunidade de ver seu rosto. Afastei um pouco o prato vazio de mim colocando as mãos sobre a mesa curiosa com o a que ela falava
_ E o que exatamente eles fazem?
_Bem...dizem que esse ser vive nessa floresta e sempre que conseguem uma companheira tentam se reproduzir para manter a linhagem. Mas não pense que isso significa que ele e um guardião das florestas. Meu avô dizia que essa criatura e muito agressiva e já teve relatos de desaparecimento e ataques por suspeita do tal Duque lobo,
_ E você sabe como ele ataca ou escolhe suas presas?
_Hm...dizem que ele gosta de devorar suas presas se alimentando dos seus principais órgãos vitais, mas antes atormenta a presa. Tendo como prato principal o coração, rins, fígado, olhos e língua assim ele se alimenta e já as presas são aquelas que ousam mexer com o que lhe pertence, invadir seu território ou indício de alguma ameaça ou simplesmente porque sente fome.
Senti meu estomago revirar naquele instante a bela e deliciosa lasanha que eu havia comido parecia querer sair pelos meus olhos, respirei fundo e mantive minha postura. Como algo desse tipo existe? E o pior se ele realmente vive o que faz por aqui tão próximo a nós...
_Você também disse que quando ele encontra uma companheira eles se reproduzem...quer dizer então que existem femea dessa criatura?
_ Sim querida..., mas não o que você está pensando. Ele se reproduz com humanos...escolhem aquela que o agrada e nisso a faz sua. Se você pegar os registros de nascimentos por aqui vai ver que teve mulheres que deram à luz a criaturas estranhas e em seguida desapareceram.
Meus olhos se arregalaram ao ouvir aquilo minha mente não conseguia processar todo aquele assunto de uma única vez, engoli em seco e mantive a calma tentando não dizer o que havia visto dei um sorriso de canto e um gole no meu copo de suco para acalmar os nervos
_Bom..., mas tudo não passa de uma lenda não tem nada do que temer por aqui, ok?
Todos concordamos e ajudamos a tirar a mesa, Jessica veio rapidamente para o meu lado enquanto levava os copos até a lavanderia os colocando na lava-louça me olhando.
_ E então florzinha, satisfeita com suas respostas?
_ Chocada na verdade, nunca pensei que veria uma coisa daquele tipo na minha vida.
Meus olhos se abaixaram até o chão meus pensamentos vagando sem direção, seria mesmo possível que eu tenha visto aquela criatura ou foi apenas uma miragem por conta do estresse? Mesmo se for... Não tenho nada a temer dele e em breve vamos embora...se bem que eu poderia inventar alguma desculpa para poder ir embora mais cedo...
A tarde do lado de fora da casa na varandinha dos fundos me sentei no balanço pendurado mexendo no celular distraída até ouvir a porta se abrir e fechar atrás de mim e logo duas mãos agarrarem minha cintura um perfume doce veio as minhas narinas era ele. Oque queria agora me importunar por mais cedo?
_O que você quer Daniel?
_ Como assim o que eu quero, eu quero saber o porquê de toda aquela baboseira que você me fez ouvir durante o almoço
Meu corpo estremeceu com o toque inesperado de Daniel. Seu perfume, doce e enjoativo, me causou uma sensação de repulsa que me fez querer me afastar. A lembrança da lasanha, agora um peso nauseante no meu estômago, se misturava à angústia da conversa com a Sra. Judith. Lobisomens, vampiros… A imagem da criatura da noite anterior, agora mais nítida e terrível em minha mente, se sobrepunha a tudo. Daniel, com sua arrogância habitual, parecia não se importar com o turbilhão de emoções que me assolava.
"O que você quer, Daniel?", perguntei, minha voz firme apesar do tremor interno. A necessidade de manter a compostura, de não demonstrar o medo que me consumia, me impulsionava.
