Eve~
Pintei o dia todo, tentando afogar a dor surda no meu peito. Cada pincelada era uma tentativa de esquecer o peso, mas ele grudava em mim, implacável. Ontem, depois do beijo, eu havia pintado para fugir também. Uma obra áspera, apressada — olhos verdes-esmeralda que me assombraram pela noite.
Agora, eu estava diante de outra tela, deixando minhas emoções transbordarem nela. Meu pincel movia-se em grandes arcos, criando um céu tempestuoso — nuvens escuras se chocando umas contra as outras, relâmpagos ameaçando dividi-las ao meio. Quando recuei para examiná-la, um calafrio percorreu minha espinha. A pintura não era apenas um reflexo dos meus sentimentos; ela me fazia lembrar dele. Do Hades.