"Como assim, o que eu quero? Eu quero saber o porquê de toda aquela baboseira que você me fez ouvir durante o almoço," ele respondeu, sua voz carregada de sarcasmo. Seus olhos, escuros e penetrantes, me analisavam com uma frieza que me incomodava.
Eu realmente não queria ter mais um confronto com ele. A imagem de Barbara rindo de mim durante o almoço ainda me queimava. A sensação de vulnerabilidade, de estar exposta e ridicularizada, era insuportável. Mas, ao mesmo tempo, a necessidade de entender o que estava acontecendo, de desvendar o mistério da criatura, me impulsionava a enfrentar Daniel e suas provocações.
"Você não entendeu nada, Daniel. Eu estava apenas fazendo perguntas," respondi, tentando manter a calma. A brisa suave que soprava balançava o balanço, mas meu corpo permanecia rígido, tenso.
"Ah, é? Perguntas sobre lendas de lobisomens? Muito interessante," ele debochou, aproximando-se. Seu sorriso era cínico, quase ameaçador. Ele se apoiou no balanço, a poucos centímetros de mim, sua presença invasiva e sufocante.
"Você sabe de algo que não está me contando, não sabe?", insisti, desafiando-o. A necessidade de respostas era mais forte que o medo. Eu precisava saber se ele sabia algo sobre a criatura, se ele estava envolvido de alguma forma.
Ele riu, um som baixo e rouco que ecoou no silêncio da tarde. "E se eu souber? O que você vai fazer?", provocou, seus olhos brilhando com um brilho perverso.
"Eu quero saber a verdade, Daniel," respondi, minha voz firme. Eu não me deixaria intimidar. Eu precisava saber.
Ele se aproximou ainda mais, seu corpo quase tocando o meu. Seu perfume doce e enjoativo se intensificou, me causando uma sensação de náusea. "A verdade é que você está assustada, Elizabeth. Assustada com suas próprias fantasias," disse ele, sua voz um sussurro em meu ouvido.
"Não são fantasias, Daniel. Eu vi algo. Algo real," respondi, minha voz trêmula, mas determinada.
Ele se afastou, seu sorriso desaparecendo. "Você viu o quê, exatamente? Um urso? Um gato?", debochou, sua voz agora mais fria.
"Não. Eu vi… uma criatura. Grande, peluda, com olhos vermelhos," descrevi, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. A lembrança da criatura, de seus olhos brilhantes no escuro, me causava arrepios.
Ele me olhou por um longo tempo, seus olhos escuros e impenetráveis. Então, ele suspirou, um som pesado e carregado de significado. "Talvez seja melhor você esquecer o que viu, Elizabeth. Algumas coisas é melhor deixar em paz," disse ele, sua voz grave e ameaçadora.
Seus olhos se desviaram para a floresta, e um arrepio percorreu minha espinha. Havia algo em seu olhar que me deixou profundamente inquieta. Um conhecimento oculto, uma ameaça velada.
"Você sabe mais do que está dizendo, não sabe?", perguntei, minha voz baixa e tensa.
Ele não respondeu, apenas se virou e se afastou, deixando-me sozinha no balanço, mergulhada em meus pensamentos. A tarde, antes tão tranquila, agora era carregada de uma atmosfera opressiva e ameaçadora.
A noite caiu sobre o acampamento, trazendo consigo um frio penetrante que parecia se infiltrar em meus ossos. A lembrança da conversa com Daniel, de seu olhar enigmático e ameaçador, me assombrava. Eu não conseguia dormir, minha mente agitada por um turbilhão de pensamentos e medos.
A imagem da criatura, seus olhos vermelhos e brilhantes, continuava a me assombrar. A descrição da Sra. Judith, a história do Duque lobisomem, ecoava em meus ouvidos. Tudo parecia tão real, tão próximo.
Levantei-me da cama e fui até a janela, olhando para a floresta escura e silenciosa. O vento soprava entre as árvores, criando um som misterioso e inquietante. Eu sentia uma presença próxima, uma sensação de ser observada, de estar sendo vigiada.
De repente, ouvi um barulho. Um som leve, quase imperceptível, vindo da floresta. Meu coração disparou. Segurando a respiração, tentei identificar a origem do som. Era um ruído de passos, lentos e pesados, como se algo grande e pesado estivesse se movendo entre as árvores.
O medo me invadiu, me paralisando. Eu não conseguia me mover, não conseguia respirar. A única coisa que eu conseguia fazer era olhar para a floresta escura, esperando, temendo o que pudesse surgir das sombras.
Os passos se aproximaram, cada vez mais próximos. Eu sentia o meu corpo tremer, meu coração batia forte no meu peito. Eu estava presa, paralisada pelo medo.
Então, de repente, o som parou. Um silêncio absoluto caiu sobre a floresta, um silêncio ainda mais aterrorizante que os passos. Eu permaneci na janela, esperando, temendo, até que o sol finalmente nasceu, trazendo consigo uma luz que dissipou, pelo menos por enquanto, a escuridão e o terror que me assombravam.
Os dias seguintes foram passados em um estado constante de alerta. Eu evitava ficar sozinha, sempre procurando a companhia de Jessica, que, apesar de não acreditar totalmente na minha história, me oferecia apoio e compreensão. Daniel continuava suas provocações, mas eu o ignorava, concentrada em minha própria sobrevivência.
A atmosfera no acampamento estava estranha, carregada de uma tensão latente. As risadas e conversas animadas dos primeiros dias haviam sido substituídas por um silêncio pesado e desconfortável. Todos pareciam estar tensos, apreensivos.
Uma noite, enquanto estava na fogueira com os outros, vi Daniel olhando para a floresta com um olhar estranho, quase obsessivo. Seus olhos estavam arregalados, como se ele estivesse vendo algo que os outros não conseguiam ver. Ele sussurrou algo para si mesmo, algo que eu não consegui entender.
Naquela noite, enquanto tentava dormir, ouvi novamente os passos. Desta vez, os passos eram mais claros, mais próximos. Eu me levantei da cama, meu coração batendo forte no meu peito. Eu sabia que eu precisava fazer algo, que eu não podia simplesmente esperar que a criatura aparecesse.
Peguei minha lanterna e sai do quarto, caminhando em direção à floresta. O medo me consumia, mas a necessidade de descobrir a verdade era mais forte. Eu precisava saber o que estava acontecendo, eu precisava enfrentar meus medos.
Ao entrar na floresta, a escuridão era quase total. As árvores se erguiam como gigantes sombrios, seus galhos retorcidos como garras. O vento soprava entre as árvores, criando um som misterioso e inquietante. Eu sentia uma presença próxima, uma sensação de estar sendo observada.
Os passos continuaram, cada vez mais próximos. Eu segui o som, minha lanterna iluminando o caminho. O medo me consumia, mas eu não podia parar. Eu precisava encontrar a fonte do som, descobrir o que estava me perseguindo.
E então, eu a vi. A criatura. Era maior do que eu imaginava, seu corpo coberto de pelos cinzentos e pretos. Seus olhos vermelhos brilhavam na escuridão, fixos em mim. Seu olhar era intenso, penetrante, cheio de uma fúria primitiva.
Eu fiquei paralisada, incapaz de me mover, incapaz de respirar. A criatura se aproximou, seus passos pesados ecoando na floresta silenciosa. Eu sentia o cheiro de sua respiração, um cheiro fétido e nauseante.
Então, de repente, a criatura rugiu. Um rugido profundo e aterrador que ecoou pela floresta, fazendo as árvores tremerem. Eu fechei os olhos, esperando o pior. Mas, então, o rugido parou. E o silêncio voltou, um silêncio ainda mais aterrorizante que o rugido.
Quando abri os olhos, a criatura havia desaparecido. Eu estava sozinha na floresta escura, meu corpo tremendo, meu coração batendo forte no meu peito. Eu não sabia o que tinha acontecido, mas eu sabia que eu tinha sobrevivido.